quinta-feira, 26 de abril de 2012

ADORAR A DEUS

Jesus diz-nos o que é e como se adora.

Sabemos como toda a Sua vida está polarizada por fazer a vontade do Pai.

O Pai é o Seu absoluto.

Pai é a Sua primeira Palavra no templo e a Sua última Palavra na Cruz.

O Pai é a paixão da Sua vida e o Seu alimento é fazer a Sua vontade: “ninguém tem maior amor do que Aquele que dá a vida pelos seus amigos” (Jo 15,12).

Jesus na Sua experiência de deserto dá uma resposta ao tentador, firme e fiel: “Ao Senhor teu Deus adorarás, e só a Ele prestarás culto” (Mt 4,10s).

Quando na plenitude dos tempos, Deus se fez presente em Jesus, os que O seguem, sobretudo depois da ressurreição, descobrem que Ele é a grande teofania de Deus e adoram-n’O.

“Quando O viram, adoraram-n’O....” (Mt 28,17).

“Depois de se terem prostrado diante d’Ele, voltaram para Jerusalém…” (Lc 24,52).

N’Ele está a plenitude de Deus, é o Filho em quem o Pai deposita todas as suas complacências. “Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos de joelhos, os dos seres que estão no Céu, na terra e debaixo da terra; e toda a língua proclame: ‘Jesus Cristo é o Senhor! ‘Para a glória de Deus Pai” (Fil 2,9-11).

Paulo também proclama que a adoração reservada ao Deus único é devida também a “Jesus crucificado, confessado como Senhor e Cristo” (Act 2,36).

Adoramos a Cristo porque Ele é o grande Ícone de Deus, a plena manifestação da sua Glória. ‘Quem me vê a Mim, vê o Pai; quem Me ama, ama o Pai; quem Me adora, adora o Pai’.

Quantas pessoas, ao longo da história da salvação, têm ido buscar à adoração eucarística a força heroica para se darem sem medida aos outros?

Adorar a Deus é aceitar o maior e mais radical compromisso.

Deus, em Cristo Jesus, é adorável nas suas múltiplas presenças. Presenças onde muitas vezes se encontra escondido, calado, silencioso. Mas o homem e a mulher são santuário da glória de Deus; quem consegue penetrar com o olhar da fé na essência de todos os acontecimentos do dia-a-dia, percebe o ser e o actuar de Deus, e sente-se chamado como Moisés a adorar e a comprometer-se.

Adorar é dom do Espirito, e é o Espirito de Deus que transforma a nossa adoração e a pode levar à perfeição, porque “os que nasceram do espirito” (Jo 3,8) podem adorar “em espirito e verdade” (Jo 4,24).

O Beato Francisco Marto, o adorador e consolador de Jesus, é uma referência profunda para cada um de nós naquela extraordinária experiência mística da Loca do Cabeço. É no silêncio do sacrário e escondido entre as carrasqueiras, que este pastorinho descobre a forma específica de adorar. Tudo inventa, tudo imagina para consolar… fruto da sua pureza e da sua espontânea e surpreendente atitude interior de adoração: “Eu sabia que Deus estava em mim, mas não sabia como era”.

Desde o momento que o Beato Francisco entendeu quem era Deus, decidiu que só podia viver para Ele. Procura ter os mesmos sentimentos do próprio Deus, porque Deus está triste é porque ama e ele não descansa enquanto não alegrar a Deus.

Se nos reconhecermos eternamente amados por Deus, sabemos o que é amar a Deus, Criador e Senhor de todas as coisas.

HÉLDER GONÇALVES

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...