sexta-feira, 13 de abril de 2012

DIVINA MISERICÓRDIA

Vamos celebrar o dia da Divina Misericórdia.

Segundo o Evangelho de São João o nascimento da Igreja deu-se no próprio Domingo de Páscoa em que estavam reunidos, de portas fechadas, por medo dos judeus, quando Jesus entrou, saudou e derramou sobre eles o Espírito Santo.

Para João o Pentecostes foi no mesmo dia da ressurreição, é importante essa colocação, diferentemente de Lucas que coloca o Pentecostes 50 dias após a Páscoa e com o derramamento dos dons, João apresenta como fruto do derramamento do Espírito, o maior Dom da Igreja - “Recebei o Espírito Santo. A quem perdoardes os pecados, eles lhes serão perdoados; a quem os não perdoardes, eles serão-lhes retidos”.

Esse é o maior Dom da nossa Igreja – manifestar a Misericórdia de Deus no meio do Seu povo – E proporcionar à pessoa caída pelo pecado à reconciliação com o seu Senhor. Foi à Igreja que Deus deu o poder, no Espírito Santo, de conduzir o seu povo à salvação. Por isso celebramos o dia da “Divina Misericórdia”.

Pela Igreja recebemos o Espírito Santo, pela Igreja somos perdoados dos nossos pecados, “Meus filhinhos, isto vos escrevo para que não pequeis. Mas, se alguém pecar, temos um intercessor junto do Pai, Jesus Cristo, o Justo”. (1 Jo 2, 1).

Pela Igreja somos feitos filhos de Deus em Jesus Cristo, pela Igreja somos salvos, pois é Ela que manifesta as bênçãos de Deus sobre nós. É isso que vemos na primeira leitura, a comunidade: “Eram perseverantes em ouvir o ensinamento dos Apóstolos, na comunhão fraterna, na fracção do pão e nas orações”.

Estes quatros pontos em negrito é que fazem a Igreja ser a Igreja de Cristo. Tudo foi confiado à Igreja – “E eu te declaro: tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha Igreja; as portas do inferno não prevalecerão contra ela, Eu te darei as chaves do Reino dos Céus: tudo o que ligares na terra será ligado nos Céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus”. (MT 16, 18-19).

Pois bem, estamos diante de um grande mistério – A IGREJA – Esta é por excelência o lugar privilegiado da manifestação de Deus e tu és chamado a fazer parte, ser membro activo desta manifestação, sente-te feliz por seres Católico.

Vemos também a figura de Tomé, ele não estava junto com a comunidade reunida na primeira aparição de Jesus e, portanto não passou pela experiência com o ressuscitado, assim quando foi informado do que havia acontecido naquele encontro memorável, não acreditou, mas não porque não tinha fé e sim porque não teve a experiência com o ressuscitado.

Isso também acontece no nosso meio, quando uma pessoa vai fazer um retiro volta todo empolgado, com um fogo novo fruto de um encontro com Cristo e ao chegar a casa, no trabalho, na escola...

Quer contar a todos e quer mudar o mundo, mas aquelas pessoas não entendem e até falam mal, recriminam, porque não passaram pela experiência que o retirante passou.

Vejam o caso de Maria depois da anunciação. Quem poderia entender o que se passou com Ela? Somente Isabel que passou, também por uma experiência de Deus, de forma diferente é claro.

Assim Tomé ficou intrigado, mas oito dias depois, isto é neste domingo, a comunidade estava reunida novamente, e agora Tomé estava junto, e com toda certeza estava na expectativa de que algo iria acontecer com ele, também. E aconteceu. Tomé teve a sua experiência com o ressuscitado de tal forma que até tocou no Senhor, è muito importante – A experiência dele foi tão forte que percebeu de forma intima quem era Jesus e exclamou o que ninguém havia percebido de forma tão particular – “Meu Senhor e Meu Deus”.

A Experiência com o ressuscitado leva-nos a descobrir: “É como está escrito: Coisas que os olhos não viram, nem os ouvidos ouviram, nem o coração humano imaginou (Is 64,4), tais são os bens que Deus tem preparado para aqueles que o amam” (1 Cor 2, 9).

Vemos que Tomé foi a fundo com o ressuscitado e quem sabe agora é a sua vez?

Tu já descobriste, já saboreaste o que Jesus tem reservado só para ti numa experiência intima, Ele está à espera, vê: “Eis que estou à porta e bato: se alguém ouvir a minha voz e me abrir à porta, entrarei em sua casa e cearemos, Eu com ele e ele Comigo”. (Ap 3,20).

Jesus quer fazer uma festa íntima contigo, não percas tempo, Ele traz-nos a Misericórdia do Pai que perdoa todos os nossos pecados e leva-nos a uma íntima união com Ele.

Então não existe empecilho é só “ouvir a minha voz e me abrir à porta”.

Psiu! Silêncio! Ouça, Ele está a chamar-te a uma comunhão de amor. Rende-te. E tocará no infinito do Amor e a eternidade tocará no teu coração e, certamente tu nunca mais serás a mesma pessoa.

Foi o que aconteceu com Tomé, com os Apóstolos, com Paulo, com os milhares e milhares de pessoas nestes dois mil anos de caminhada em que Jesus vem tocando nos corações, formando um grande exército de irmãos para a Glória do Pai.

E tu fazes parte deste exército.

HÉLDER GONÇALVES

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