sábado, 30 de junho de 2012

CRUZ DOS APÓSTOLOS

A Cruz dos Apóstolos é uma cruz latina que, através de representações gráficas, nos remete para os símbolos e a vida de Cristo e dos 12 discípulos a quem encarregou de pregar o Evangelho.

A versão aqui representada é, no entanto, simplificada: não apenas desprovida das pedras preciosas que ornamentam a cruz original, como também retrata apenas Cristo e alguns apóstolos.

Jesus Cristo surge representado, geralmente no centro da cruz, pelo cordeiro (o salvador é o Cordeiro de Deus), enquanto a figura das chaves é o símbolo clássico de São Pedro (“Tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja e as portas do inferno não prevalecerão contra ela. Dar-te-ei as chaves do reino dos Céus, e tudo o que ligares sobre a terra será ligado também no céu, e tudo que desligares na terra será também desligado no céu”, disse-lhe Jesus).

A cruz em forma de X representa Santo André (segundo a tradição, o irmão de Pedro foi atado a uma cruz com esta configuração), ao passo que a águia simboliza São João (deu testemunho de ter subido em vida ao céu e de ter visto a natureza divina de Jesus.

O anjo (São Mateus), o leão (São Marcos) e o boi (São Lucas, que, a par da citada águia (São João) são os quatro símbolos extraídos da visão da Glória de Deus tida pelo profeta Ezequiel, são igualmente marcas distintivas de algumas versões da Cruz dos Apóstolos.

HÉLDER GONÇALVES

quinta-feira, 28 de junho de 2012

CORINTO

Em corinto nasceu a primeira grande comunidade cristã num contexto social greco-romano.
É fácil imaginar quantas dificuldades encontrou a fé cristã para se inserir numa cultura totalmente diferente daquela onde tinha nascido.


Uma cidade rica e corrupta
A cidade era próspera e poderosa. Os seus dois portos (um no mar Egeu e outro no Adriático) asseguravam boas comunicações e muito comercio. Reconstruída por Júlio César em 44 a.C., Corinto era a capital da Acaia. Era um centro cultural importante pelas suas escolhas e pelos seus filósofos e literatos e pelos jogos ístmicos que ali se realizavam na Primavera, de dois em dois anos. Do ponto de vista religioso, o culto de Afrodite trouxe-lhe má reputação. A cidade tinha meio milhão de habitantes, dois terços dos quais seriam escravos.

“O que venerais sem conhecer é que eu vos anuncio”
Paulo chegou a Corinto no fim da segunda viagem missionaria (Act 18,1-17).
Depois de ter evangelizado a Macedónia (Filipos, Tessalónica, Bereia), o Apostolo passou por Atenas, onde fez um dos primeiros anúncios da fé cristã na Europa: “no meio do Areópago, Paulo disse: Atenienses, vejo que sois, em tudo, os mais religiosos dos homens. Percorrendo a vossa cidade e examinando os vossos monumentos sagrados, até encontrei um altar com esta inscrição: ‘Ao Deus desconhecido.’ Pois bem! Aquele que venerais sem o conhecer é esse que eu vos anuncio” (Act 17, 22-31).

Paulo anunciava a Boa-Nova de Jesus e a ressurreição.

“Ao ouvirem falar da ressurreição dos mortos, uns começaram a troçar, enquanto outros disseram: ‘Ouvir-te-emos falar sobre isso ainda outra vez’ (…) alguns dos homens no entanto, concordaram com ele e abraçaram a fé” (Act 17, 32-34).

Depois do “insucesso” de Atenas, Paulo começou a anunciar o Evangelho na sinagoga de Corinto.

O nascimento de uma nova comunidade cristã
Em Corinto, Paulo encontrou trabalho junto do casal Áquila e Priscila, que eram, como ele, fabricantes de tendas (Sct 18,2ss) e que se tornarão seus grandes colaboradores. Permaneceu na cidade desde o Outono do ano 50 até à Primavera de 52.

O ambiente religioso, cultural e moral era adverso; mas Paulo fundou uma grande comunidade pujante de vida cristã, sobretudo com elementos vindos do paganismo, na sua maioria das classes mais humildes, embora também houvesse judeo-cristãos.

Act 18 mostra-nos o perfil da comunidade, e há preciosas anotações psicológicas na primeira Carta aos Tessalonicenses e na carta aos Romanos, escritas em Corinto (1Tes 3,6ss; Rom 16, 1.21-22).

Uma vez mais Paulo encontra a resistência dos Judeus, que o levarão ao tribunal de Galião (Act 18,12-17). Depois de se te demorado ainda algum tempo em Corinto, Paulo despediu-se dos irmãos e embarcou para Síria, com Priscila e Áquila.

A animação da comunidade
Ao sair de Corinto, o Apostolo deixava uma comunidade florescente e numerosa. Mas depressa apareceram tensões entre os cristãos: entre os de origem grega e os de origem judaica (1Cor 1,12-13), entre escravos e livres (1Cor 7,21-23), e entre homens e mulheres (1Cor 11,3-5), e entre ricos e pobres (1Car 11,22).

Informado de tais situações, Paulo escreveu-lhes cartas para ajudar a resolver as dificuldades. Paulo toca muitos temas e aqui só podemos abordar alguns.

Um dos temas é a Eucaristia. Para remediar os abusos, o Apostolo recorda a “tradição” da Ceia do Senhor, e comenta-a em termos de fé e de exigências morais (1Cor 11,17-34). Paulo oferece-nos o mais antigo relato de instituição da Eucaristia (1Cor 11,23-25).

Para animar a comunidade a viver em espirito de amor, São Paulo escreveu o “hino da caridade” que é talvez a mais bela página do Apostolo (1Cor 13,1-13). Quando se trata de ideais e de dons, nada é maior e mais desejável que a caridade (ágape): essa é a marca distintiva e estável da vida cristã e o seu critério fundamental.

As confissões de Paulo nos capítulos 11-12 (em 2Cor), pela sua sinceridade e pela sua capacidade de comover, permitem-nos entrar no “coração” apaixonado de Paulo e participar da sua “paixão por Deus e pelos homens”.

“Correi para conseguir o prémio”
Em Corinto havia um estádio grande em que se disputavam os “jogos ístmicos”. Para estimular os cristãos daquela cidade e comprometerem-se de maneira profunda na “corrida” da vida, o Apostolo faz referência às competições atléticas. Nas corridas no estádio, diz ele, todos correm, embora um só seja o vencedor: portanto, correi também vós (1Cor 9,24-25).

Através da metáfora de sadia competição desportiva, ele põe em evidência o valor da vida, comparando-a a uma corrida rumo a uma meta não só terrestre e passageira, mas eterna. Uma corrida em que não só um, mas todos podem ser vencedores.

Renovar o anúncio da fé cristã na Europa
Recordar a acção de Paulo em Corinto, é ser convidado a anunciar o Evangelho, propondo aos nossos contemporâneos (crianças, jovens e adultos) a salvação dada por Cristo e mostrando-lhes os caminhos de santidade e a orientação moral recta que constituem as respostas à chamada do Senhor.

O evangelho é uma Boa Nova, que todos os homens podem compreender, ou melhor, que todos podem viver!

HÉLDER GONÇALVES

terça-feira, 26 de junho de 2012

DEUS TEM CORAÇÃO?

Quantas vezes, sobretudo perante o sofrimento de inocentes, ouvimos afirmar: Deus não tem coração! Que mal fiz eu a Deus?
Será verdade?
Deus não tem mesmo coração?
Então vejamos.

Mal acabara de nascer o Menino Jesus na gruta de Belém, um Anjo deu logo a notícia a uns pastores que guardavam os rebanhos durante a noite, e eles disseram uns aos outros: “Vamos a Belém ver o que aconteceu e que o Senhor nos deu a conhecer” (Lc 2,15).

Foram e encontraram, numa gruta, reclinado numa manjedoura, o Menino recém-nascido que lhes fora indicado pelo Anjo. Aproximaram-se de Jesus, com grande emoção, inclinaram-se sobre o Menino para O beijar, acariciar, pegar-Lhe nas mãozinhas e escutar os latejos do Seu coraçãozinho.

Acerquemo-nos também nós, em espirito, do presépio de Belém, não apenas para adorar o nosso Salvador feito menino, mas para escutar atentamente os latejos do Seu coração.

Contemplei, um dia, num presépio, um encantador “menino Jesus”: deitadinho numas míseras palhas, com uma camisinha branca que a previsão materna preparara e Lhe vestira, os pézinhos nus e um sobre o outro, como pontos para serem crucificados; os bracitos estendidos e as mãozinhas abertas como que a pretenderem abraçar o mundo. Tinha sobre o peito um lindo coraçãozinho vermelho, como uma chama, que se destacava sobre a branca camisinha.

Fantasia ou capricho do artista?

Não! Verdade incontestável, pura realidade, pois desde então ardia, cintilava, palpitava. No-lo confirma São Paulo na sua carta ao seu discípulo Tito: “Manifestou-se a bondade de Deus, nosso Salvador, e o seu amor para com os homens” (3,4). Sim manifestou-se na gruta de Belém.

Com efeito, antes do nascimento de Cristo, quem pensaria, ou suspeitaria que Deus tivesse um coração?! Nem os gentios, habituados a considerar os seus deuses como seres horríveis, monstruosos, expressão da força e do poder, sem coração e sem amor, insensíveis às tribulações humanas, sem o mínimo afecto; e muito menos os Israelitas, habituados à lei do terror, a ponto de terem medo de Deus e crer que não se podia ouvir a Sua voz sem morrer (Ex 20,18-21). Pela primeira vez o mundo soube e viu, em Belém, que Deus tem um coração; ali sentiu palpitar de amor por nós, por todos os homens, o divino coraçãozinho do Menino Jesus, o Coração de Deus feito homem.

Não, não foi apenas no Calvário que Jesus deu a suprema prova do seu infinito amor por nós: foi também na gruta de Belém: no Calvário, sobre a Cruz, completou o seu horrifico sacrifício; na Encarnação e no seu nascimento, iniciou-o fazendo-Se homem, tornando-Se menino.

Que um homem aspire a ser Deus, compreende-se, porque a tal o impedem a soberba, o orgulho, a ambição; mas que um Deus se humilhe até fazer-Se homem, é incompreensível, é o cúmulo da condescendência, é o maior acto de humildade – ensina São Tomás de Aquino (in Credo in Deum) – que só encontra explicação no incomensurável amor de Deus por nós, e isto bastaria para nos revelar quanto Jesus nos amou e ama. E até que ponto! Até se revestir da nossa carne e nascer num estábulo, na força do frio, deitado sobre palhas numa manjedoura.

Ali, naquele estábulo, sobre aquelas palhas se manifestou o Coração de Jesus Cristo-Deus, como uma autêntica epifania do seu imenso amor.

E que bem o compreenderam os Santos, que enlouqueciam de amor e ternura diante de Jesus no presépio, como São Francisco de Assis, promotor dos presépios, Santo António de Lisboa, Santa Catarina de Sena, Santa Rosa de Lima, Santa Teresinha do Menino Jesus e tantos outros.

Aproximemo-nos, pois, também nós, do Menino Jesus e, como fez o Apóstolo São João na Última Ceia, apoiemos o rosto no Seu peito a fim de sentirmos os latejos do Seu divino Coração, ardente de amor por nós, e roguemos-Lhe nos inflame nesse amor, já que “amor com amor se paga”.

Com razão, por conseguinte, escreveu São Paulo: “Se alguém não ama o Senhor, seja anátema”, seja maldito (1 Cor 16,22).

HÉLDER GONÇALVES

segunda-feira, 25 de junho de 2012

LÍNGUA DE JESUS

Durante o Iº século, na terra onde viveu Jesus, consta que se utilizavam quatro línguas: aramaico, hebraico, grego e latim.
Dentre elas, a língua oficial e, ao mesmo tempo, a menos utilizada, era o latim. Usavam-no quase exclusivamente os funcionários romanos ao conversar entre si, e conheciam-no também algumas pessoas cultas. Não parece provável que Jesus tivesse estudado latim nem que o empregasse nas suas conversas de todos os dias.

Quanto ao grego, não seria de admirar que Jesus se servisse dele algumas vezes, já que muitos comerciantes e artesãos da Galileia sabiam essa língua, ou, pelo menos, conheciam os rudimentos da mesma necessários para uma simples actividade comercial ou para comunicar com os habitantes das cidades; de facto, estes eram, na sua maioria, gente de cultura helénica.

O grego também era utilizado na Judeia: calcula-se que oito a quinze por cento dos habitantes de Jerusalém falassem grego. Apesar de tudo, não se sabe se Jesus terá usado alguma vez o grego, nem é possível deduzi-lo com absoluta certeza de nenhum texto, mas tampouco se pode pôr de parte essa hipótese. É provável, por exemplo, que Jesus tenha falado com Pilatos nessa língua.

Por outro lado, as repetidas alusões dos evangelhos à pregação de Jesus nas sinagogas e às suas conversas com os fariseus sobre diversos textos da Escritura levam-nos a pressupor que Ele terá conhecido e utilizado algumas vezes a língua hebraica.

No entanto, embora Jesus conhecesse e por vezes usasse o hebraico, como linguagem coloquial e na sua pregação deveria falar em aramaico, que era a língua habitual de uso diário entre judeus da Galileia. De facto, em certas ocasiões, o texto grego dos Evangelhos deixa em aramaico palavras ou frases soltas postas na boca de Jesus: talitha qum (Mc 5,41), corban (Mc 7,11), effetha (Mc 7,34), geena (Mc 9,43), abbá (Mc 14,36), Eloí, Eloí, lema sabachtani? (Mc 15,34), ou dos seus interlocutores: rabbuni (Mc 10,51).

Os estudos acerca da transformação linguística dos Evangelhos indicam, além do mais, que as palavras neles recolhidas devem ter sido pronunciadas originariamente numa língua semítica: o hebraico ou, mais possivelmente, o aramaico. Na estrutura peculiar do grego usado nos Evangelhos, entrevê-se uma raíz sintáctica aramaica.

Mas também se pode deduzir do facto de certas palavras colocadas pelos Evangelhos na boca de Jesus ganharem particular força expressiva quando traduzidas para aramaico, que há palavras que são utilizadas com uma carga semântica distinta da habitual em grego, derivada de um uso semitizante. Inclusive, em certas ocasiões, ao traduzir os Evangelhos para uma linguagem semítica, nota-se neles alguns jogos de palavras que passam despercebidos no original grego.

HÉLDER GONÇALVES


sábado, 23 de junho de 2012

ALEXANDRE MAGNO

Os três pedidos de Alexandre Magno

Quem não conhece Alexandre Magno, o célebre conquistador, um dos maiores líderes da humanidade, que se tornou rei da Macedónia aos vinte anos, após o falecimento de seu pai, Filipe.

Este extraordinário guerreiro que não tinha perdido nenhuma batalha contra nenhum grande exército, perdeu a última contra um simples mosquito. Dizem que picado por um mosquito foi atingido por uma grande febre que, em poucos dias o levou à sepultura.

Prestes a morrer dizem que convocou os seus generais e lhes fez estes três pedidos:

- Que o seu caixão fosse transportado pelos melhores médicos da Grécia.

- Que todos os tesouros que tinha conquistado (ouro, prata, pedras preciosas) fossem espalhados e pisados pelos que transportavam o seu caixão.

- Que as suas mãos ficassem abertas e, se possível, fora do caixão.


Admirados com estes desejos tão insólitos, um dos seus generais perguntou-lhe o que queria dizer com isso. Alexandre Magno terá respondido assim:


- Quero que os médicos transportem o meu caixão para dizer a toda a gente que, não obstante toda a sua ciência e boa vontade, eles não têm puder sobre a morte.

- Quero que os tesouros conquistados sejam pisados pelos que transportarem o meu caixão para que todos vejam que os bens materiais conquistados neste mundo aqui permanecem.

- Quero as minhas mãos abertas balançando ao sabor dos passos dos que me conduzem para que todos meditem que viemos ao mundo com as mãos vazias de todos os bens materiais e daqui partimos também com as mãos vazias de tudo o que é terreno...

Se é verdade isto que se conta de Alexandre Magno, que bela lição ele nos deixou!

* O homem deve possuir somente o que deve levar deste mundo.

* O que se encontra ao chegar e o que deixa ao partir restrinnge-se à sua permanência na terra.

* Usufruir de bens na terra não significa ter posse real e efectiva.

*Tesouros, terrenos ou outros não serão transportados na hora da nossa morte.

* A nossa bagagem de volta não tem que pesar nas mãos... A alma sim, essa tem que ir repleta! Ignorante aquele que pensa o contrário e que só valoriza os bens materiais aqui na terra.

HÉLDER GONÇALVES

quinta-feira, 21 de junho de 2012

CURIOSO 13

Papa João Paulo II
Lembras-te desta Pessoa Querida ?

JAN PAWEŁ DRUGI (João Paulo II) NA LÍNGUA POLONESA 13 Letras


Tornou-se Papa aos 58 anos de vida 5+8 = 13


O seu pontificado durou 9301 dias 9+3+0+1=13



Atentado a João Paulo II

Sofreu um atentado a 13 de Maio


Faleceu na 13ª semana do Ano


Quando faleceu ele tinha 85 anos 8+5 = 13


Data da sua morte 02.04.2005 0+2+0+4+2+0+0+5 = 13


Morte de João Paulo II

A hora da sua morte 21h37m 2+1+3+7 = 13


Ele foi 265º Papa 2+6+5 = 13



Devoção a Maria


13 é o número de Maria




HÉLDER GONÇALVES


quarta-feira, 20 de junho de 2012

CRUZ DOS ANJOS

No ínicio do século IX, o rei Afonso II mandou fazer a Cruz dos Anjos e doou-a à Catedral de Oviedo (808).

O monarca ordenou que a cruz contivesse uma inscrição ameaçadora: "Quem ouse roubá-la do local a que a doei por livre vontade que seja fulminado por um raio divino".

Trata-se de uma peça rica, ornamentada com pedras preciosas verdes e vermelhas, misturadas com esmaltes, que enriquecem os braços de ouro, cobertos de filigranas semelhantes às jóias carolíngias.

A Cruz dos Anjos encontra-se na Câmara Santa da Catedral de Oviedo. É um dos melhores exemplos de como a arte moçárabe se infiltrou até ao Norte, fazendo chegar à arte asturiana a técnica bizantina.

Esta cruz está igualmente no escudo de Oviedo e, rezam as crónicas, foi lavrada por seres celestiais, o que encaixa na tradição de época, uma vez que a península estava, na sua quase totalidade, nas mãos dos árabes.

Restava apenas um reduto - as Astúrias, região pobre e montanhosa, tinha sido o local escolhido pelo que restava das forças cristãs para ali se refugiarem, tendo sido o único território que escapou à ocupação.

Catedral de Oviedo
De costas para o abismo, os reis visigodos travaram, com êxito, batalhas cruciais contra as forças muçulmanas, as quais acabaram por se desinteressar da região, erro que acabariam por pagar caro, pois foi exactamente a partir daquele pequeno núcleo que, séculos mais tarde, se iniciou a Reconquista, que haveria de culminar no fim do século XV (1492) com a expulsão das forças mouras de Granada.

HÉLDER GONÇALVES

segunda-feira, 18 de junho de 2012

CAFARNAÚM - A cidade adoptiva de Jesus

Deus veio procurar um povo…

Todos recordamos de forma especial alguns lugares… da nossa infância, da nossa juventude; lugares que nos proporcionaram momentos felizes e encontros significativos, que nos abriram novos horizontes.

O mesmo acontece na Bíblia. O “contacto” com os lugares bíblicos ajuda a ver detalhes e valores da Bíblia, que ficariam na sombra numa leitura que não considere o contexto onde ela se formou.

Foi em lugares concretos que, nos milénios que precederam a Encarnação, Deus veio procurar um povo entre os países do Médio Oriente, dos quais Israel faz parte, para que se tornasse testemunha da sua revelação e do seu Amor.


“Galileia dos gentios”… para Deus os primeiros!

A Galileia é a região mais ao Norte da Palestina. Na sua parte montanhosa estão as povoações de Naim, Nazaré e Canã. A parte mais plana, à volta do lago de Tiberíades, era abundante em cereais, fruta, oliveiras e vinhas, bem como em pesca e derivados. Aí estavam as cidades da Cafarnaúm, Corozaim e Betsaida. O ambiente era muito agrícola e piscatório, facto que influenciará a linguagem de Jesus.

Por a população se ter misturado com os estrangeiros, não-judeus de religião, os galileus não eram bem vistos pelos judeus fervorosos, que chamavam à região “Galileia dos gentios”, qualquer coisa como “distrito dos ateus”.


Início do ministério público de Jesus

Depois das tentações no deserto e da prisão de João Baptista, o Evangelho de Mateus refere que Jesus “abandonando Nazaré, foi habitar em Cafarnaúm, cidade situada à beira-mar” (Mt 4,13)

Nos Evangelhos sinópticos, Cafarnaúm é o centro da actividade de Jesus na Galileia.

A partir desse momento Jesus iniciou o seu ministério público, tendo começado a pregar dizendo: “Convertei-vos, porque está próximo o Reino dos Céus” (Mt 4,17).


Chamamento dos primeiros discípulos

É significativo que, no início do seu ministério, a primeira pregação do Reino seja seguida da vocação dos primeiros discípulos; “passando ao longo do mar da Galileia, viu Simão e André, seu irmão, que lançavam as redes ao mar, pois eram pescadores. E disse-lhes Jesus: “Vinde comigo e farei de vós pescados de homens” Deixando logo as redes, seguiram-no” (Mc 1,16-18).
O mesmo sucedeu com Tiago e João (cf. Mc 1,19-20).

O seguimento de Jesus é o primeiro sinal da chegada do Reino.

O próprio Jesus é a boa nova do reino; na sua pessoa, na sua mensagem e na sua obra está presente a salvação que o Reino de Deus traz ao homem.


Uma jornada intensa

O evangelista Marcos (Mc 1,21-39) descreve-nos a intensa actividade que Jesus desenvolveu em Cafarnaúm no espaço de dois dias. O evangelista refere: 1º, Cura da sogra de Pedro. 2º, Cura de uma multidão de doentes e de endemonhiados. 3º Oração e actividade missionária itinerante de Jesus. É a chamada “Jornada de Cafarnaúm”, considerada como o dia-tipo na vida pública de Jesus.

Entre tantos outros acontecimentos, é também em Cafarnaúm que Jesus apresenta a grande promessa da Eucaristia (cf, Jo 3,22-7). Fala da fé, anúncia que Ele é o verdadeiro pão que dá vida.


Cafarnaúm, aqui e agora

Segundo o exemplo de Jesus, “as alegrias e esperanças, as tristezas e angústias dos homens do nosso tempo, sobretudo dos pobres e de quantos sofrem, são por sua vez alegrias e esperanças, tristezas e angústias dos discípulos de Cristo. Nada há verdadeiramente humano que não encontre eco no seu coração” (GS 1)

Colocar-se no aqui e agora, como fez Jesus, é a coerência que os que querem ser seus discípulos devem ter.

HÉLDER GONÇALVES

sábado, 16 de junho de 2012

10 MANDAMENTOS PAPA JOÃO PAULO II

1º Não tenhais medo! João Paulo II disse esta frase quando assumiu o seu Pontificado em 1978. Quando eu disser a Deus e a Maria “sou todo Teu”, o Espírito Santo começa a fazer na minha vida tudo o que é da vontade de Deus.

2º Abri as portas ao redentor! Não se feche ao Espírito Santo, não queira ter um Deus intimista. Deus quer que tu abras o teu coração de tal maneira a não existir mais nenhuma sombra dentro dele.

3º Creia e Adore Jesus na Eucaristia! João Paulo II é o papa da Eucaristia. Como ele, creia e adore Jesus Eucarístico. Ficarão até ao último instante na batalha final, aqueles que crêem e adoram a Jesus Eucarístico.

4ª Seja todo de Maria! Se eu for todo de Maria eu serei todo de Jesus. Nossa Senhora não pode ficar escondida.

5º Peça perdão e perdoe sempre! Ninguém pode ser seguidor de Cristo sem perdoar e ter a humildade de pedir perdão.

6º Carregue a sua cruz com amor e alegria! A vida de João Paulo II ensina-nos a carregar a cruz com amor e com alegria.

7º Seja sempre uma pessoa de paz! Se alguém vier discutir consigo, diga logo: “eu sou da paz”.

8º Defende a vida com a tua vida! Se for preciso, defende a vida com a tua vida. Luta contra o aborto, se for preciso morrer por uma pessoa, morra.

9ª Orai e vigiai sem cessar! Não deixe nenhuma brecha para o inimigo. Se tu deixares uma brecha, ele entra. Ele fica a rodear, ele não dorme, não tem corpo nem se cansa. Ele fica a observar e na hora em que você decidir descansar ele entra. Portanto, vigiai e orai sem cessar.

10º Confie sempre na Misericórdia Divina! Poucos dias antes de morrer, João Paulo II preparou um discurso, que após a sua morte foi lido para mais de 130 mil pessoas na Praça de São Pedro. Neste discurso ele escreveu: “que a humanidade acolha e compreenda a Divina Misericórdia”. Esta foi a última mensagem que João Paulo II nos deixou. Depois disso, nos braços de Cristo misericordioso, no primeiro sábado – dia do Imaculado Coração de Maria – do mês de abril de 2005 – vésperas da Festa da Misericórdia, João Paulo II foi elevado ao céu. Um homem todo de Deus e todo de Maria.

HÉLDER GONÇALVES

sexta-feira, 15 de junho de 2012

AS 12 PROMESSAS

As 12 promessas do Sagrado Coração de Jesus feitas em favor dos seus devotos a Santa Margarida Maria Alacoque.


- Eu darei aos devotos do Meu Coração todas as graças necessárias a seu estado.

- Estabelecerei e conservarei a paz em suas famílias.

- Eu os consolarei em todas as suas aflições.

- Seri seu refúgio seguro na vida, e principalmente na hora da morte.

- Lançarei bênçãos abundantes sobre todos os seus trabalhos e empreendimentos.

- Os pecadores encontrarão em Meu Coração, fonte inesgotável de misericórdia.

- As almas tíbias tornar-se-ão fervorosas pela prática dessa devoção.

- As almas fervorosas subirão em pouco tempo a uma alta perfeição.

- A minha benção permanecerá sobre as casas que se achar exposta e venerada a imagem de meu Sagrado Coração.

10ª - Darei aos Sacerdotes que praticarem especialmente essa devoção o poder de tocar os corações mais endurecidos.

11ª - As pessoas que propagarem essa devoção terão os seus nomes inscritos para sempre no meu Coração.

12ª - A todos os que comungarem nas primeiras sextas feiras de nove meses consecutivos, darei a graça da perseverança final e da salvação eterna.

HÉLDER GONÇALVES

terça-feira, 12 de junho de 2012

PALAVRA SACRAMENTO

A palavra sacramento deriva do latim «sacramemtum», que era o termo técnico que exprimia o juramento de bandeira dos soldados romanos.
Designou também a quantia de dinheiro que se deixava em lugar sagrado antes de começar um processo civil e que, caso se perdesse, ficava nesse lugar para ser empregado. Ambos os significados, juramento militar e depósito de dinheiro por ocasião de um processo, baseiam-se no mesmo, isto é, na consagração público-jurídica  do juramento mediante uma auto-maldição em caso de perjúrio.

A palavra era empregada pelos cristãos já antes de Tertuliano. Foi utilizada para traduzir o vocábulo grego  mysterion nos textos biblicos, indicando o plano de salvação que Deus foi revelando. Aplica-se também ao Baptismo e à Eucaristia e, mais concretamente, às promessas do Baptismo comparando-as assim com o juramento de bandeira dos militares.

Santo Agostinho esboça o conceito estrito de sacramento ao defini-lo como sinal sagrado ou palavra visível. A palavra, como sinal principal de comunicação entre os homens, serve para explicar o papel destas outras realidades cuja mensagem se recebe pela vista (palavra visível). É próprio do sacramento ser sinal visível duma realidade invisível. No visível do sinal há uma semelhança com o invisível significado. O sinal sacramental indica duas coisas: uma atitude já tomada realidade no homem, sem a qual a realização do sacramento carece de sentido, e uma eficácia ou força salv´fica comunicada pela realização sacramental.

Durante muitos séculos, a palavra sacramento, usada como sinónimo de símbolo do sagrado, aplicava-se a centenas de sacramentos. Santo Agostinho chega a enumerar 304 sacramentos. A partir do século XII, começam a sobressair sete gestos primordiais da Igreja que são os sete sacramentos actuais. No sínodo de Lião, França (1274) e no Concílio de Florença (1339), a Igreja já assumiu oficialmente esta doutrina e, por fim, no Concílio de Trento definiu-se que «os sacramentos da Nova Lei são sete, nem mais nem menos».

Actualmente, os teólogos falam de Cristo como sacramento original e da Igreja como sacramento raíz e também dos pobres como sacramento de Cristo.

A expressão mistério (do grego 'mysterion') significou inicialmente «desígnio» ou «plano secreto». Posteriormente, empregou-se para se referir aos ritos secretos das religiões mistéricas e daí passou a designar os ritos de iniciação cristã (Baptismo, Confirmação e Eucaristia), chegando a ser sinónimo de símbolo e de sacramento.  Este termo acentua mais o matiz de experiência invísivel e inefável vivida nas celebrações sacramentais.

As realidades a que hoje chamamos sacramentos foram também denominadas sinais, realçando a sua capacidade de nos levarem ao conhecimento doutra coisa, mas, nesta linha, parece mais feliz a palavra símbolo (do grego 'symballein'), reunir ou juntar). Originariamente, símbolo era cada uma das duas metades dum objecto partido (anel, cana, moeda, etc) que encaixavam perfeitamente ao serem juntas. Depois empregou-se para designar os objectos ou gestos capazes de evocar realidades que não podem ser enunciadas ou definidas de modo adequado mediante conceitos ou termos abstratos. O símbolo tem sempre uma semelhança com a realidade expressa, que constitui a base da evocação e da expressão. Os sacramentos cristãos foram chamados símbolos, porque exprimem as experiências fundamentais da vida cristã, que são invisíveis, inefáveis e indefiníveis.

HÉLDER GONÇALVES

domingo, 10 de junho de 2012

SERÁ QUE JESUS TEVE IRMÃOS?

A Virgem Maria concebeu Jesus sem a colaboração de um homem (Mt 1,25) e não teve mais filhos, como também o sugere o facto de Jesus, na cruz, ter confiado sua Mãe a João (Jo 19,27). Isto nos transmitiu a tradição da Igreja, que declarou Maria como a aeiparthenos, a «sempre virgem».

Trata-se de uma verdade de fé conforme aos textos evangélicos. As expressões contidas nestes relatos que parecem contradizê-la devem ser correctamente entendidas:

a) Diz o Evangelho que Jesus é o primogénito de Maria (Lc 2,7), o que implicaria ser o mais velho de vários irmãos. No entanto, o termo «primogénito» é a forma legal de tratar o primeiro filho e não implica que tenha havido outros irmãos depois dele, como se evidencia através do testemunho de uma conhecida inscrição judaica encontrada no Egipto, na qual se faz referência a uma mãe que morreu ao dar à luz o seu «filho primogénito».

b) As palavras de Mateus 1,25 «e, sem que a tivesse conhecido, ela deu à luz um filho», poderiam traduzir-se literalmente «e não a conheceu até que deu à luz». A conjugação grega heos, «até que», implicaria que logo depois tivesse havido coabitação. No entanto, esta conjunção indica apenas o que ocorreu até ao momento, neste caso a concepção virginal de Jesus, omitindo a situação posterior.

Encontramos a mesma conjunção em Jo 9,18, onde se diz que os fariseus não creram no milagre da cura do cego de nascença «até que» chamaram os pais deste. Contudo, é-nos dito em seguida que esses fariseus tampouco creram depois disso.

c) Nos textos evangélicos há referências explícitas a uns «irmãos e irmãs» de Jesus (Mc 3,32; 6,3), indicando-se inclusivamente, o nome de quatro deles: «Tiago, José, Simão e Judas» (Mc 6,3). Destes quatro, Tiago desempenhará um importante papel na Igreja primitiva, como cabeça da Igreja em Jerusalém, sendo conhecido como «Tiago, o irmão do Senhor» (Gl 1,19; 1 Cor 15,7).

Face a isto, há que saber que em hebreu e aramaico não existe um termo específico para indicar o grau de parentesco, pelo que todos os parentes são «irmãos». A palavra grega adelfós («irmão») que aparece nos Evangelhos (textos que reflectem um mundo semita e não grego) tem um significado muito amplo, que vai desde irmão de sangue até meio-irmão, cunhado, primo, tio, vizinho, discípulo, etc. no Gen 13,8 diz-se que Abraão e Lot eram irmãos, quando, na realidade, através de outros dados sabemos que eram tio e sobrinho. Em Mc 6,17 diz-se que Herodíades se casara com Herodes, «irmão de Filipe», quando na realidade eles eram meios-irmãos, pois a sua mãe não era a mesma. Em Jo 19,25 indica-se que estavam junto à cruz de Jesus «sua mãe e a irmã de sua mãe, Maria de Cleofás», quer dizer, duas Marias, que deviam ser parentes e não irmãs, já que tinham o mesmo nome.

É verdade que existe em grego a palavra anepsios para «primo», mas só aparece uma vez no Novo Testamento (Cl 4,10). Afirma que, se eles fossem primos e não verdadeiros irmãos, os evangelistas teriam utilizado este termo ou teriam deixado algum outro indício constituí uma suposição a priori. O testemunho de Hegisipo, recolhido por Eusébio, que fala de «Tiago, irmão do Senhor» (História Eclesiástica, 2,23) e «Simão, primo do Senhor» (História Eclesiástica, 4,22) não é concludente. O primeiro pode entender-se como título pelo qual era conhecido Tiago, sem se pretender precisar o grau de parentesco.

A não ser que o contexto o precise, é impossível saber o significado exacto da palavra «irmão» e o respectivo grau de parentesco ou relação. Jesus é conhecido como o «filho de Maria» (Mc 6,3), enquanto os «irmãos e irmãs» de Jesus nunca são assim chamados, nem sequer quando se menciona Maria, mãe de Jesus, e com os irmãos de Jesus» (Act 1,14). Jesus é o filho único. A tradição da Igreja (e não as análises filológicas aparentemente prováveis nem os testemunhos isolados, por muito antigos que estes sejam), segundo a interpretação mais de acordo com os textos evangélicos, é a verdadeira intérprete destes textos. Esta mesma tradição explicou que nas passagens do Novo Testamento a expressão «irmãos, irmãs» de Jesus deve entender-se como «parentes», segundo o significado da palavra grega. Qualquer outra interpretação é possível, mas arbitrária.

HÉLDER GONÇALVES

quinta-feira, 7 de junho de 2012

PROCISSÃO DO CORPO DE DEUS

A Diocese de Viana do Castelo, engalanou-se mais uma vez para receber a procissão do Corpo de Deus.

O feriado do Corpo de Deus, nesta quinta-feira seguinte à Santíssima Trindade, não é para os cristãos apenas mais um dia de descanso. É sim um dia de sublinhar que Cristo está presente no pão consagrado.

Este marco religioso encontra-se sedimentado no século XIII. A partir daí multiplicam-se as celebrações em dia de Corpo de Deus. Para Francisco, um dos pastorinhos, “Jesus é o amigo escondido”, de facto em dia de Corpo de Deus enaltece-se a presença de Cristo na hóstia, que contém o Corpo e o Sangue de Cristo para a salvação do mundo.

Inclusive, numas breves palavras dirigidas aos crentes pelo Bispo Diocesano, D. Anacleto Oliveira, aquando das vésperas cantadas, ficou claro que neste dia “Cristo saí à rua connosco, e convida-nos a todos os que n’Ele acreditamos”.

Em todas as dioceses de Portugal encontramos procissões ao Corpo de Deus. Segundo as regras canónicas, cabe ao Bispo Diocesano a presidência "para testemunhar publicamente a adoração e a veneração para com a Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo" (cân. 395).

Em Viana do Castelo, Dom Anacleto, presidiu a estas celebrações.

Em lugar central ía o Corpo de Cristo transportado pelas mãos do Bispo Diocesano Dom Anacleto, com pompa e circunstância ao toque da fanfarra da Meadela e da Banda de Música de Barroselas. Participaram nesta procissão os sacerdotes e seminaristas diocesanos, confrarias, acólitos, cerufrários, escuteiros. Atrás, em oração e contemplação ao Corpo de Cristo, seguiam alguns milhares de crentes.

O Corpo de Cristo recolheu à Sé Catedral, por volta das 17h00, e as pessoas rápidamente rumaram a suas casas. No regresso pairava no ar o cheiro do incenso levado pelo ligeiro vento que se fez sentir.

Aqui deixo algumas imagens desta tarde:






HÉLDER GONÇALVES


CORPO DE DEUS - Tapetes em Caminha

A Solenidade do Corpo de Deus, é festejado em muitos locais, com as mais diversas manifestações de fé por parte dos fiéis e habitantes locais.

Neste dia, muitas das paróquias aproveitam esta data para fazerem a Primeira Comunhão e a Comunhão Solene a todas as crianças e jovens que frequentam a catequese.

Mas desta vez queria destacar os tapetes que são feitos em Caminha, uma pequena povoação, que deste modo manifesta o seu amor e carinho pelo Corpo de Deus.

Caminha mais uma vez trabalhou arduamente durante toda a noite e parte da manhã de hoje, para decorar e fazer os seus tapetes tradicionais afim de acolher esta tarde a Majestuosa Procissão do Corpo de Deus.

São várias ruas ou seja algumas centenas de metros decoradas, com flores, serrim , sal, verdes, etc... muito trabalho e imaginação onde esta população de cerca de 5.000 mil habitantes sente orgulho e não deixa morrer a tradição.

Serão milhares os forasteiros que ali se deslocam de Portugal e Espanha. Vale apena a visita e se puder participe na procissão.

Aqui deixo algumas imagens tiradas esta manhã:










HÉLDER GONÇALVES

quarta-feira, 6 de junho de 2012

CORPO DE DEUS

A solenidade do Santíssimo Corpo e Sangue de Cristo, na verdade, trata-se de Deus, como Ele a si mesmo se tratou em Cristo, com tão absoluto auto-desprendimento em nosso favor, com tão grande entrega por nós e a nós, em dádiva total.
 
Precisamente assim, como O guardamos na Santíssima Eucaristia. Nela recebemos a Deus e O acolhemos na sua humildade espantosa, em tão inaudito dom de si.
 
E a esta luz imensa poderemos compreender melhor o que seja um corpo - o Corpo de Deus - e o que havemos de ser nós também, na nossa dimensão corporal.
 
A frase chave é a que disse Jesus: “Tomai: isto é o meu corpo”.
 
Assim o disse Cristo, como o repetimos em cada Eucaristia, memória viva do que então nos foi oferecido. E sabemos pela fé - que é a maneira mais certeira de saber alguma coisa - que, no seu corpo, é Jesus mesmo quem se oferece. Não é algo seu, mesmo que excelso: é Ele próprio, inteiramente assim.
 
Nunca havemos de imaginar Deus, o que seria impossível, pois está antes, depois e acima de qualquer pensamento limitado. E porque sabemos que Ele próprio se auto-manifestou em Cristo, Palavra em que se comunica e figura em que se apresenta. Manifestou-se em Cristo, corpo vivo nascido da Virgem Maria: menino, adolescente, jovem e adulto, página a página dos Evangelhos, em cada choro ou sorriso, em cada frase ou silêncio, em cada oração ou brado, em cada baga de suor ou sangue. Assim é Deus, no corpo vivo de Jesus Cristo.
 
Há muito tempo, como ouvimos de Moisés, o sangue aspergido dos novilhos, lembrava a aliança entre Deus e o seu povo. Agora é o próprio sangue de Cristo, "derramado pela multidão dos homens", que sela a aliança em que vivemos. No tempo antigo, recordava-nos a Epístola aos Hebreus, derramou-se o sangue de cabritos e novilhos, para purificar o povo, legal e exteriormente ainda. Agora é o sangue de Cristo que "purifica a nossa consciência das obras mortas, para servirmos ao Deus vivo!".
 
Compreendamos então a "lógica" do verdadeiro amor, pois é dela que se trata. Quem ama aproxima-se do objecto do seu amor, em dom total de si mesmo e vinculação perpétua ao outro. Por isso "incarna" na carne de quem ama; por isso se "corporiza" em atitudes concretas de dedicação provada. Assim fez Deus em Cristo, relacionando-se totalmente com a nossa humanidade, que tomou como sua; assim se abeirou de nós, num corpo em que se ofereceu e nos fez seus. Para sempre, como "herança eterna prometida", na expressão da mesma Epístola.
 
Excessos de amor autêntico e divino, que nos "definem" Deus como nunca O conseguiríamos imaginar! Definem realmente, porque, estando além de qualquer tamanho, se fez pequeníssimo e limitado para vir ao encontro das nossas inúmeras limitações e as alargar por dentro, na única amplidão do seu infinito e tão comprovado amor, pessoa a pessoa, caso a caso. Poderemos reflectir a partir daqui; nunca o poderíamos calcular, sem a revelação divina que Jesus é e nos patenteia.
 
Continuemos a espantar-nos com a realidade; não nos habituemos a ela, pois é ela mesma que nos vai habituando a si: a hóstia consagrada que adoramos, é Deus, é o Corpo de Deus. Concluiu em sacramento e sinal vivo do seu amor a longa caminhada em que nos procurou e procura, revelando que a sua essência é misericórdia.
 
Do ventre puríssimo da Virgem Santa Maria, o corpo de Cristo nasceu e cresceu, como os Evangelhos o noticiam: desdobrou-se em palavras e gestos de salvação de corpos e almas, em três anos de incansável missão. Foi embalado por sua Mãe e chegou a ser ungido e perfumado depois; mas sofreu todas as vergastadas do ódio, todos os espinhos da coroa e todos os cravos da cruz, sendo sepultado por fim...
 
Por fim, ou antes por começo. No começo novíssimo em que apareceu ao terceiro dia, na corporização ressuscitada que O faz continuar connosco agora, aqui e em todas as igrejas do mundo; também em todos os corpos que riem ou choram, para nos esperar nos outros e ser estimado e servido em cada um. Também para ser pão e alimento nosso no Santíssimo Sacramento da Eucaristia, cumprindo principalmente deste modo a promessa feita: "Eu estou sempre convosco até ao fim dos tempos".
 
É assim que o Corpo de Cristo, Corpo de Deus está connosco: proximidade total, coexistência completa e companhia eterna. Todo o percurso foi seu, pelo áspero caminho que lhe abrimos; não é demais que O acolhamos agora, em acção de graças que também nos comprometa a nós, para que, feitos um com Ele, O deixemos chegar por nós aos outros, a todos e a cada um dos outros.
 
Na verdade é isto mesmo o nosso corpo: sobretudo à luz de Cristo, a nossa corporeidade é o nosso ser para os outros. E nada menos do que isto, para não definharmos, nem gastarmos sem ganho próprio e alheio a imensa possibilidade der ser e conviver que transportamos em nós. Como toda a realidade, a dimensão corporal de cada um ou se torna dom ou enquista e morre.
 
Há muito que nos atrai sobre todas a magnífica beleza do Crucificado. É o Crucificado que ressuscita, mantendo as marcas da crucifixão, pois todo o esplendor lhe realça o amor com que se entregou a nós e por nós, por cada espinho, por cada cravo, pelo coração aberto. - Como refulgem também as rugas dos que envelheceram na caridade de Cristo, única beleza que perdura! - Como irradia a serenidade de quem espera na dor e para além da dor, dando mais esperança aos outros do que auto-comiseração a si mesmo! - Como rebrilham os mil cansaços generosos, as mãos gastas de tanto darem, os trajes comuns dos que se resumiram na túnica inconsútil que Cristo nos deixou no Gólgota!
 
Tudo sinais do corpo ressuscitado de Cristo, que os associa a si, na caridade que o seu Espírito derrama. Esses verdadeiramente O comungam no Santíssimo Sacramento do seu Corpo e Sangue; esses realmente O levam na procissão dos seus corpos e gestos generosos, sacramentos vivos dum eterno amor.
 
Pelo contrário, amados irmãos e irmãs, muito pelo contrário, que tristeza prevista em tantos corpos que se gastam antecipadamente em belezas exteriores e egoístas; que se esbanjam em aparências fugazes de mil estéticas vazias, tão repetitivas e monótonas...
 
Tudo, absolutamente tudo, definha e seca, ainda antes de tempo, quando não corporiza a caridade. A caridade oferece-se em alimento de todas as circunstâncias e urgências; dá-se na generosidade duma só Cruz, esplende no fulgor dos que corporizam os sentimentos de Cristo. Inversamente, o egoísmo, latente ou induzido em superficialíssimas feiras de vaidades, reduz os corpos a aparências fugazes, esvazia-os do seu significado relacional e adianta-lhes as cinzas garantidas.
 
"Corpo de Deus", irmãos e irmãs, é o que temos hoje, realmente oferecido na dádiva total de Cristo. Comungando-o devotamente, com Cristo o havemos de ser, para as mil indigências do corpo e da alma do mundo. Deste nosso mundo nas suas actuais circunstâncias, de que nos abeiraremos na procissão permanente dos gestos partilhados e oferecidos.
 
HÉLDER GONÇALVES
 

terça-feira, 5 de junho de 2012

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS

O primeiro devoto do Sagrado Coração de Jesus foi Apóstolo amado, São João Evangelista, o qual se reclinou no peito do Divino Mestre.

Entre os Padres da Igreja que escreveram sobre esta devoção encontram-se Tertuliano, São Cipriano, Santo Ambrósio, São João Crisóstomo, São Basílio, São Gregório Nazianzeno, Santo Efrém e sobretudo Santo Agostinho, quem colocou nos lábios de Nosso Senhor as seguintes palavras: “Considera, ó homem, quanto sofri por teu amor. A minha cabeça foi coroada de espinhos, meus pés e minhas mãos transpassados, meu Sangue derramado. E, por último, abri-te o meu coração, e dei-te a beber do precioso Sangue que dele corre! Que mais queres? Cheguemo-nos portanto a esta fonte de água viva, cuja água salutar Ele nos dará gratuitamente a beber" (Tract. CXX in Joan.).

Na Idade Média, da devoção ao Sagrado Coração de Jesus, ocuparam-se São Boaventura, Santo Tomás de Aquino, o Beato Henrique Susa, Tauler e o Doutor melífluo, São Bernardo: "Oh! que bom e agradável é habitar neste Coração! Oh! Precioso tesouro, pedra rara, encontrada ao cavar-se no campo do vosso Corpo, bom Jesus! Quem poderia rejeitar pérola tão preciosa? Ó Jesus, atraí-me a esse sagrado Coração, e, para eu lá poder morar, lavai-me das minhas iniquidades" (Tract. de Passione, cap III).

Diversos videntes e contemplativos dos tempos medievais e modernos receberam manifestações desse Sagrado Caração. Assim, as santas: Gertrudes, Mechtilde, Lutgarda, Catarina de Siena, Magdalenade Pazzi, Catarina de Génova, Margarida de Cortona, Ângela de. Faligna, Clara de Mantefalco, Margarida da Hungria, Francisca Romana, Joana de Valois, Joana de Chantal, etc.

Nosso Senhor, porém, reservou a Santa Margarida Maria Alacoque as grandiosas revelações sobre o seu Sagrado Coração, entre os anos de 1673 a 1675.

O Salvador, nas citadas revelações, lamentou amargamente, a par do rancor, a indiferença com que tantas almas consideram seu adorável Coração.

Cristo ontem, hoje e sempre. É preciso saber que é nesse Sagrado Coração que o homem combalido dos nossos dias encontrará sempre os recursos mais inesperados para as situações mais desesperadoras.

HÉLDER GONÇALVES

domingo, 3 de junho de 2012

SANTÍSSIMA TRINDADE

Glória ao Pai,
ao Filho,
e ao Espírito Santo.

já repararam de certeza, que todas as orações da Igreja e não só, começam e terminam sempre com a invocação da Santíssima Trindade: em nome e no amor do Pai, da graça do Filho, Jesus Cristo, e na comunhão do Espírito Santo.

A Festa da Santíssima Trindade é a Festa da Familia de Deus e em Deus. É a festa da Familia Divina.

O nosso Deus é um Deus único, mas não solitário.
É familia. É comunidade. É comunidade de Vida e Amor.
É Amor. É comunhão.

Costumamos dizer que é pelas acções, pelos gestos e atitudes, que conhecemos verdadeiramente os homens. Ora, é também pelos Seus gestos que Deus nos dá a conhecer os mistérios insondáveis da Sua Vida.
É através de Jesus, Verbo Encarnado, Filho de Deus, que Deus se nos revela. Foi Ele que nos revelou o mistério de Deus em três pessoas. "Não se pode descobrir a Sua identidade se não se reconhece n'Ele o Filho enviado pelo Pai e destinado a comunicar o Espírito Santo".

HÉLDER GONÇALVES

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