domingo, 17 de março de 2013

Que fazer durante a Quaresma


Desde os tempos antigos, a Quaresma foi considerada como um período de renovação da própria vida. 

As práticas a serem cumpridas eram sobretudo três: a oração, a luta contra o mal, o jejum.

A oração para pedir a Deus forças para converter-se e acreditar no evangelho.
A luta contra o mal para dominar as paixões e o egoísmo.
O jejum, para seguir o Mestre. 

O cristão deve ter a força de esquecer de si mesmo, de não pensar no próprio conforto, mas no bem do seu irmão. Assumir uma permanente atitude generosa e desinteressada é de facto difícil. Este é o jejum.

Mas pode o sofrimento ser uma coisa boa?
Como pode agradar a Deus a nossa dor?
Não! Deus não quer que o homem sofra. Todavia, para ajudar o necessitado, é preciso muitas vezes renunciar àquilo que agrada e isto custa sacrifício. Não é o jejum em si que é bom (às vezes é feito por motivos que não têm nada a ver com religião: há quem se alimente com parcimónia simplesmente para manter-se em boa forma física, para tornar-se elegante, para estar com boa saúde).

O que agrada a Deus é que, com o alimento que se consegue economizar com o jejum, se alivia, pelo menos por um dia, a fome de um irmão. 

Um livro muito antigo, muito lido pelos primeiros cristãos, o Pastor de Hermas, explica deste modo a ligação entre o jejum e a caridade: “Eis como deverás praticar o jejum: durante o dia de jejum, tu comerás somente pão e água; depois calcularás quanto terias gasto para o teu alimento naquele dia e tu oferecerás este dinheiro a uma viúva, a um órfão ou a um pobre; assim tu te privarás de alguma coisa para que o teu sacrifício seja útil para alguém, para poder alimentar-se. Ele rezará ao Senhor por ti. Se tu jejuares desse modo, o teu sacrifício será agradável a Deus”

Um famoso papa dos primeiros tempos da Igreja, chamado Leão Magno, dizia numa homilia: “Nós vos prescrevemos o jejum, lembrando-vos não só a abstinência, mas também as obras de misericórdia. Deste modo, o que tiverdes economizado nos gastos normais,  transforme-se em alimento para os pobres”.

HÉLDER GONÇALVES

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