domingo, 15 de dezembro de 2013

Virgindade de Nossa Senhora

A concepção virginal de Jesus tem de ser entendida como uma obra do poder de Deus - «a Ele nada é impossível» (Lc 1,37) – que escapa a toda a compreensão e a toda a possibilidade humanas. Nada tem que ver com as representações mitológicas pagãs em que um deus se une a uma mulher fazendo as vezes do homem.

Na concepção virginal de Jesus trata-se de uma obra divina no seio de Maria, similar à criação. Isto é impossível de aceitar para o não crente, como o era para os judeus e para os pagãos, entre os quais surgiram histórias grosseiras acerca da concepção de Jesus, como aquela que a atribui a um soldado romano chamado Phanteras. Na realidade, esse personagem é uma ficção literária que deu origem a uma lenda para troçar dos cristãos. Do ponto de vista da ciência histórica e filológica, o nome Phanteras (ou Pandera) é uma paródia corrupta da palavra parthémos (em grego: virgem). Aquelas gentes, que utilizavam, como grande parte do império romano do Oriente, o grego como língua de comunicação, ouviam os cristãos falar de Jesus como o Filho da Virgem  (huiós tou parthénou), e quando queriam rir-se deles chamavam-lhe «o filho de Pantheras». Tais histórias, em definitivo, dó testemunham que a igreja sustentava a virgindade de Maria, ainda que esta parecesse impossível.

A concepção virginal de Jesus é um sinal de que Jesus é verdadeiramente Filho de Deus por natureza – daí que não tenha um pai humano -, ao mesmo tempo que é verdadeiro homem nascido de mulher (Gal 4,4). Nas passagens evangélicas que se referem à concepção virginal de Jesus põe-se em destaque a iniciativa absoluta de Deus na história humana quanto ao Advento da salvação, e que esta se insere na própria história, como mostram as genealogias de Jesus.

Jesus, concebido do Espirito Santo e sem a intervenção do homem, pode compreender-se melhor como o novo Adão que inaugura uma nova criação, à qual pertence o homem novo por Ele redimido (1 Cor 15,47; Jo 3,3-4).

A virgindade de Maria é, além disso, sinal da fé sem sombra de dúvida e da entrega total da Mãe de Jesus à vontade de Deus. Foi dito, inclusivamente, que, por essa fé, Maria concebeu Cristo na sua mente antes de o ter concebido no seu ventre, e que «é mais bem-aventurada ao receber Cristo pela fé do que ao conceber no seu seio a carne de Cristo» (Santo Agostinho, Santa Virgindade, 3). Sendo virgem e mãe, Maria é também figura da Igreja e a sua mais perfeita realização.

HÉLDER GONÇALVES

1 comentário:

  1. Acredito que Jesus nasceu em Belem
    Hoje acredito que Jesus nasce e vive em cada pessoa porque as ama.

    Desejo-lhe Boas Festas de Natal e Ano Novo.

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