quarta-feira, 1 de julho de 2015

Colina das Cruzes - Lituânia

Lituânia: a Colina das Cruzes que desafiou e derrotou a tirania do ateísmo obrigatório


A Lituânia é um dos muitos países que permaneceram durante cinco décadas debaixo dos punhos de ferro da União Soviética. É um local concreto do norte da Lituânia que sofreu com especial intensidade a força dos punhos de ferro da ideologia soviética, marcada pelo absolutismo anti-religioso.  

Trata-se de uma simples colina, situada nos arredores da cidade de Siauliai. No século XIX, ainda sob o Império Russo, a população lituana revoltou-se contra o czar porque ele impedia que as famílias da região prestassem tributo aos seus entes queridos já falecidos. O povo então plantou cruzes na colina em memória dos seus mortos.

Na década de 1960, o KGB decretou o fim dessa prática. Em Abril de 1961, o número de cruzes na colina já era muito grande: além da memória dos familiares falecidos, os lituanos honravam, através delas, os seus concidadãos deportados para a Sibéria por ordem de Stálin. Os soviéticos queimaram as cruzes de madeira e destruíram as de metal e as de pedra. Não sobrou nenhuma cruz intacta.

No dia seguinte, porém, a colina estava novamente cheia de cruzes: à noite, os cristãos repunham-nas. A União Soviética destruiu o lugar várias vezes, mas os católicos da Lituânia não renunciavam a demonstrar a sua fé nem sequer com a presença do exército vermelho.

O governo bloqueou os acessos à colina e chegou até a lançar falsos alertas de epidemias na região. Os lituanos não se entregaram: todas as vezes que as cruzes eram destruídas ou retiradas, eles voltavam a erguê-las.

Em 1979, um sacerdote corajoso convocou uma procissão da sua paróquia até à colina. O KGB não pôde fazer nada para impedir, porque percebeu que seria pior. Quando a União Soviética finalmente ruiu, a Colina das Cruzes já tinha mais de 100 mil crucifixos e ícones sacros.

Nos anos 1990, foi erguido ali um santuário que passou a atrair peregrinos do mundo inteiro. Um deles, foi ninguém menos que o papa João Paulo II, que, em 1993, declarou: "Depois dessa visita, parecia mais claro para todos nós a verdade expressada pelo Concílio Vaticano II: o homem não pode compreender profundamente a si mesmo sem Cristo e sem a sua cruz. A Colina das Cruzes é um testemunho eloquente disto e também uma advertência. A eloquência daquele santuário é universal: é uma palavra escrita na história da Europa do século XX".

A Colina das Cruzes, que resistiu aos poderes tirânicos deste mundo, ainda está de pé. 



* Com informações do site Christo Nihil Praeponere, do Pe. Paulo Ricardo.

Fonte: ALETEIA


Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...