terça-feira, 28 de maio de 2013

Especificidade da fé cristã

Embora geralmente a fé seja vista como uma religião, porque trata da relação com esse Absoluto a que se chama Deus, esta noção não se revela muito útil para a captar no seu carácter único. Será ela então uma espiritualidade? Sim, no sentido em que oferece um caminho pessoal e vivido de aprofundamento do sentido da existência. Contudo, este caminho não é deixado somente à discrição do indivíduo, não é feito de elementos a pegar ou largar ao sabor dos seus próprios caprichos. É uma peregrinação nas pisadas de Cristo, e coloca forçosamente o peregrino em relação com todos aqueles que estão no mesmo caminho.

A fé cristã será então uma vida comunitária? Esta definição tem o grande mérito de corresponder à vida dos primeiros cristãos de acordo com o Novo Testamento. É ainda preciso acrescentar que esta vida partilhada está longe de ser uma simples convivialidade humana, mas mergulha as suas raízes em Deus, porque é essencialmente participação na sua própria Vida, uma Vida que é Amor e portanto Vida para os outros. Esta vida comunitária é por natureza inclusiva, universal, a sua irradiação atinge virtualmente todo o ser humano. Neste sentido, as fronteiras da comunidade cristã não estão traçadas de uma vez para sempre; elas acabam por se confundir com o conjunto da família humana, inclusivamente de toda a criação.

Na sua essência, a fé em Jesus Cristo pode definir-se como a oferenda em acto de uma comunhão universal em Deus. Antes de mais, longe de ser uma obra humana, é essencialmente uma oferta ou um convite vindo da parte de Deus. Já era esse o caso no Israel antigo: esse povo devia a sua identidade não a critérios geográficos ou genealógicos, mas à escolha gratuita de um Deus misterioso e transcendente. Com a vinda de Jesus Cristo, isso amplia-se ainda mais. Nele, por impensável que isso possa parecer, é a própria Fonte da vida que vem ao nosso encontro.

Se a fé cristã é uma oferta vinda do lado do Absoluto, o papel dos seres humanos é essencialmente de acolher este convite e de lhe responder. Não lhes compete a eles definir-lhe os contornos. E se Deus chama através de Cristo para uma partilha de vida, para uma comunhão, este convite dirige-se então à dimensão mais pessoal do ser humano, procurando despertar nele uma liberdade. Outras tantas razões pelas quais uma tal oferta está nos antípodas da coacção. Toda a tentativa de a impor por meios coercivos, abertos ou subtis, é absolutamente estranha à sua natureza.

Além disso, a mensagem cristã é uma oferenda em acto, ou seja um convite real e não teórico. Tal como Jesus transmitiu o essencial da sua mensagem através da sua vida dada até à morte numa cruz, o discípulo faz da sua existência a mensagem a transmitir. No cristianismo não há dicotomia possível entre a doutrina e a prática, sob pena de se esvaziar da sua substância. Pelo contrário, a doutrina é idêntica à prática, porque se trata nos dois casos de uma comunhão com Deus e entre os humanos. Se os cristãos não praticam o amor fraterno, se as Igrejas vivem na indiferença ou na concorrência mútua, a sua pregação permanece necessariamente letra morta.

HÉLDER GONÇALVES

domingo, 26 de maio de 2013

Catedral Metropolitana de N. Srª da Conceição - Maputo – Moçambique



A Catedral de Maputo, oficialmente a Catedral Metropolitana de Nossa Senhora da Conceição, é um edifício emblemático da cidade, projectado em 1936 pelo engenheiro Marcial Freitas e Costa, e inaugurado em 1944.

Encontra-se situada na Praça da Independência e têm como características uma altura interior de 16 mt, e uma torre com 61 mt de altura. 

A nave tem um comprimento de 66 mt e uma largura de 16 mt. 

A catedral é a Sé da Arquidiocese de Maputo.

HÉLDER GONÇALVES

Catedral de São Basílio – Moscovo – Rússia



A Catedral de São Basílio, que até hoje se ergue majestosa na Praça Vermelha, em Moscovo, foi construída por ordem de Ivã o Terrível, em homenagem à conquista russa de Kazan e Astracã. Segundo reza a lenda, o Czar Ivã gostou tanto do templo que mandou cegar o seu arquitecto  Postnik Yakovlev, para que ele não tivesse condições de construir uma obra parecida em outra cidade.

O templo originalmente conhecido como Igreja da Trindade foi consagrado em 12 de Julho de 1561 e em seguida elevado à categoria de “sobor” (basílica, ou, menos correctamente  catedral). De acordo com a tradição, “Trindade” refere-se ao santuário mais a leste da Igreja da Santíssima Trindade, enquanto o santuário central é dedicado à Intercessão de Maria. Juntamente com o santuário a oeste, a Entrada de Jerusalém, esses santuários formam o eixo principal leste-oeste (Cristo, Maria, Santíssima Trindade), enquanto os outros santuários são dedicados aos santos.

Cada um dos nove santuários tem uma única cúpula, representando cada um dos assaltos à cidade de Kazan. E a Catedral foi projectada de tal maneira que o seu traço arquitectónico fosse uma figuração da Nova Jerusalém, o Reino Celestial descrito no Livro das Revelações de São João, o Divino.

Todo o desenho arquitectónico da Catedral de São Basílio é, assim, marcado por um acentuado simbolismo místico. Todos os templos do complexo da Catedral de São Basílio contêm no seu interior belos ícones, pintura mural da época medieval e vários e importantes objectos de arte.

A Catedral de São Basílio é desde 1990 parte do conjunto do Kremlin e da Praça Vermelha, Património Mundial da UNESCO, o órgão das Nações Unidas voltado para a Educação, Ciência e Cultura. O edifício original – a Igreja da Trindade e, depois, Catedral da Trindade – era circundado por outros oito templos, um deles erguido sobre o túmulo de São Basílio.

Desde 1928, a Catedral também funciona como uma divisão do Museu Histórico do Estado.

HÉLDER GONÇALVES

Basílica de São Pedro - Roma - Itália



A Basílica de São Pedro em Roma, Itália, é o epicentro do catolicismo, sede do papado e lugar do túmulo de São Pedro, a igreja mais visitada de Roma, cuja actual versão foi iniciada no século XVI, é simplesmente a maior do mundo.

Construída sobre as fundações de uma antiga basílica do século IV, que por sua vez encontrava-se sobre as ruínas do Circo de Nero, a igreja encontra-se supostamente junto ao lugar onde o discípulo Pedro foi crucificado de ponta cabeça no ano de 64. Em 324 Constantino ergueu aqui o primeiro templo em homenagem, sobre o primeiro dos papas, uma obra que ganho vulto durante os períodos da Renascença e Barroco.

No interior da Basílica de São Pedro estão algumas obras de arte fundamentais da Itália dos séculos XV, XVI e XVII, um período que viu o ápice da criatividade de mestres como Bernini e Michelangelo. Um dos pontos altos da visita, claro, é a Pietà, esculpida em mármore por Michelangelo Buonarroti (também autor do d
esenho do domo e das fantásticas pinturas do teto e altar da Capela Sistina, no vizinho Museus do Vaticano). O Baldacchino sobre o altar papal é uma impressionante alegoria às colunas do rei Salomão, projectado por Bernini sob ordens do papa Urbano VIII. É dele também o projeto das colunatas da Piazza San Pietro, a Praça de São Pedro, que abraça os fiéis aos domingos e durante celebrações especiais, como o Natal, Corpus Christi e cerimónias de canonização.

É de lá que é possível ver o papa abençoar a multidão colorida, a partir da janela da biblioteca, bem no centro da monumental fachada. Ao centro da praça está um obelisco egípcio, numa provável demonstração de força do Cristianismo sobre as antigas religiões.

Tudo dentro da Basílica de São Pedro é superlativo, do ornamento dos pisos às massivas colunas, das capelas laterais ao teto decorado. Somente a apse já seria o suficiente para abrigar mais fiéis que boa parte das igrejas da Cristandade, enquanto que a vista ao topo da cúpula, junto à lanterna, requer a escalada de 537 degraus. Para se chegar à cúpula, encontre o acesso à esquerda da entrada principal, além da Porta Santa. A entrada é paga, tanto para quem usa o elevador como para quem encara a subida a pé.

HÉLDER GONÇALVES

sexta-feira, 24 de maio de 2013

Santíssima Trindade

As três pessoas da Santíssima Trindade é um só Deus em Três Pessoas distintas.  O Pai, o Filho e o Espírito Santo, possuem a mesma natureza divina, a mesma grandeza, bondade e santidade.  Apesar disso, através da história, a Igreja tem observado que certas actividades são mais apropriadas a uma pessoa que a outra. A Criação do mundo é mais apropriada ao Pai, a redenção ao Filho e  a Santificação, ao Espírito Santo. Nenhuma das Três pessoas Trinitárias exerce mais ou menos poder sobre as outras. Cada uma delas  tem toda a divindade, todo poder e toda a sabedoria. E justamente, nesta breve dissertação,  constatamos a profundidade do mistério da Santíssima Trindade, ante a complexidade em assimilar a magnitude de Três pessoas distintas formando um só Deus.  Trata-se, portanto, de um grande mistério, central da fé cristã.  As Escrituras são claras a respeito da Santíssima Trindade, desde o antigo, até o novo Testamento.

A festa da Santíssima Trindade é um dos dias  mais importantes do ano litúrgico. Nós, como cristãos a celebramos convictos pelos ensinamentos da Igreja, que possui a plenitude das verdades reveladas por Cristo. É dogma de fé estabelecido,  a essência de um só Deus em Três Pessoas distintas: Pai, Filho e Espírito Santo. É um mistério de difícil interpretação, impossível, de ser assimilado pelas limitações humanas.

Há séculos que a Santa Igreja ensina o mistério de Três Pessoas em um só Deus, baseada nas claras e explícitas citações bíblicas. Mas desaconselha a investigação no sentido de decifrar tão grande mistério, dada a complexidade natural que avança e se eleva para as coisas sobrenaturais.

Santo Agostinho de Hipona, grande teólogo e doutor da Igreja,  tentou exaustivamente compreender este inefável mistério. Certa vez, passeava ele pela praia,  completamente compenetrado, pediu a Deus luz para que pudesse desvendar o enigma.  Até que deparou-se com uma criança brincando na areia. Fazia ela um trajecto curto, mas repetitivo.  Corria com um copo na mão até um pequeno buraco feito na areia, e ali despejava a água do mar;  sucessivamente voltava,  enchia o copo e o despejava novamente. Curioso, perguntou à criança o que ela pretendia fazer.  A criança disse-lhe que queria colocar toda a água do mar dentro daquele buraquinho.  No que o Santo lhe explicou ser impossível realizar o intento. Aí  a criança disse-lhe: “É muito mais fácil o oceano  todo ser transferido para este buraco, do que compreender-se o mistério da Santíssima Trindade”. E a criança, que era um anjo, desapareceu...

Santo Agostinho concluiu que a mente humana é extremamente limitada para poder assimilar a dimensão de Deus e, por mais que se esforce, jamais poderá entender esta grandeza por suas próprias forças ou por seu raciocínio. Só o compreenderemos plenamente, na eternidade, quando nos encontrarmos no céu com o Pai, o Filho e o Espírito Santo.

Ao participarmos da Santa Missa observamos  que, desde o início, quando nos benzemos, até ao momento da bênção trinitária final,  constantemente o sacerdote invoca a Santíssima Trindade, particularmente durante a pregação eucarística.   As orações que o padre pronuncia após a consagração, que por certo são dignas de serem ouvidas com atenção e recolhimento, são dirigidas a Deus Pai, por mediação de Jesus Cristo, em unidade com o Espírito Santo. E é na missa onde o cristão logra vislumbrar, pela graça do Espírito Santo, o mistério da Santíssima Trindade. Devemos, neste momento,  invocar a Deus Trino, que aumente nossa fé, porque sem ela, será impossível crer neste mistério, mistério de fé no sentido estrito. Mesmo sem conseguir penetrar na sua essência o cristão deverá, simplesmente, crer nele.

O mistério da  Santíssima Trindade é uma das maiores  revelações feita por Nosso Senhor Jesus Cristo.  Os judeus adoram a unicidade de Deus e desconhecem  a  pluralidade de pessoas e a sua unidade substancial.  Os demais povos adoram a multiplicidade de deuses.  O cristianismo é a única religião que, por revelação de Jesus,  prega ser Deus uno em três pessoas  distintas: 

Deus Pai – Não foi criado e nem gerado. É o “princípio e o fim, princípio sem princípio”;  por si só, é Princípio de Vida, de quem tudo procede;  possui absoluta comunhão com o Filho e com o Espírito Santo.  Atribui-se ao Pai a Criação do mundo. 

Deus Filho – Procede eternamente do Pai, por quem foi gerado, não criado. Gerado pelo Pai porque assumiu no tempo a Sua natureza humana, para a nossa Salvação. É Ele Eterno e consubstancial ao Pai (da mesma natureza e substância). Atribui-se ao Filho a Redenção do Mundo.

Deus Espírito Santo – Procede do Pai e do Filho; é como uma expiração, sopro de amor consubstancial entre o Pai e o Filho;  pode-se dizer que Deus na sua vida íntima é amor, que se personaliza no Espírito Santo. Manifestou-se primeiramente no Baptismo e na Transfiguração de Jesus;  depois no dia de Pentecostes sobre os discípulos. Habita nos corações dos fiéis com o dom da caridade. Atribui-se ao Espírito Santo a Santificação do mundo.

O Pai é pura Paternidade,  o filho é pura Filiação e o Espírito Santo, puro nexo de Amor. São relações subsistentes, que em virtude do  seu impulso vital, saem um ao encontro do outro em perfeita comunhão, onde a  totalidade da Pessoa está aberta à outra distintamente. Este é o paradigma supremo da sinceridade e liberdade espiritual a que devem ter as relações interpessoais humanas, num perfeito modelo transcendente, só assim, compreensível ao entendimento humano.  É desta forma que devemos conhecer a mensagem, a Santíssima Trindade, mesmo sem alcançar os segredos do seu mistério.  Desta maneira, devemo-nos comprometer a  adquirir certas atitudes nas nossas relações humanas.  A Igreja convida-nos a “glorificar a Santíssima Trindade”, como manifestação da celebração. Não há melhor forma de fazê-lo, senão revisando as  relações com os nossos irmãos, para melhorá-las e assim viver a  unidade querida por Jesus: “Que todos sejam um”.

HÉLDER GONÇALVES

sexta-feira, 17 de maio de 2013

Cruz da Ordem de Alcântara


A Ordem de Alcântara desempenhou um papel importante na reconquista espanhola e, numa fase posterior; na vida política da época. Foi, de facto, uma ordem guerreira quando teve que sê-lo, porque assim a pátria exigia.

Mas para se entender a Ordem de Alcântara, o melhor é recuar até à sua constituição. Foi fundada por Suera Fernández Barrientos, em meados do século XII, aprovada pelo Papa Alexandre III em 1177, com a finalidade de combater os muçulmanos da Estremadura.

Ao longo do percurso histórico, foram vários os combates que a instituição travou contra o reino de Portugal. Só o último mestre de Alcântara, Dom Alonso de Monroy, nutriu simpatia pela dinastia portuguesa, o que provocou a inimizade dos Reis Católicos, os quais, por sua vez, viriam a provocar o declínio da ordem, devido à intenção de constituir uma unidade nacional e retirar-lhes os poderes.

O trajecto posterior da ordem foi turbulento. O seu esforço guerreiro deixou de ser uma mais-valia para a pátria espanhola, estabeleceu um colégio numa universidade e fixou morada em Salamanca. A ordem foi suprimida em 1872, mas voltou a ser constituída por Afonso XII.

Quanto à sua cruz… Um corpo de cavalaria do exército espanhol, no século XVII, pregou-a no seu estandarte.

HÉLDER GONÇALVES

quarta-feira, 15 de maio de 2013

Viver


E é porque o importante é viver, que os pássaros voam e fazem os seus ninhos, que as árvores crescem e pedem sol e água, que os animais procuram os seus alimentos. Tudo clama pela vida, tudo quer viver.

Viver é o grito de toda a natureza. Nada é feito para a morte, tudo é feito para a vida. Se um ser morre e desaparece, é para que o outro ser tenha vida, e assim a vida contínua e não tem fim.

Somos feitos para viver. Viver é o grito do coração humano. Embora vejamos homens cansados, homens a cair sob o peso da vida, pessoas a maldizerem da vida, temos que gritar: viva a vida!

Vejo pessoas que não amam mais a vida. Mas não a amam porque não têm olhos para ver, ouvidos para ouvir, mãos para sentir, coração para amar. Tudo nestas pessoas está tapado e cego. Quem abre o seu coração sente um mar de vida a passar pelos ares, um mar de vida que parte de outros corações.

Só não ama a vida quem está fechado em si mesmo, quem pensa ser o centro do mundo. Os nossos olhos são feitos para ver ao nosso redor; os nossos ouvidos, para ouvir a musica que está em todo o universo; o nosso coração, para sentir a vida e o palpitar da vida de outros corações; as nossas mãos, para apertar outras mãos.

Ressurreição! Grito de Deus para os homens desanimados, para os homens cansados, nos homens deitados no caminho da vida!
Ressurreição! Grito do Cristo ressuscitado, Deus que é a vida, e que nos chama para a vida, vida que nunca acabará.

Festejar a Páscoa, significa passar do pessimismo para o optimismo, do olhar triste para o olhar alegre, da palavra destruidora para a palavra construtora e cheia de esperança, da confiança da vida para uma fé mais plena no que a vida pode dar. Isto é Páscoa!!!
É passar do mal para o bem, do egoísmo para o amor, da escravidão do pecado para a liberdade dos filhos de Deus.

Ressurreição! Cristo que grita: viva a vida!
Cristo que grita: Eu sou a vida, vinde a Mim! Viva a vida!

Que o Cristo Ressuscitado te acumule de bênçãos e graças para todo o sempre...

HÉLDER GONÇALVES

segunda-feira, 13 de maio de 2013

Redenção e Salvação


Redenção e salvação relacionam-se intimamente, a tal ponto que o uso linguístico as identifica com frequência como uma e a mesma coisa. Metodologicamente, porém, convém estabelecermos, a este propósito, algumas distinções.

Em primeiro lugar, o termo salvação pode ser entendido quer em sentido activo quer em sentido passivo, ou seja, quer para designar a acção salvífica de Deus – que se faz através da história humana e que tem a sua expressão decisiva em Jesus Cristo Salvador – quer para designar o estado ou a situação daí resultantes para a humanidade, e que com propriedade chamamos situação de salvação, contrapondo-a à anterior situação de perdição. No primeiro sentido, activo, salvação identifica-se com redenção, o que nos permite falar indiferentemente de Cristo Salvador ou de Cristo Redentor.

Se porém nos fixarmos no sentido estático ou passivo da palavra salvação, já não parece linguísticamente adequado identifica-la com redenção, já que este segundo termo é normalmente usado com sentido activo. Diremos então que a redenção é o meio para a salvação, que é o fim a alcançar pela mediação daquela. A redenção aparece aqui como a acção que faz passar o homem da situação de perdição para a situação de salvação. Em referência à imagem profética do êxodo israelita, diríamos que a redenção é o próprio êxodo ou saída ou libertação da escravidão no Egipto, enquanto que a salvação é a posse da terra prometida.

A redenção incide directamente sobre o pecado do homem e da humanidade, já que é ele que os coloca e mantém fechados à salvação e, como tais, escravos da perdição. Para os abrir à salvação é necessária a redenção, isto é, o “resgate” ou a “libertação” do homem e da humanidade dessa dependência ou dessa escravidão. (Gal 3,13; 4,5). Por vezes, redenção também é sinónimo de “compra” ou de “aquisição” (1 Cor 6,13; 7,23), na medida em que ela implica como que o pagamento de um preço – o preço do Sangue de Cristo – ao demónio que mantinha o homem sob o seu domínio.

Entretanto, na medida em que, resgatando o homem do pecado, Cristo o resgata também de toda a situação englobante de perdição – isto é, o pecado, o sofrimento e a morte – indirectamente a redenção atinge também essas componentes da perdição humana. Assim podemos dizer que Cristo redimiu o homem da sua escravização ao domínio do mal ou ao “mistério da iniquidade” (2Tes 2,7), entendidos estes assim, de forma englobante.

HÉLDER GONÇALVES

sábado, 11 de maio de 2013

Vale de Xian - China

Terá desejado o imperador Qin Shi Huang ultrapassar os faraós egípcios?

Para que quis ele levar consigo para o túmulo um exército simulado?


Qin começou a construir o seu mausoléu mal chegou ao poder, com treze anos.

O seu lendário mausoléu encontra-se sepultado  sob o Vale de Xian, por baixo de um monte piramidal de mais de 60 metros de altura.

Este enorme túmulo está situado exactamente no olho do dragão formado pelas colinas próximas de Lishan.

O imperador acreditava que o seu exército ganharia vida depois da morte.

Dentro  e da maneira como estão expostos os soldados em terracota, cada soldado ocupa o lugar que teria numa eventual batalha e está ornamentado com o traje correspondente ao seu estatuto.

Xi'an teve uma importância muito grande na história da China, tornou-se um centro cultural e industrial no século XI a.C com a fundação da Dinastia Zhou. A capital da Dinastia foi estabelecida em Fēng e Hào, ambas localizadas um pouco a oeste da actual Xi'an. 

Após o período dos Estados Combatentes, a China foi unificada na Dinastia Qin ( 221-206 a.C) pela primeira vez, com a capital localizada em Xianyang, um pouco a noroeste da actual Xi'an. O primeiro imperador da China unificada, Qin Shi Huang, ordenou a construção do exército de Terracota e do seu mausoléu ao Oeste de Xi'an pouco antes de sua morte.

Em 202 a.C, o imperador Liu Bang da dinastia Han estabeleceu a sua capital do Estado em Chang'an, seu primeiro palácio "Palácio de Changle, (perpétua felicidade) foi construído nas margens do rio das ruínas da capital da dinastia Qin. 

Esta é tradicionalmente aceite como a data de fundação de Chang'an ou Xi'an. Dois anos depois, Liu Bang construiu o palácio de Weiyang ao norte da actual Xi'an. 

O muro original da cidade de Xi'an começou a ser construído em 194 a.C e demorou 4 anos para ser concluído. Após o seu término o muro media 25,7 km de comprimento e tinha entre 12 e 16m de altura até a base, cercando uma área de 36km².

Após centenas de anos de guerra, a Dinastia Sui reunificou a China novamente em 582. O imperador Sui ordenou que a nova capital fosse construída a sudeste da Capital Han, chamada DaXing. 

A nova capital era composta de três secções  O Palácio de Xi'an, a Cidade Imperial e a secção para o povo, com uma área total de 84km² cercada pelos muros. 

Nesta época, esta era a maior cidade do mundo. A cidade foi renomeada Chang'an durante a Dinastia Tang. No meio do século VII, após o retorno da sua viagem á Índia, o monge budista Xuan Zang estabeleceu em Chang'an um centro de tradução das escrituras do Sânscrito.

HÉLDER GONÇALVES

quarta-feira, 8 de maio de 2013

Mistério da Redenção


O mistério da Encarnação orienta-se para o mistério da Redenção. “É para a realização deste mistério que toda a existência mortal de Jesus converge. No momento de entrar no mundo, Cristo aplica a Si as palavras do Salmo 39: “Não quiseste sacrifício nem oblação, mas preparaste-Me um corpo: Eis que venho, ó Deus, fazer a Tua vontade” (Heb 10,5 ss). Obedecendo à vontade do Pai é a fundamental atitude de espírito de Jesus, não fora sua missão reparar a desobediência original de nossos primeiros pais, que a todos escravizou ao pecado, e reconduzir a humanidade, liberta das vãs miragens e reais prisões, Àquele que é toda a sua razão de ser e a fonte única da sua felicidade” (CEP, Instrução Pastoral sobre o Domingo e a sua celebração, 16).

Ao oferecer, em sacrifício de expiação, esse “corpo de pecado” (1Jo 2,2; 1 Ped 2,24; Col 1,22), que era o corpo da humanidade por Ele assumido, Jesus satisfez plenamente a justiça de Deus ofendida pelo pecado do homem desde Adão, recuperando, por um acto de justiça perfeita, o que a humanidade perdera com a desobediência dos primeiros pais, confirmada e renovada pelos seus descendentes, e transformando esse “corpo do pecado” num “corpo de justiça”, o seu Corpo Místico, de novo irrigado pela graça e capacitado para ser com Ele glorificado junto de Deus.

Foi o pecado que fechou ao homem o acesso a Deus e à graça da salvação, e esse fechamento manteve-se enquanto que o homem não foi redimido ou resgatado do seu pecado. O acto redentor de Jesus visou pois directamente essa sujeição ao pecado e consequente fechamento à graça. Ele abriu de novo ao homem as portas da salvação, isto é, as portas do Céu. Por ele, Jesus “fez-nos dignos de tomar parte na herança dos santos, na luz divina. Ele nos libertou do poder das trevas e nos transferiu para o Reino de seu Filho muito amado” (col 1,12-13). Ao homem, criado desde o principio para fruir da plenitude beatificante de Deus – mas que, pelo seu pecado, tinha fechado essa abertura sobrenatural para Deus, tornando-se antes “estranho e inimigo” em relação a Ele (Col 1,21) – Cristo restituiu a possibilidade de se realizar plenamente em Deus, sua plenitude, “perdoando todos os seus pecados e anulando a acta escrita contra ele” (Col 2,13-14). Isto é, restituiu ao homem a possibilidade da salvação.

Aproximando um pouco esta ideia da nossa própria experiência pessoal, podemos dizer que o que se passa em relação a cada pessoa individual, sempre que ela é baptizada ou sempre que recebe, no sacramento da Penitência, o perdão dos seus pecados mortais, passa-se com o sacrifício redentor da Cruz em relação à humanidade inteira, como fundamento de toda a redenção individual. (R.H. 8-10 e G.S 22).

HÉLDER GONÇALVES

terça-feira, 7 de maio de 2013

Locais sagrados em Jerusalém


Basílica do Santo Sepulcro
Construída onde acredita-se ser o local da ressurreição de Jesus, é o lugar mais importante para os cristãos.
Lá está uma tumba com a pedra em que o corpo de Cristo teria sido colocado.
Construída no século IV, foi destruída no século XI pelo califado que governava a cidade, reerguida e ampliada no século XII.

A Cidadela
Também conhecida como Torre de David (os bizantinos erroneamente a chamavam de Palácio do rei David).
Construída no século II a.C. e aprimorada nos séculos XV e XVI d.C., a Cidadela foi usada como meio de defesa, aguentando as investidas dos soldados do papa Urbano II durante a Primeira Cruzada.

Sinagoga de Rambam
Primeira grande Sinagoga da cidade, erguida 500 anos após os judeus serem expulsos.
Ficava perto do Monte Sião, mas mudou para a localização actual por volta de 1400.
Em 1599, deixou de ser uma Sinagoga a mando dos otomanos que controlavam Jerusalém.
Voltou a ter a função em 1967, com Israel obtendo o controlo da Cidade Velha.

Monte Sião
Colina próxima ao monte das Oliveiras, embora o nome Sião também seja associado à própria Jerusalém e à ideia da Terra Prometida.
Lá fica a Abadia de Hagia-Maria, construída sobre o lugar em que a mãe de Jesus teria morrido.
Também estão no monte o edifício onde teria ocorrido a Última Ceia e a suposta tumba do rei David.

Via Dolorosa
É um percurso pelas ruas da cidade com “14 estações”, que representam as etapas da crucificação de Jesus.
A primeira marca a sua condenação e as demais simbolizam o caminho até ao Calvário, onde teria morrido.
As quatro últimas estão dentro da Basílica do Santo Sepulcro.
São simbólicas: não há precisão geográfica ou histórica.
Os locais já até mudaram algumas vezes.

Domo da Rocha
Fica na Mesquita de Omar, finalizada em 691, e tem o domo coberto de ouro.
É o terceiro lugar mais sagrado do islamismo, depois de Meca e Medina.
A tal rocha fica no centro da Mesquita e é, segundo a tradição islâmica, o lugar de onde Maomé ascendeu ao céu.
Para os judeus, é onde Abraão foi ordenado a sacrificar o seu filho Isaac.

Monte das Oliveiras
Segundo a Bíblia, foi o local para onde Jesus teria ido após a Última Ceia.
Lá fica o jardim de Getsémani, onde Cristo foi traído por Judas, e a Mesquita da Ascensão, construída onde ele teria ascendido para os céus.
Para os Judeus, é neste local que o Messias retornará no dia do julgamento.

Muro das Lamentações
O lugar sagrado do judaísmo é parte do Templo de Salomão, destruído pelos babilónios, reconstruído no século 1 a.C. e destruído de novo em 70 d.C. pelos romanos.
Sobraram quatro muros – o das lamentações é o maior, com 57 metros.
No século XVIII, surgiu o hábito de colocar papéis com pedidos nas suas fendas.

HÉLDER GONÇALVES

domingo, 5 de maio de 2013

Dia da Mãe




Saudade não é ausência
É prova da existência
De alguém que já viveu
Que amou e que sofreu.

Saudade é o infinito
De um amor que não se acaba
Pois quem ama não esquece
Daquela pessoa amada.

HÉLDER GONÇALVES

Mistério da Encarnação


A encarnação do Verbo reveste-se portanto, ela mesma, de um profundo significado soteriológico: a Encarnação é já o princípio da salvação. Esta é a verdade da fé – Deus fez-se homem em Jesus Cristo para salvar o homem – significa com efeito que Deus, fazendo-se homem, identificando-se com o homem, unindo a si numa só Pessoa divina a natureza humana, assumiu a condição humana, isto é, tomou-a por sua conta, fez dela a sua própria condição. Desse modo Ele juntou numa só Pessoa a miséria do homem e a capacidade de a superar, a humana perdição e o poder divino da salvação.

Na verdade, uma vez que o homem foi o autor da sua perdição, convinha que ele fosse também co-agente da sua salvação. Também aqui, Aquele que criara o homem sem ele, não quis que fosse salvo sem a sua co-operação. Se o homem pecou livremente, livremente deveria, por um acto inteiramente humano, contribuir para a destruição do pecado e das suas consequências. Porém, se o homem teve capacidade para, por si só, se perder, não tinha, por si só, a capacidade de se salvar. Só um homem-Deus, em nome da humanidade e de cada homem, o poderia fazer, já que só um homem-Deus poderia satisfazer a justiça divina ofendida, repondo a ordem da justiça. Esse homem-Deus foi dado à humanidade em Jesus Cristo.


* O mistério do homem assumido: a plenitude da revelação

Em Cristo, Verbo encarnado, Deus assumiu antes de mais a dimensão mistérica do homem. “O Verbo era a luz verdadeira que, vindo ao mundo, a todo o homem ilumina” (Jo 1,9). Ele, que era a Palavra consubstancial do Pai, fazendo-se homem, iluminou com a sua luz aquela zona obscura do mesmo homem que só a luz de Deus podia iluminar. Na verdade, “o mistério do homem só no mistério do Verbo encarnado se esclarece verdadeiramente” (G.S. 22) “Em Cristo e por Cristo, Deus revelou-se plenamente à humanidade e aproximou-se definitivamente dela. Ao mesmo tempo, em Cristo e por Cristo, o homem adquiriu plena consciência da sua dignidade, da sua elevação, do valor transcendente da própria humanidade e do sentido da sua existência”. (R.H. 11). Cristo iluminou especialmente o mistério do drama humano, à luz do desígnio de salvação que Deus tinha para o homem, na medida em que Ele, “novo Adão”, na própria revelação do mistério do Pai e do seu amor, revela o homem a si mesmo e descobre-lhe a sua vocação sublime” (ibid.). veja-se, a propósito, todo o nº22 da constituição conciliar Gaudium et Spes.

A revelação de Jesus Cristo constituiu-se como a plenitude da revelação: tudo o que Deus tinha para revelar ficou completo em Cristo, de tal modo que a própria revelação do Antigo Testamento ganha o seu pleno sentido à luz de Cristo e da sua revelação que é o Novo Testamento. “Depois de ter falado muitas vezes e de muitas maneiras pelos profetas, ultimamente, nestes dias, falou-nos Deus através de seu Filho (Heb 1,1-2). Com efeito, enviou o seu Filho, isto é, o Verbo eterno, que ilumina todos os homens, para viver no meio deles e manifestar-lhes os segredos íntimos de Deus (Jo 1,1-18). Jesus Cristo, Verbo Encarnado, enviado como homem aos homens, fala as palavras de Deus (Jo 3,34) e consuma a obra de salvação que o Pai lhe confiou (Jo 5,36; 17,4). Por isso Ele – ao qual quem vê, vê o Pai (Jo 14,9) – com a sua total presença e manifestação pessoal, com a sua morte e gloriosa ressurreição de entre os mortos, enfim, com o envio do Espírito da Verdade, completa, aperfeiçoando-a, a obra da revelação e confirma com o seu testemunho divino que verdadeiramente Deus está connosco para nos libertar das trevas do pecado e da morte e nos ressuscitar para a vida eterna” (D.V. 4).

Convém, entretanto, notar que Cristo não revelou apenas os caminhos de Deus para salvar o homem – o seu desígnio salvífico – mas também revelou os caminhos do homem, isto é, o caminho da salvação que o homem precisa de percorrer para que o desígnio de Deus produza nele o seu efeito. A Si próprio se definiu como a luz do mundo (Jo 8,12; 12,35) que é necessário seguir para se ter a luz da vida; e a Si próprio se apresentou como sendo “o caminho, a verdade e a vida”, ninguém vai ao Pai senão por Ele (Jo14,6). O seu Evangelho – exemplo pessoal e doutrina ensinada – é esse caminho do homem que o conduz à salvação.


O drama do homem assumido: a instauração do reino de Deus

Como vimos, pela sua encarnação Jesus assumiu sobretudo o drama do homem nas suas diferentes expressões: o drama da fragilidade em geral e as suas concretizações no drama do mal e do sofrimento, no drama do pecado e no drama da morte. Assumiu-o para o superar, aniquilando o reino da iniquidade ou o reino do mal em todas as suas formas, para instaurar o reino de Deus (Ef 3,10). No decurso da sua missão messiânica, Ele anunciou-o (Lc 4,16-21), definiu-lhe o estatuto (Mt 5), deu-lhe início com os seus milagres e consumou-o com a sua morte, a sua ressurreição gloriosa e a sua ascensão aos Céus. A obra de graça destruída em Adão ficou assim restabelecida em Jesus Cristo, novo Adão ou homem novo, primogénito de uma nova humanidade e de um mundo novo.

Os milagres de Jesus estão na sequência das “mirabilia Dei” do Antigo Testamento e são sinais que realizam já incoativamente a salvação que significam: com jesus, Messias Salvador, as doenças, o mal em geral, a morte e o pecado que está na raiz da perdição humana começam a recuar e a ser vencidos e essa vitória anuncia a vitória plena e definitiva sobre o reino do mal e sobre aquele que, desde o princípio, actua no mundo dos homens como príncipe das trevas, Satanás (Mt 12,28). A mão estendida do homem encontra-se com a eficácia da mão salvadora de Deus. Todavia, o grande milagre de jesus, a obra maravilhosa de Deus por excelência, foi o acto redentor da morte na cruz, seguida da ressurreição gloriosa.

HÉLDER GONÇALVES

sábado, 4 de maio de 2013

Túmulo de Konya - Turquia

- Origem dos dervixes

- O poeta sufi Jalal ar-Rumi descobriu a inspiração pela boca de um vagabundo chamado Tabriz.

- Mergulhado num estado de êxtase permanente, Rumi fundou a ordem dos dervixes de Konya, onde foi enterrado depois da sua morte, em 1273.


A cidade de Konya, é a antiga capital do império Séljúcida e disputa o título de cidade mais antiga do mundo. 

Foi fundada no II século a.C. e possui actualmente 2 milhões de habitantes, sendo a segunda maior cidade da Anatólia Central, depois de Ancara.

Konya é o berço dos dervixes dançantes, fundada por Mevlana, filosofo e místico do sufismo, um muçulmano que defendeu a tolerância ilimitada, raciocínio positivo, bondade, caridade e sensibilização através do amor. 

Nela encontra-se o museu de MEVLANA, situado perto da mesquita. 

Esta abadia foi convertida em museu em 1927 o "Tekke" de Mevlana, e é antigo convento dos Dervixes fundado por Mevlana Celalettin Rumi, poeta místico que deixou 3229 odes e 34662 dísticos, dentre os quais Marco Lucchesi, em "A Sombra do Amado", seleccionou alguns dos que mais directamente toca o tema da busca do Amado. 

Funciona também como santuário do túmulo de Mevlana. 

Abriga o seu túmulo e do seu filho, o sultão Veled. 

Contém objectos utilizados nas cerimónias, como instrumentos musicais, tapetes e vestimentas usadas.

Os seus ensinamentos fizeram um apelo aos homens de todas as seitas e credos, respeito uns pelos outros! 

Foi o fundador da «SEMû, a única cerimónia de dança, música e canto autorizada pelo Islão.

Esta prática foi proibida em 1925 e considerada perigosa para a nova república. Foi praticada em segredo até ser novamente autorizada em 1953.

Para assistir a este ritual, é expressamente proibido fotografar, filmar ou conversar!

A «SEMû, é formada por sete partes, cada uma delas com um significado diferente, que em conjunto representam uma viagem espiritual para a perfeição. 

Os dervixes vestem longas vestes brancas e um chapéu em forma de cone. 

Quando começam a rodopiar, já na fase final da cerimónia, erguem a mão direita para o céu para receber as bênçãos e a energia vinda do supremo. 

A mão direita aponta para o chão, para transmitir essa energia para o mundo terreno. 

Os dervixes entram numa espécie de hipnose, em harmonia com a música de acompanhamento, ganhando velocidade e intensidade até terminar numa espécie de exaltação espiritual. 

O túmulo encontra-se dentro do edifício principal, coberto com um pano bordado a ouro e com um chapéu dervixe por cima.

Os quartos onde dormiam os dervixes continuam decorados como noutros tempos. 

Numa das salas, podemos também encontrar um caixão, que dizem conter um fio de cabelo de Maomé.

No santuário, existe também uma peça em prata onde os seguidores de Mevlana esfregam a testa e depositam beijos.

Konya é um centro religioso muito importante e chegam milhares de peregrinos todos os anos no dia 17 de Dezembro.

HÉLDER GONÇALVES

quarta-feira, 1 de maio de 2013

Mistério da Encarnação e da Redenção


Em referência à modalidade pessoal do mistério da salvação e ao tempo de Cristo, a fé apresenta e a teologia trata em separado dois mistérios complementares do mesmo mistério de Cristo Salvador: o mistério da Encarnação e o mistério da Redenção. Conforme professamos no Credo;

Por nós homens
e para nossa salvação
desceu do céu
e encarnou pelo Espirito Santo
no seio da Virgem Maria
e se fez homem.
Também por nós foi crucificado
sob Pôncio Pilatos,
padeceu e foi sepultado.
Ressuscitou ao terceiro dia
conforme as Escrituras
e subiu ao Céu.

O mistério da Encarnação – mistério da “con-descendência de Deus” (João Paulo II) – significa o pleno encontro dos caminhos de Deus com os caminhos do homem, o termo do mistério do advento, o começo da obra da salvação. A sua ligação com o mistério da Redenção não se dá, porém, apenas enquanto que a Encarnação é condição para este se realizar. Com efeito, este é, de algum modo, a plenitude daquele. Se a Encarnação significa que, em Jesus Cristo, Deus assumiu a condição humana, fazendo-se homem, em tudo semelhante a nós excepto no pecado, só no mistério da Redenção – na sua paixão e morte na cruz – Ele assumiu até ao fim a condição do homem perdido: a humana fragilidade, o homem sofrimento, o drama da morte e, afinal, o próprio pecado “Aquele que não tinha conhecido pecado, Deus fê-lo pecado por nós…” (2 Cor 5,21).

HÉLDER GONÇALVES

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...