Quando os cristãos cometiam pecados muito graves e públicos, nos primeiros
séculos da Igreja, eram excomungados, isto é, eram excluídos da comunidade.
Se
mais tarde essas pessoas se arrependessem e quisessem reconciliar-se com Deus e
com a Igreja, não eram imediatamente readmitidos na comunidade.
Era preciso que
antes fizessem uma penitência pública, porque também o pecado deles era
conhecido por todos.
Esta penitência não era de um dia só, durava bastante
tempo.
Quando foi instituída a Quaresma, servia também como tempo de preparação para a
reconciliação.
Na Quinta-feira Santa, durante a missa presidida pelo bispo, os
excomungados, vestiam a roupa penitencial (vestidos de saco) e com a cabeça coberta
de cinzas, apresentavam-se diante da comunidade e declaravam o seu arrependimento
e a vontade de converter-se.
O bispo ia ao encontro deles e abraçava-os, um a
um.
Esse costume da penitência pública foi aos poucos desaparecendo (até porque não
eram menos pecadores os que conseguiam manter em segredo os próprios
pecados...); permaneceu, porém, o significado da Quaresma como tempo durante o
qual todos os cristãos são convocados a aproximarem-se do sacramento da
reconciliação.
HÉLDER GONÇALVES
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