quinta-feira, 29 de outubro de 2015

Potala - Tibete

O Palácio de Potala  ou Palácio de Buda, está situado a 3700 metros de altitude, na capital do Tibete, ocupa uma superfície de 36 hectares, tem 13 andares e 117 metros de altura, e na sua maior sala foram utilizados perto de seis mil quilos de ouro e mais de quatro mil de pérolas.


O Palácio de Potala  ou Palácio de Buda está localizado em Lassa, no Tibete, ocupado pela China em 1950. Foi a principal residência do Dalai Lama, até que o 14º Dalai Lama fugiu para Dharamsala, Índia, depois de uma revolta falhada, em 1959. Actualmente o palácio é um museu estadual da China. Recebeu o nome em referência ao Monte Potala, a morada de Cherenzig, ou Avalokiteshvara.

O Lugar foi usado para refúgio de meditação pelo Rei Songtsen Gampo, que construiu, em 637, o primeiro palácio como saudação à sua noiva, a Princesa Wen Cheng da Dinastia Tang da China. A construção do actual palácio começou em 1645, durante o reinado do quinto Dalai Lama, Lozang Gyatso. Em1648, o "Potrang Karpo" (Palácio Branco) foi concluído, e o Palácio de Potala passou a ser usado como palácio de Inverno pelo Dalai Lama a partir dessa época. O "Potrang Marpo" (Palácio Encarnado) foi acrescentado entre 1690 1694.

Construído a uma altitude de 3.700 m (12.100 pés), do lado da colina Marpo Ri, a Montanha Encarnada, no centro do Vale de Lassa, o Palácio de Potala, com as suas vastas muralhas interiores apenas quebradas nas partes superiores por filas rectas de muitas janelas, e os seus telhados planos em vários níveis, não é diferente de uma fortaleza na sua aparência. Na base Sul da rocha fica um grande espaço encerrado por muros e portões, com grandes pórticos no lado interior. Uma série de escadarias relativamente fáceis, quebradas por intervalos de subidas suaves, conduz ao topo da rocha. Toda a largura desta é ocupada pelo palácio.

A parte central deste grupo de edifícios ergue-se numa massa quadrangular, acima dos seus satélites, a uma grande altura, terminando em telhados dourados semelhantes aos do templo de Jokhang. Este membro central do Potala é chamado de "palácio encarnado" devido à sua cor, a qual o distingue do resto do conjunto. Este contém as principais galerias, capelas e santuários dos antigos Dalai Lamas. Nestas dependências existem muitas pinturas ricamente decoradas, com trabalhos de joalharia, entalhes e outros ornamentos.

O Palácio de Potala foi inscrito pela UNESCO no Património Mundial da Humanidade em 1994. Em 2000 e 2001, o Templo Jokhang e o Norbulingka foram acrescentados à lista como extensões do lugar classificado.

O Palácio de Potala é uma popular atracção turística, um lugar classificado pela UNESCO e foi nomeado pelo programa televisivo americano Good Morning América e pelo jornal USA Today como uma das Novas Sete Maravilhas.

Adicionalmente, o Templo Putuo Zongcheng chinês, construído entre 1767 e 1771, foi inspirado no Palácio de Potala.




O Palácio Branco é a parte do palácio onde se encontravam os aposentos de estar do Dalai Lama. O primeiro Palácio Branco foi construído durante a vida do quinto Dalai Lama, na década de 1650, sendo depois alargado para o seu tamanho actual pelo décimo terceiro Dalai Lama no início do século XX. O palácio foi usado para uso secular e continha os aposentos de estar, gabinetes, o seminário e a tipografia. Um pátio central pintado de amarelo, conhecido como"Deyangshar", separa os aposentos de habitação do Lama e dos seus monjes do Palácio Encarnado, o outro lado do Potala sagrado, o qual era totalmente devotado ao estudo religioso e à oração. Este contém as stupas de ouro — as tumbas de oito Dalai Lamas — a galeria de assembleia dos monjes, numerosas capelas, e bibliotecas para as importantes escrituras Budista, o Kangyur em 108 volumes e o Tengyur com 225. O edifício amarelo, ao lado do Palácio Branco no pátio entre os principais palácios, acolhe gigantescos estandartes adornados com símbolos sagrados que se ostentam ao longo da face Sul do Potala durante os festivais de Ano Novo.

O Palácio Encarnado é uma parte do Palácio de Potala totalmente devotado ao estudo religioso e oração budista. Consiste num esquema complicado com muitas galerias diferentes, capelas e bibliotecas em muitos níveis com um complexo grupo de pequenas galerias e passagens enroladas:

A galeria central principal do Palácio Encarnado é a Grande Galeria Oeste, a qual consiste em quatro grandes capelas que proclamam a glória e o poder do construtor do Potala, o quyinto Dalai Lama. A galeria é notável pelos seus refinados murais reminiscentes das miniaturas persas, representando eventos da vida do quinto Dalai Lama. A famosa cena da sua visita ao Imperador Shun Zhi em Pequim fica localizada na parede Este, do lado de fora da entrada. Tecidos especiais do Butão cobrem as numerosas colunas e pilastras da galeria.

A Capela do Santo fica do lado Norte da Grande Galeria Oeste do Palácio Encarnado.
Aí fica o santuário mais sagrado do Potala. Uma grande inscrição em azul e ouro por cima da porta foi escrita pelo Imperador Tongzhi da China, no século XIX, proclamando o Budismo como um Abençoado Campo de Fruta Maravilhosa. Esta capela, tal como a caverna Dharma por baixo dela, data do século XVII. Contém uma pequena estátua antiga, incrustada de jóias, de Avalokiteshvara e dois dos seus servidores. No andar abaixo existe uma baixa e escura passagem que conduz à Caverna Dharma, onde se acredita que Songsten Gampo estudava o Budismo. Na caverna sagrada existem imagens de Songsten Gampo, das suas esposas, do seu ministro chefe e de Sambhota, o estudante que desenvolveu a escrita tibetana, em companhia das suas muitas divindades.

A Capela Norte está centrada num Buda Sakyamuni coroado à esquerda e no quinto Dalai Lama à direita, sentados em magníficos tronos de ouro. As suas iguais alturas e auras partilhadas implicam igual estatuto. No extremo esquerdo da capela fica a sepultura stupa de ouro do décimo primeiro Dalai Lama, o qual morreu em criança, com filas de benignos Budas Médicos, que foram os curadores celestes. À direita da capela estão Avalokiteshvara e as suas encarnações históricas, incluindo Songsten Gampo e os primeiros quatro Dalai Lamas. Escrituras cobertas de seda entre as tampas de madeira, dão forma a uma biblioteca especializada numa sala que ramifica para fora da capela.

A Capela Sul centra-se em Padmasambhava, o mágico e santo indiano do século VIII. A sua consorte, Yeshe Tsogyal, uma oferta do Rei, está ajoelhada à sua esquerda, e a sua outra esposa, da sua terra nativa de Swat, está à sua direita. À sua esquerda, encontram-se oito das suas manifestações meditativas envoltas em gaze. À sua direita estão oito coléricas manifestações empunhamdo instrumentos de poderes mágicos para subjugar os demónios da fé Bon.

A Capela Este é dedicada a Tsong Khapa, fundador da tradição Gelug. A sua figura central está rodeada por lamas do Mosteiro Sakya que governou por um breve período o Tibete, e formou a sua própria tradição até ser convertido por Tsong Khapa. Outras estátuas estão expostas, feitas de vários materiais e exibindo expressões nobres.

A Capela oeste contém as cinco stupas douradas. A enorme stupa central contém o corpo mumificado do quinto Dalai Lama. Esta stupa foi construída em sândalo e está solidamente revestida de 3.727 kg. (8.200 lb) de ouro maciço e guarnecida com jóias semi-preciosas. Esta ergue-se ao longo de três andares, tendo quase 50 pés de altura. À esquerda fica a stupa fúnebre do décimo segundo Dalai Lama e à direita fica a do décimo Dalai Lama. As stupas de ambos os extremos contêm importantes escrituras.

A Primeira Galeria fica situada no piso acima da Capela Oeste, e possui várias janelas largas que iluminam e ventilam a Grande Galeria Oeste e às suas capelas abaixo. Entre as janelas, soberbos murais mostram a construção do Potala em detalhes refinados.

A Segunda Galeria dá acesso ao pavilhão central, o qual é usado pelos visitantes do palácio se refrescarem e comprarem lembranças.

A Terceira Galeria, além de refinados murais tem vários quartos escuros, que ramificam para fora, contendo enormes colecções de estátuas de bronze e figuras em miniatura feitas de cobre e ouro, valendo uma fortuna. A galeria do sétimo Dalai Lama fica no lado Sul e, do lado Este, uma entrada liga a secção com a Capela do Santo e o Deyangshar (pátio aberto) entre os dois palácios.

A sepultura do 13º Dalai Lama fica localizada a Oeste da Grande Galeria Oeste e só pode ser alcançada a partir de um piso superior e com a companhia de um monge ou de um guia do Potala. Construída em 1933, a gigantesca stupa contém jóias principescas e uma tonelada de ouro maciço. Tem 14 metros (46 pés) de altura. Entre as ofertas devocionais encontram-se presas de elefantes da Índia, leões e vasos de porcelana e um pagode feito com mais de 200.000 pérolas. Murais elaborados em estilos tibetanos tradicionais retratam eventos da vida do 13º Dalai Lama durante o início do século XX.

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Santuário de Karnak – Egipto

Os sacerdotes atravessavam as grandes portas do templo, os pilonos, com a imagem do deus atrás de si, momento que os cidadãos, vindos de todo o país, aproveitavam para fazer os seus pedidos sob o sol ardente, junto ao azul do Nilo.

Karnak é um antigo recinto de templos egípcios localizado na margem leste do rio Nilo, em Tebas (hoje Luxor). Abrange mais de 100 hectares, uma área maior do que algumas cidades antigas.

sector central do local, que ocupa a maior quantidade de espaço, é dedicado a Amon-Ra, um deus  masculino associado a Tebas. A área ao redor do seu principal santuário era conhecida na antiguidade como "Ipet-Sun", que significa "o mais selecto dos lugares".

Ao sul da área central fica um pequeno recinto dedicado a sua esposa, a deusa Mut. No norte, há um outro recinto dedicado a Montu, o deus da guerra com cabeça de falcão. Além disso, para o leste, existe uma área - em grande parte destruído intencionalmente na antiguidade - dedicado a Aton, o disco solar.

A construção em Karnak começou há 4.000 anos atrás, e continuou até ao momento em que os romanos tomaram o controle do Egipto, há cerca de 2.000 anos atrás. Cada governante egípcio que trabalhou em Karnak deixou a sua marca própria de arquitectura. O projecto Digital Karnak da UCLA reconstruiu e modelou essas mudanças online. 

O seu modelo mostra um desconcertante conjunto de templos, capelas, entre muitos outros edifícios, que foram gradualmente construídos, demolidos e modificados ao longo de mais de 2.000 anos. Karnak teria provocado uma grande impressão nos visitantes antigos, para dizer o mínimo. "Os pilares e paredes do grande recinto foram pintados de branco com os relevos e inscrições em brilhantes cores semelhantes a jóias.

Os primeiros indícios certos de construção de Karnak apontam para o reinado de Wah-Ankh Intef II, um governante egípcio que viveu há mais de 4.000 anos atrás. A equipa da UCLA começa o seu modelo digital no reinado do rei Senwosret I (reinado 1971-1926 AC) e mostra um templo de pedra calcária, com um corte no meio, dedicado a Amon-Ra. Ele contém 12 pilares em frente as bases de que "foram adornados com estátuas do rei engajados na pose de Osíris [deus do submundo]", escreve a equipa. Esta reconstrução é um pouco hipotética já que tão pouco do templo permaneceu até hoje.

Karnak continuaria a ser um recinto modesto até ao Reino Novo, um período de tempo que decorreu entre aproximadamente 1550-1070 AC, quando o trabalho foi acelerado com muitos dos maiores edifícios a ser construídos. A partir do Novo Reino, e continuando durante os séculos seguintes, os governantes egípcios gradualmente criaram uma série de 10 "pilares" em Karnak. Essas torres foram ligadas umas ás outras através de uma rede de paredes. Eles eram frequentemente decorados com cenas que descreviam o governante que os construiu e muitos deles também tinham bandeiras coloridas.

Em Karnak os pilares começam perto do santuário principal e vão em duas direcções. Um conjunto de seis torres enfrentam o oeste em direcção ao rio Nilo e terminam numa entrada ladeada por uma avenida de esfinges pequenas. Outro conjunto de quatro torres de frente para o sul ao longo de uma rota da procissão usado para cerimónias.

De acordo com o projecto Digital da UCLA, o Salão Wadjet (cujo nome vem do estilo de colunas usadas) foi construído por Tutmés I (reinado 1504-1492 AC), perto do santuário principal, entre os postes de quarta e quinta. Ele mede cerca de 246 pés por 46 pés (75 metros por 14 metros) e foi usado para a coroação do rei e festival de jubileu (Heb-sed).

O festival heb sed tinha lugar 30 anos após um rei subir ao trono e repetia-se a cada três anos seguintes. "Durante o festival, o rei corria em torno de um tribunal heb-sed realizando proezas de força para demonstrar a sua capacidade para continuar a governar o Egipto", escreve o pesquisador Pat Remler no seu livro "A mitologia egípcia, de A a Z" (Chelsea House, 2010).

Hatshepsut foi uma mulher faraó do Egipto, que reinou entre cerca 1479-1458 AC. Em Karnak ela renovou o principal santuário, criando no seu lugar um "Palácio de Ma'at." Ela também criou uma capela feita de quartzito vermelho para segurar a casca portátil do deus (barco).

Quando o sucessor de Hatshepsut, Tutmés III, subiu ao trono, ele ordenou a destruição de imagens da mulher faraó e destruiu a sua capela de quartzito, substituindo-a por uma de sua autoria. O seu legado em Karnak não era destrutivo como ele ordenou a construção do Ahkmenu, uma estrutura de pilares construídos no lado leste do santuário central. Ele contém uma lista de reis egípcios que datam de antes das Grandes Pirâmides serem construídas.

Talvez o edifício mais fantástica em Karnak seja o "Grande Hall Hypostyle" construído apenas para o oeste do santuário principal. Construído por Seti (ou Sety) I, um rei que governou de 1290-1279 AC, abrange uma área grande o suficiente para acomodar toda a Notre Dame de Paris. O prédio é de cerca de 337 pés (103 metros) por 170 pés (52 metros). Os pesquisadores observam que há 134 colunas no total, tendo as 12 maiores 70 pés (21 metros) de altura e apoiam a parte central da estrutura. As outras 122 colunas têm cerca de 40 pés (12 metros) de altura. Pouco depois de ter sido construído, o salão tornou-se o provável cenário para cerimónias de coroação e heb-sed, substituindo o salão Wadjet nesta função.

Khonsu era o filho de Amon-Ra e da deusa Mut. Um templo dedicado a ele em Karnak foi construído, de forma adequada, colocada entre o principal santuário de Amon-Ra e o local de honra a Mut. Construído por Ramsés III, um rei que reinou 1186-1155 AC, o templo tem cerca de 230 pés (70 metros) por 88 pés (27 metros). As colunas medem cerca de 23 pés (7 metros) de altura. 

A construção continuou em Karnak periodicamente após o fim do Império Novo. O Rei Taharqa, que reinou há cerca de 2.700 anos atrás, fez parte de uma dinastia de governantes da Núbia (actual Sudão), que passou a controlar grande parte do Egipto. Ele estava interessado em Karnak "lago sagrado" e construiu o "edifício do lago" ao lado, um monumento em parte subterrâneo.

O último grande programa de construção em Karnak foi realizado por Nectanebo I, um rei da 30ª dinastia final do antigo Egipto. Ele reinou entre 380 e 362 AC. Depois da sua dinastia terminar, o Egipto seria governado por pessoas descendentes da Pérsia, Grécia e Roma. Nectanebo construiu um muro grande que cercou o local, juntamente com um templo adicional. Ele também começou a construção de um pilar novo em Karnak na entrada ocidental (embora ele não tenha sido capaz de  o terminar).

Os governantes de origem estrangeira que assumiram o controle do Egipto continuaram o trabalho em Karnak em algum grau. Ptolomeu IV (reinou entre 221-205 AC) criaria uma série de catacumbas rituais dedicadas a Osíris, deus do submundo. Após o Egipto caír sob o controle de Roma, em 30 AC, o trabalho em Karnak esgotou-se e o grande monumento tornou-se o magnífico local arqueológico que hoje conhecemos.

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