segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

VIDA SIM - ABORTO NÃO

A Igreja Católica no Vale do Paraíba lançou uma ofensiva para reforçar o veto legal ao aborto em São Paulo, com uma emenda da Constituição Estadual. A meta é recolher 300 mil assinaturas para forçar os deputados estaduais a endurecerem a legislação antiaborto. As lideranças religiosas da região temem que o Congresso Nacional aprove a proposta de descriminalização do aborto.

Segundo o coordenador da Comissão Diocesana em Defesa da Vida de Taubaté, Hermes Nery, no dia 27 a Diocese iniciou um projeto de iniciativa popular para garantir a inviolabilidade da vida humana desde a concepção até a morte natural.

As 300 mil assinaturas pretendidas representam 1% do eleitorado do Estado de São Paulo --30,3 milhões-- e podem viabilizar uma PEC (Proposta de Emenda à Constituição).

"A Constituição Federal já declara que a vida não pode ser violada, mas não deixa claro desde quando. Queremos explicitar na Constituição Estadual que a vida começa na fecundação e segue até a morte natural. Queremos tornar São Paulo o primeiro Estado da Federação com uma lei que proteja a vida humana de forma integral."

A ofensiva conta com o apoio de bispos da região e do Estado.
"Acho importante esta iniciativa, tendo em vista que todas as pesquisas indicam que o povo brasileiro é pela vida e, portanto, contra o aborto, pela proteção da vida humana, desde a concepção", disse o bispo de Taubaté dom Carmo João Rhoden.

O bispo de Caraguatatuba, dom Antonio Carlos Altieri afirmou ser importante garantir o direito à vida. "É necessário conscientizar a população."

De Lorena, dom Beni dos Santos prometeu apoio à ofensiva.

Pivô de uma polêmica mobilização contra a presidente eleita, Dilma Rousseff (PT), o bispo de Guarulhos, dom Luiz Gonzaga Bergonzini também está engajado no movimento. Ele teme que o a presidente eleita descriminalize o aborto. "É um primeiro passo para chegarmos até a Constituição Federal e impedirmos a descriminalização do aborto. A vida é o valor maior que temos e deve ser defendida desde sua concepção".

De acordo com a assessoria da Assembleia Legislativa, PECs propostas pela iniciativa popular são viáveis desde que não contrariem a Constituição Federal. Para serem incluídas na pauta são necessárias assinaturas de 1% do eleitorado estadual. Para ser aprovada, precisa de 51% dos votos dos parlamentares. Neste caso, a emenda é promulgada pela Assembleia.

O especialista em Direito Constitucional Ives Gandra Martins disse que a proposta é constitucional. "Nada impede que a Constituição Estadual reproduza princípios da Constituição Federal. A emenda proposta seria uma junção do artigo 5° da Constituição Federal, que declara a inviolabilidade da vida humana, com o artigo 4° do Tratado de São José, que explicita que o direito a vida vai da concepção até morte natural. O Brasil é signatário desse tratado desde 1989."

Padre Mateus Maria

ANO MARIANO

Divulgar e Rezar

Caros amigos, recebi o e-mail do amigo Pe. Rodrigo Maria, Fundador da Comunidade Arca, onde ele nos pede para juntos unirmo-nos e suplicar ao Santo Padre o Papa Bento XVI a graça de termos um novo Ano Mariano entre 2012-2013.

Sabemos que nestes ultimos tempos que estamos vivendo a Igreja está sofrendo muito pela apostasia do silêncio, pelo cisma de tantos padres e bispos que trocam o evangelho da cruz, pela comodidade do bem estar e de aliançãs políticas encabeçadas por uma falsa teologia da libertação e por um falso aparato ecumênico teológico, isto sem ressaltar a falta de fé e esperança que está reinando dentre muitos em nossas Igrejas e paróquias.

Nada melhor do que supolicar este Ano Mariano, para que juntos com Maria, possamos orar e receber uma nova Efusão do Espírito Santo, pois ninguém melhor do que Ela, para orar conosco e por nós junto ao seu Filho Jesus.

Lembor-lhes que a idéias deste Ano Mariano é comemorar a poderosa intercessão da Virgem Maria, tão estimulada pela Igreja, tão pedida com a prática devocional aprovada com o Tratado da Verdadeira Devoção e da Consagração total proposta pelo grande São Luis de Monfort em seu Tratado.

Mais do que nunca antes temos a necessidade de entregarmo-nos totalmente a Virgem Maria, para que lutando com ela, contra satanás que tenta macular a nossa alma, destruir a vida nascente, semear ódia na Igreja e no mundo, e profanando as famnílias, mas do que nunca se faz necessário recorrermos a Mãe com toda a Igreja, para com ela esmagarmos a cabeça do demônio que tentas a todo custo semear a morte destruindo o corpo e a alma dos homens.

Como diz Nossa Senhora em Medjugorje: "Queridos Filhos, consagrem-se diariamente ao meu Imaculado coração, pois eu vim para vos ajudar a caminhar na estrada da santidade e da paz, sem a oração não sois nada, e com o terço na mão, conseguireis milagres em vossas vidas. Eu estou convosco!"

Desta forma quero estar em unidade com o Pe. Rodrigo Maria, e me unir a esta iniciativa tão santa e salutar, para pedir este ano mariano ao Santo Padre. Quero também contar com a vossa ajuda, para juntos divulgarmos esta carta de pedido ao Santo Padre, em blogs, orkuts. sites, e-mails, listas, twitter, radios, para quer juntos, enviando também a nossa carta ao Santo padre e possamos ter a graça de sermos atendidos.

Padre Rodrigo Maria


domingo, 26 de dezembro de 2010

SAGRADA FAMILIA - Modelo de Vida

... é na Sagrada Família, nesta originária ‘Igreja doméstica’, que todas as famílias devem espelhar-se... ela constitui, portanto, o protótipo e o exemplo de todas as famílias cristãs.” (Redemptoris Custos, 7 – João Paulo II).

É por demais sabido e constatado que a família dos tempos de hoje sofre a sua maior crise de identidade e de valores. Atacada e desvalorizada por todos os lados, as famílias tomam um aspecto enfermo, doentio, fraco e derrotado. Deste quadro, praticamente nenhuma família escapa, umas mais, outras menos afectadas; o que nos leva a uma reflexão: A família está sem parâmetros e sem nenhuma fonte inspiradora de valores no nosso mundo actual?

Esta afirmação tem um fundo de verdade. Há uma escassez de famílias, realmente católicas, que testemunhem com a força do Espírito Santo a vivência do Evangelho, testemunho este, que poderia livrar e resgatar muitas outras famílias desta crise.

Todos somos chamados por Deus a viver a santidade. Nos casais, a santidade deve acontecer no matrimónio, um santificando o outro: “Porque o marido que não tem a fé é santificado pela sua mulher; assim como a mulher que não tem a fé é santificada pelo marido que recebeu a fé.” (I Cor. 7, 14). E isto acontece de uma maneira dinâmica e diária.

Não preciso de dizer que este caminho não é fácil. Porque é necessário vencer as nossas próprias fraquezas; suportar a fraqueza do outro; perdoar e dar o perdão; ser transparente, falando sempre a verdade; dar o braço a torcer; elogiar frequentemente; saber ouvir; e outros “detalhes” mais. E isto, não só ao casal, mas vale para todos os membros da família.

São estes momentos em que, para vencer as suas limitações, a família mais necessita da Graça de Deus, que na Sua bondade, deixou-nos a Família de Nazaré como modelo e exemplo a ser seguido. Família onde reina a paz, a concórdia, a união, o amor, frutos gerados de uma perfeita comunhão com Deus, de um santo temor ao Senhor e de um profundo desejo de santidade que transbordava dos corações de Jesus, Maria e José.

“...é na Sagrada Família, nesta originária ‘Igreja doméstica’, que todas as famílias devem espelhar-se.”

Olhar para a Família de Nazaré como modelo de vida é olhar para uma família que em tudo realizou a vontade de Deus e nunca se afastou dos seus caminhos. Portanto, é na obediência ao Senhor que as nossas famílias poderão encontrar o caminho da verdadeira felicidade. Quando olhamos para o Evangelho, muitas vezes, pensamos somente no Sim de Maria. José também deu o seu Sim quando, renunciando aos seus planos de vida, aceitou receber Maria por esposa e Jesus por filho (cf. Mt 1, 24); e por sua vez, Jesus foi obediente até a morte e morte de cruz (cf Fil 2, 8). Sendo assim, na Família de Nazaré, nós temos um completo testemunho familiar de obediência ao Senhor.

Deus é o Sumo Bem, fonte de todo benefício e de toda a graça. Quando as famílias afastam-se ou fecham-se (deliberada ou “ignorantemente”) a esta fonte, passam a não mais gozar dos benefícios de Deus e tornam-se alvos fáceis das armadilhas do inimigo, que quer exactamente isto. Veja o que o Arcanjo Rafael advertiu a Tobias:

“O anjo respondeu-lhe: ‘Ouve-me, e eu te mostrarei sobre quem o demónio tem poder: são os que se casam, banindo Deus do seu coração e do seu pensamento, e entregam-se à sua paixão como o cavalo e o burro, que não tem entendimento: sobre estes o demónio tem poder.” (Tobias 6, 16-17).

Quando se coloca Deus de “lado” na família, deixamos uma “brecha” (bem grande!) por onde o inimigo entra e, no lugar dos benefícios que vem de Deus – paz, alegria, caridade, fé, esperança, perdão, cura, libertação, salvação, segurança, fidelidade, temperança, equilíbrio – o inimigo aproveita-se para semear os seus malefícios: intranquilidade, confusão, divisão, ódio, vingança, adultério, mágoas, ressentimentos, vícios, morte!

Por isso, ao olharmos para a Sagrada Família, que com a sua vida, exemplo e força inspira-nos a viver no mesmo caminho de santidade. Somando-se famílias e famílias que vivam espelhando-se em Jesus, Maria e José, teríamos, sem sombra de dúvidas, uma sociedade e um mundo melhores e com muita mais qualidade de vida para todos. Se a nossa sociedade e o nosso mundo ainda não são assim, é porque faltam famílias trilhando este caminho. Hoje o Senhor convida-te a consagrares-te e confiar na sua família a família d’Ele, para que tu e toda a tua família brilhem a Sua presença no mundo

Hélder Gonçalves

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quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

FELIZ NATAL

A celebração deste dia como data de aniversário de Jesus provavelmente foi influenciada por festivais pagãos (não cristão) que estavam a decorrer naquela altura. Os romanos antigos faziam celebrações de fim de ano para honrar Saturno, o deus da Colheita e Mithras, o deus de luz. Vários povos na Europa do norte faziam festivais a meio de Dezembro para celebrar o fim da estação de colheita.

Como parte de todas estas celebrações, as pessoas prepararam comidas especiais, decoraram as suas casas com verduras, e uniam-se cantando e trocando presentes. Estas tradições foram-se tornando, gradualmente, parte da celebração de Natal. Nos final dos anos 300 D.C., o Cristianismo tornou-se a religião oficial do Império romano.

Por volta de 1100 D.C., Natal tinha se tornado o festival religioso mais importante na Europa, e São Nicolau era um símbolo de dádiva de presentes em muitos países europeus. A popularidade do Natal cresceu até à Reforma, de um movimento religioso dos anos 1500 D.C.. Este movimento deu à luz o Protestantismo. Durante a Reforma, muitos cristãos começaram a considerar os Natais uma celebração pagã porque incluiu tradições não religiosas. Durante os anos 1600 D.C., por causa destes sentimentos, o Natal foi prescrito na Inglaterra e em partes das colónias inglesas na América. As tradições, de festejar e decorar, porém, reapareceram logo e misturaram com os aspectos mais Cristãos do Natal.

A celebração da data natalícia de Cristo, 25 de Dezembro, é a mais ecuménica, enternecida e espiritual de toda as outras datas, em todas latitudes e longitudes do globo terrestre. Cristo fez-se homem. Ele fez-se criança… E o que poderia ser mais indefeso, dentre a natureza humana, do que um recém-nascido completamente dependente de sua mãe? E esta característica de peculiar ternura do Natal que tanto atrai o verdadeiro sentimento religioso das pessoas – sentimento que tem por finalidade religar, tornar a ligar, a atar a filiação com o Pai.

Cristo propôs aos homens a lei do amor. Primeiro a Deus, depois ao próximo, sem condições ou distinções, quaisquer que as fossem. Eis que a humanidade toda, com o Natal, inicia uma nova vida, sob o signo da Estrela de Belém. Aquilo que denominamos Espírito de Natal, a atitude de generosa e boa disposição que toma conta das pessoas nesta época, e na realidade, reflexo do Amor de Deus pela humanidade manifestado em nós, resplandecente filhos unigénitos do Pai.

A vinda de Cristo a este mundo foi espontânea, gratuita e generosa. Espontânea: foi Ele que tomou a iniciativa, antecipou-se, veio ao nosso encontro.
Gratuita: veio a nós sem olhar para o nosso merecimento, motivado unicamente pelo amor e pelo desejo de salvar.
Generosa: veio a nós sem nada exigir em troca. Não é preciso procurar Deus. Ele vem ao nosso encontro. Da nossa parte basta apenas tornar-se receptivo, acolhê-lo e deixando livremente agir em nós. A noticia mais alegre de toda a história do homem é esta: Nasceu Jesus, nasceu o Salvador.

Nos primeiros séculos do cristianismo, os cristãos comemoravam as festa pagãs. O nascimento de Jesus, a verdadeira luz que ilumina este mundo, foi colocado no dia 25 de Dezembro para substituir a festa pagã do deus do sol, que apenas ilumina a terra materialmente. Hoje em dia, o materialismo paganiza as festas cristãs. Para muitos, o Natal é apenas ocasião para dar e receber presentes, enviar e receber mensagens, cumprimentar amigos em encontros meramente sentimentais e comezainas. Para os comerciantes, o Natal é apenas ocasião de vender mais e faturar bem. Para o povo, o Natal é ocasião de consumir. Festeja-se o Natal, mas é esquecido o aniversariante, que é Jesus.

Mas para quem é cristão, o Natal tem que ser muito mais.

Natal, será sempre que o homem quiser.
Não se esqueça do próximo...

Hélder Gonçalves

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terça-feira, 21 de dezembro de 2010

DÁ-ME SENHORA, MÃE DE DEUS...

Dá-me, Senhora, Mãe de Deus...

um pouco da tua força...
para a minha fraqueza.

um pouco da tua coragem...
para o meu desalento

um pouco da tua compreensão...
para o meu problema

um pouco da tua plenitude...
para o meu vazio

um pouco da tua rosa...
para o teu espinho

um pouco da tua certeza...
para a minha duvida

um pouco do teu sol...
para o meu inverno

um pouco da tua disponibilidade...
para o meu cansaço

um pouco do teu rumo infinito...
para a minha desorienteção

um pouco da tua serenidade...
para a minha inquietude

um pouco da tua chama...
para o meu gelo

um pouco da tua luminosidade...
para a minha noite

um pouco da tua alegria..
para a minha tristeza

um pouco da tua sabedoria...
para a minha ignorância

um pouco do teu amor...
para o meu rancor

um pouco da tua pureza...
para o meu pecado

um pouco da tua vida...
para a minha morte

um pouco da tua transparência...
para a minha escuridão

um pouco do teu Filho de Deus...
para o teu filho pecador

Com esses "poucos", Senhora, terei tudo.
 
Ricardo Igreja
 
 
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sábado, 18 de dezembro de 2010

UMA CAMINHADA...

Dois Anjos viajantes pararam para passar a noite na casa de uma família muito rica. A família era rude e não permitiu que os Anjos ficassem no quarto de hóspedes da mansão. Em vez disso, deram aos Anjos um espaço pequeno no frio sótão da casa.
À medida que eles faziam a cama no duro piso, o Anjo mais velho viu um buraco na parede e tapou-o.
Quando o Anjo mais jovem perguntou: porque?
O Anjo mais velho respondeu: "As coisas nem sempre são o que parecem".

Na noite seguinte, os dois anjos foram descansar na casa de um casal muito pobre, mas o senhor e a sua esposa eram muito hospitaleiros. Depois de compartilhar a pouca comida que a família pobre tinha, o casal permitiu que os Anjos dormissem na sua cama onde eles poderiam ter uma boa noite de descanso. Quando amanheceu, no dia seguinte, os anjos encontraram o casal banhado em lágrimas. A única vaca que eles tinham, cujo leite havia sido a única entrada de dinheiro, jazia morta no campo.

O Anjo mais jovem estava furioso e perguntou ao mais velho: "como é que tu permitiste que isto acontecesse? O primeiro homem tinha de tudo e, no entanto, tu não o ajudaste"; o Anjo mais jovem acusava-o. "A segunda família tinha pouco, mas estava disposta a compartilhar tudo, e tu permitiste que a vaca morresse".

"As coisas nem sempre são o que parecem," respondeu o anjo mais velho. "Quando estávamos no sótão daquela imensa mansão, notei que havia ouro naquele buraco da parede. Como o proprietário estava obcecado com a avareza e não estava disposto a compartilhar a sua boa sorte, fechei o buraco de maneira que ele nunca mais o encontraria." "Depois, ontem à noite, quando dormíamos na casa da família pobre, o anjo da morte veio em busca da mulher do agricultor. E eu dei-lhe a vaca no seu lugar.
As coisas nem sempre são como parecem."

Algumas vezes, isso é exactamente o que acontece quando as coisas não saem da maneira como esperamos. Se tu tiveres fé, somente necessitas de confiar que seja quais forem as coisas que aconteçam, sempre serão uma vantagem para ti.

E talvez tu venhas a compreender isto só um pouco mais tarde…

Algumas pessoas passam pelas nossas vidas e vão-se rápidamente…

Algumas pessoas convertem-se em amigos e permanecem por algum tempo...
deixando lindas marcas em nossos corações...
e nunca voltamos a ser os mesmos,
porque conseguimos um bom amigo!!

O ontem é história.
O amanhã um mistério.
O hoje é uma dádiva.

E é por isto que se chama Presente!

Acredito que esta vida é especial...

viva e saboreie cada momento…

Hélder Gonçalves

terça-feira, 14 de dezembro de 2010

BÊNÇÃO DAS GRÁVIDAS

D. Anacleto Oliveira, Bispo de Viana do Castelo, vai presidir no próximo Domingo dia 19 de Dezembro, 4º Domingo do Advento, a uma celebração eucarística, que inclui a bênção das grávidas.

Esta celebração, será às 11h00, na Sé Catedral de Viana do Castelo, e é a resposta, a nível diocesano, ao desafio lançado pelo Papa de, na véspera do primeiro domingo do Advento, (27 de Novembro) para que se celebrem uma vigília de oração pela vida nascente.

D. Anacleto deixa um apelo à participação, “especialmente de todas as famílias em que a esposa” esteja grávida. Nesta celebração, “todos juntos” vai pedir-se ao Senhor por todos e para que “acompanhe e ajude até ao abençoado e feliz Natal do filho ou filha que lhes está a conceder”.

Entretanto, em carta dirigida ao clero diocesano, estimula a que se associem a esta vigília promovendo eventos análogos nas respectivas comunidades.

Estas celebrações servirão, fundamentalmente, para despertar ou fazer crescer, neste mundo de secularização, “o respeito pela dignidade de cada pessoa humana, em todas as situações de vida em que se encontre”.

Fonte: Agência Ecclesia

Hélder Gonçalves

domingo, 12 de dezembro de 2010

PORQUE ELE É AMOR...

Se eu fosse Deus, dormiria sobre a palha,
beberia do leite materno e usaria fraldas ?

Eu não, mas Cristo sim.

Ele deixou de mandar nos anjos
para dormir sobre palha.

Deixou de dirigir as estrelas
para apertar o dedo de Maria.

Quando viu o tamanho do útero,
poderia ter desistido.

Quando percebeu como as suas mãos seriam pequenas,
quão suave seria a sua voz,
quanta fome o seu estômago sentiria,
poderia ter desistido.

Ao primeiro sinal de mau cheiro do estábulo,
diante da primeira rajada de ar frio.

Na primeira vez em que arranhou o joelho
ou assoou o nariz ou comeu pão queimado,
poderia ter virado as costas e ido embora.

Quando viu o chão poeirento de sua casa em Nazaré.

Quando José lhe deu uma tarefa a cumprir.

Quando os seus colegas de escola gozaram
durante a leitura da Torá, a sua Torá.

Em qualquer momento Jesus poderia ter dito:
“Chega! Já basta! Vou para casa”.

Mas Ele não fez isso.

Não o fez porque é amor.

Aprende a compartilhar um amor que vale a pena.

Ricardo Igreja



quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

IMACULADA CONCEIÇÃO - Padroeira de Portugal

SABIA QUE...

* No dia 25 de Março de 1646, D. João IV fez uma cerimónia solene, em Vila Viçosa, para agradecer a Nossa Senhora o que lhe concedera.

* Que D. João IV dirigiu-se à igreja de Nossa Senhora da Conceição, que declarou Padroeira e Rainha de Portugal.

* Que a partir dessa data, mais nenhum rei português usou coroa na cabeça, por se considerar que só a Virgem tinha esse direito.

* Que nos quadros onde aparecem reis ou rainhas, a coroa está pousada ao lado, sobre uma mesa, num tamborete ou almofada de cetim.

* Que D. João Iv prometeu em seu nome, e dos seus sucessores, o tributo anual de 50 cruzados em ouro a Nossa Senhora.

* Que D. João IV ordenou que os estudantes que frequentassem a Universidade de Coimbra, antes de assumirem algum grau académico, jurassem defender a Imaculada Conceição.

* Que a festa à Imaculada Conceição foi incluida no calendário Romano em 1476.

* Que a festa à Imacula Conceição já havia aparecido no Oriente no século VII, e contemporaneamente, na Itália meridional dominada pelos bizantinos.

* Que em 1570, Pio V publicou o novo Ofício.

* Que em 1708 Clemente XI estendeu a festa, tornando-a obrigatória a toda a cristandade.

* Que o Papa Pio IX, a 8 de Dezembro de 1854 defeniu o dogma da Imaculada Conceição.

Hélder Gonçalves

segunda-feira, 6 de dezembro de 2010

CRISTO NÃO TEM MÃOS



Cristo não tem mãos,
Tem só as nossas mãos para fazer o Seu trabalho.

Cristo não tem pés,
Tem só os nossos pés para guiar os homens nos seus caminhos.

Cristo não tem boca,
Só tem os nossos lábios para falar aos homens hoje.

Cristo não tem meios,
Tem só a nossa ajuda para conduzir os homens para Si.

Nós temos de ser a Bíblia que as pessoas ainda lêem!

Somos a última mensagem de Deus escrita em obras e palavras.


quarta-feira, 1 de dezembro de 2010

GOSTO DE PESSOAS

Gosto de pessoas com a cabeça bem no seu lugar. Com conteúdo interno, com ideais e objectivos: e os dois pés bem assentes no chão.

Gosto de pessoas que riêm e que choram, que se emocionam com uma simples carta, um telefonema, uma canção, um poema, um bom livro, um gesto de carinho sincero.

Pessoas que amam e geram saudades, que gostam de amigos e até de animais, cultivam flores, admiram a natureza, sabem escutá-la e aprender com ela.

Pessoas que têm tempo para transmitir bondade, semear o perdão, repartir ternura, compartilhar vivências e darem espaço para as emoções dentro de si, emoções que fluem naturalmente!

Pessoas que gostam de fazer as coisas sem fugirem da realidade nem abandonarem os seus compromissos, ainda que dificeis.

Pessoas que procuram orientarem-se, que pedem conselho, que procuram a verdade e querem aprender sempre mais, mesmo com uma criança, com um pobre, com um analfabeto... que tem tanto para ensinar!

Pessoas de coração desarmado, sem ódio nem preconceitos baratos, com muito amor dentro de si.

Pessoas que reconhecem que erraram, que caiem e sabem levantar-se, suportam e assimilam os golpes, tirando lições dos próprios erros e tornando redentoras as suas lágrimas e sofrimentos.

Gosto muito, mas muito de pessoas assim...
E desconfio que é deste tipo de pessoas que Deus tambem gosta!

Ricardo Igreja

domingo, 21 de novembro de 2010

BENTO XVI E O PRESERVATIVO

Nota do Vaticano sobre as palavras do Papa Bento XVI


«No final do décimo capítulo do livro "Luz do mundo", o Papa respondeu a duas perguntas sobre a SIDA e o uso de preservativos, questões que remontam ao debate que seguiu-se às palavras do Papa sobre este assunto, na sua viagem a África em 2009.

O Papa confirma claramente que, nessa ocasião, não quis tomar posição sobre a questão do preservativo, em geral, mas tinha a intenção de argumentar fortemente que o problema da SIDA não pode ser resolvido apenas com a distribuição de preservativos, é necessário mais: prevenir, educar, ajudar, aconselhar e estar com as pessoas, tanto para evitarem a doença como para acompanhar as que já estão doentes.

O Papa também observa que também na Igreja desenvolveu-se uma consciência semelhante, como o demonstrado pela teoria do chamado método "ABC" (Abstinência, Fidelidade e Condom - preservativo), em que os dois primeiros elementos (abstinência e fidelidade) são muito mais determinantes e fundamentais na luta contra a SIDA, enquanto que o preservativo é finalmente apresentado como uma alternativa, enquanto faltam os outros dois elementos. Portanto, deve ficar claro que o preservativo não é a resolução do problema.

O Papa amplia depois a sua visão e insiste em que concentrar-se somente no preservativo significa a banalização da sexualidade, perdendo esta o seu significado de expressão do amor entre pessoas e tornar-se uma "droga". Combater a banalização da sexualidade é "parte do esforço para garantir que a sexualidade é valorizada e pode exercer o seu efeito positivo no ser humano na sua totalidade."

À luz desta visão ampla e profunda da sexualidade humana e da sua problemática actual, o Papa reafirma que "é claro que a Igreja não considera que os preservativos sejam uma solução verdadeira e moral" para o problema da SIDA.

Assim, o Papa não reforma ou muda a Doutrina da Igreja, mas a reafirma, colocando-se numa perspectiva do valor e da dignidade da sexualidade humana como uma expressão de amor e responsabilidade.

Ao mesmo tempo, o Papa considerou uma situação excepcional em que o exercício da sexualidade é um risco real à vida do outro par. Nesse caso, o Papa não justifica moralmente o exercício desordenado da sexualidade, mas considera que o uso de preservativos para reduzir o risco de infecção é um "primeiro acto de responsabilidade”, um primeiro passo no caminho para uma sexualidade mais humana", ao invés de não usá-lo, colocando em risco a vida de outra pessoa. Nesse sentido, o raciocínio do Papa não pode ser definido como uma mudança revolucionária.

Muitos teólogos morais e personalidades da Igreja autorizadas afirmaram e afirmam posições semelhantes. Mas é verdade que ainda não tínhamos ouvido falar tão claramente dos lábios de um Papa, embora de uma forma coloquial e não Magisterial.

Bento XVI dá-nos, portanto, corajosamente, uma contribuição importante para esclarecer e aprofundar uma questão muito debatida. É uma contribuição original, uma vez que, por um lado mantém a fidelidade aos princípios morais e demonstra sinceridade ao rejeitar um caminho ilusório, como é "a confiança no preservativo”.

Por outro lado, no entanto, expressou uma visão ampla compreensiva e atenta para descobrir os pequenos passos – ainda que apenas iniciais e ainda confusos – de uma humanidade espiritual e culturalmente muito pobre, para um exercício mais humano e responsável da sexualidade.»

Tradução da minha responsabilidade.
Original (em espanhol) em Logos



Papa Bento XVI - "É evidente que a Igreja não considera a utilização do preservativo uma solução verdadeira e moral"


(a outra parte da notícia que não foi contada...)


"Em África, Vossa Santidade afirmou que a doutrina tradicional da Igreja tinha revelado ser o caminho mais seguro para conter a propagação da SIDA/AIDS. Os críticos, provenientes também da Igreja, dizem, pelo contrário, que é uma loucura proibir a utilização de preservativos a uma população ameaçada pela SIDA/AIDS."

«Em termos jornalísticos, a viagem a África foi totalmente ofuscada por uma única frase. Perguntaram-me porque é que, no domínio da SIDA/AIDS, a Igreja Católica assume uma posição irrealista e sem efeito – uma pergunta que considerei realmente provocatória, porque ela faz mais do que todos os outros. E mantenho o que disse. Faz mais porque é a única instituição que está muito próxima e muito concretamente junto das pessoas, agindo preventivamente, educando, ajudando, aconselhando, acompanhando. Faz mais porque trata como mais ninguém tantos doentes com sida e, em especial, crianças doentes com sida. Pude visitar uma dessas unidades hospitalares e falar com os doentes.

Essa foi a verdadeira resposta: a Igreja faz mais do que os outros porque não se limita a falar da tribuna que é o jornal, mas ajuda as irmãs e os irmãos no terreno. Não tinha, nesse contexto, dado a minha opinião em geral quanto à questão dos preservativos, mas apenas dito – e foi isso que provocou um grande escândalo – que não se pode resolver o problema com a distribuição de preservativos. É preciso fazer muito mais. Temos de estar próximos das pessoas, orientá-las, ajudá-las; e isso quer antes, quer depois de uma doença.

Efectivamente, acontece que, onde quer que alguém queira obter preservativos, eles existem. Só que isso, por si só, não resolve o assunto. Tem de se fazer mais. Desenvolveu-se entretanto, precisamente no domínio secular, a chamada teoria ABC, que defende “Abstinence – Be faithful – Condom” (“Abstinência – Fidelidade – Preservativo”), sendo que o preservativo só deve ser entendido como uma alternativa quando os outros dois não resultam. Ou seja, a mera fixação no preservativo significa uma banalização da sexualidade, e é precisamente esse o motivo perigoso pelo qual tantas pessoas já não encontram na sexualidade a expressão do seu amor, mas antes e apenas uma espécie de droga que administram a si próprias. É por isso que o combate contra a banalização da sexualidade também faz parte da luta para que ela seja valorizada positivamente e o seu efeito positivo se possa desenvolver no todo do ser pessoa.

Pode haver casos pontuais, justificados, como por exemplo a utilização do preservativo por um prostituto, em que a utilização do preservativo possa ser um primeiro passo para a moralização, uma primeira parcela de responsabilidade para voltar a desenvolver a consciência de que nem tudo é permitido e que não se pode fazer tudo o que se quer. Não é, contudo, a forma apropriada para controlar o mal causado pela infecção por VIH/HIV. Essa tem, realmente, de residir na humanização da sexualidade.»

"Quer isso dizer que, em princípio, a Igreja Católica não é contra a utilização de preservativos?"

«É evidente que ela não a considera uma solução verdadeira e moral. Num ou noutro caso, embora seja utilizado para diminuir o risco de contágio, o preservativo pode ser um primeiro passo na direcção de uma sexualidade vivida de outro modo, mais humana.

In Bento XVI, Luz do Mundo – O Papa, a Igreja e os Sinais dos Tempos – Uma conversa com Peter Seewald, Lucerna, 2010

Fonte: Spe Deus

Hélder Gonçalves


sexta-feira, 19 de novembro de 2010

O CÉU E O INFERNO

Um peregrino, com o seu cavalo e o seu cão caminhavam por uma estrada. Quando, em ambiente de trovoada, passavam perto de uma grande árvore, caiu um raio, que a todos fulminou.
Mas, não percebo o homem que deixou este mundo, continuou a caminhar com os seus dois animais (Às vezes os mortos levam tempo para aperceberem-se da sua nova condição...).

A caminhada era muito longa e o sol era forte. Ficaram exaustos, suados e com muita sede. Precisavam desesperadamente de água.

Numa curva do caminho, avistaram um luzidio portão, todo de mármore, que conduzia a uma praça calçada com blocos dourados, no centro da qual, havia uma fonte de onde parecia jorrar água cristalina.

O caminhante dirigiu-se ao recepcionista que guardava a entrada.

- Bom dia
- Bom dia

- Que lugar é este, tão lindo ?
- Aqui é o Céu

- O céu ? - disse, desconfiado!... Olhe, senhor, nós estamos com muita sede. Vejo que tem água em abundância. Poderemos beber?
- Sim, o senhor pode entrar e beber à vontade. E indicou-lhe a fonte.

- Mas o meu cavalo e o meu cachorro tambem estão com sede retorquiu o peregrino.
- Lamento muito, mas aqui não temos nada com os animais. Devem ficar de fora.

O caminheiro ficou desapontado com a resposta. A sua sede era grande, mas estimava demasiado os seus animais e companheiros. Sozinho, não beberia, decidiu. E pensou com os seus botões: «Admito que no céu não entrem animais, mas negar-se a matar-lhes a sede, a eles que são amigos do homem e também criaturas de Deus!... Não.
Aqui não pode ser, concluiu.» Agradeceu e continuou adiante.

Depois de muito caminharem, extenuados, chegaram a um sitio, cuja a entrada era marcada por um portão velho, que abria-se para um caminho terreo, ladeado de árvores. A sombra de uma das árvores, estava um homem deitado, com a cabeça coberta com um chapeu, possivelmente a dormir.

- Bom dia - disse o caminhante

O homem saudou-os, erguendo a cabeça

- Estamos com muita sede, o meu cavalo, o meu cachorro e eu.
Será que podemos beber ?
- Sim, a uma fonte naquelas pedras, disse o homem, indicando o lugar.

Podem beber e até banhar-se á vontade. A água é abundante e pura para todos.

O homem, o cavalo e o cachorro dirigiram-se á fonte e mataram a sede.
Em seguida voltou para agradecer.

- Por favor, como se chama este lugar?
- Aqui é o Céu

- O céu? mas o guarda, na estalagem la atrás com o portão de mármore disse que o Céu era lá.

- Pois, ja é costume, senhor! Ali disfarçam-se para conquistar simpatias e clientes. Lá não é o Céu mas sim o inferno.

O caminhante ficou perplexo, e acrescentou:

- Deveria evitar-se isso! Pois essa informação falsa deve causar grandes confusões!

O homem sorriu:

- De forma alguma. A falsiade é imcompativel com a leadade e a verdade. Lá, ficam apenas aqueles que são capazes de abandonar os seus melhores amigos.

Ricardo Igreja

segunda-feira, 15 de novembro de 2010

PERFUME DE DEUS

- Deus é espírito. Não tem corpo. Não pode ser abordado de uma forma material, mas a pessoa humana é material e precisa de uma linguagem algo material para falar de Deus.

- Deus não se vê, não se ouve, não se toca, não se cheira, não se saboreia.

- Por isso, falar de Deus é falar de perfume, de suavidade, de beleza, de primavera.

- Sim, Deus é Primavera, é vida pujante, vida abundante. É vida a renascer, não é vida a esmorecer, a esvair-se, a definhar.

- Os homens definham na medida em que se afastam de Deus. Os homens e as mulheres renascem na medida em que se aproximam de Deus e, sobretudo, de Jesus Cristo.

- Deus é um mistério grande e simples a quem podes dizer Sim e a quem podes dizer Não.

- Deus é o ontem, o hoje e o amanhã. Deus é o passado, o presente e o futuro.

- Deus é tudo e tu sem Deus és um quase nada, meu irmão.

- Sem Deus eu e tu somos como uma folha da árvore seca que se desprende e vai desaparecer. Sem Deus somos como uma pequena areia da praia do mar, sem qualquer importância.

- Meu, irmão, acredita em Deus porque Deus também acredita em ti.

- Confia em Deus, meu irmão, porque Deus também confia em ti.

- Espera em Deus, porque Deus também espera em ti.

- Ama a Deus porque Deus também te ama.

- Com Deus serás muito feliz.

- Sem Deus serás apenas um bocadinho, um quase nada feliz e muitas vezes infeliz.

- Com Deus a tua vida tem sentido. Sem Deus a tua vida tem pouco sentido.

Hélder Gonçalves

sexta-feira, 12 de novembro de 2010

COMPLETAMENTE HUMANO, COMPLETAMENTE DIVINO

Os anjos viram Maria trocar as fraldas de Deus.
O Universo assistiu maravilhado ao Todo-poderoso aprender a andar.
Crianças brincaram com Ele na rua.
Se o líder da sinagoga de Nazaré soubesse quem estava a ouvir os seus sermões...

Talvez Jesus tenha tido espinhas.
Quem sabe se fosse desafinado.
Pode ser que uma menina da sua rua se tenha apaixonado por Ele, ou vice-versa.
Seus joelhos podem ter sido ossudos.
Uma coisa é certa: embora fosse completamente Divino, Ele tambem era completamente humano.

Durante trinta e três anos Ele sentiria tudo o que voçê e eu ja sentimos.
Ele sentiu-se fraco.
Os seus pés doeram.
Teve medo do fracasso.
Era susceptível a mulherres sedutoras.
Ficou resfriado, arrotou e partes do seu corpor cheiravam mal.
Os seus sentimentos foram feridos.
Ficou cansado, a sua cabeça doeu.

Pensar em Jesus por esse ângulo é... bem, parece quase irreverente não é?Não é algo que gostamos de fazer; é incomodo.
É muito mais facil manter a humanidade de fora da encarnação.
Vamos tirar o esterco em volta da manjedoura.
Limpar o suor do seu rosto.
Fingir que nunca roncou, que nunca assou o nariz ou que nunca acertou no dedo com o martelo...

Mas não faça isso. Pelos céus, não faça.
Deixe que Ele seja tão humano quanto desejava ser.
Deixe que Ele entre no meio da sujidade e da lama do nosso mundo.
Pois somente se o deixarmos entrar é que Ele poderá tirar-nos  dali.

Ricardo Igreja

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

SÃO MARTINHO

* Comemorações e Tradições


No calendário litúrgico, o dia de S. Martinho celebra-se a 11 de Novembro, data em que este Santo, falecido dois ou três dias antes em Candes, no ano de 397, foi a enterrar em Tours, França.

Hoje em dia, não sendo o uso do missal tão frequente, nem todos os crentes católicos se lembrarão de ver, nos dias festivos do ano, o que se diz relativamente ao dia 11 de Novembro e ao seu Santo: «São Martinho é o primeiro dos Santos não Mártires, o primeiro Confessor, que subiu aos altares do Ocidente (...) A sua festa era de guarda e favorecida frequentemente pelos dias de “verão de S. Martinho”, rivalizando, na exuberância da alegria popular, com a festa de S. João.» (in Missal de Dom Gaspar Lefebvre )

Com efeito, S. Martinho foi, durante toda a Idade Média e até uma época recente, o santo mais popular de França. O seu túmulo, abrigado desde o séc. V por uma Basílica (sucessivamente destruída e reconstruída) em Tours, era o maior centro de peregrinação de toda a Europa Ocidental. A sua generosidade e humildade, aliadas a uma enorme fama de milagreiro fizeram dele um dos santos mais queridos da população. E ainda hoje o seu espírito de partilha é fonte de inspiração.

São Martinho é santo patrono dos alfaiates, dos cavaleiros, dos pedintes, dos restauradores (hoteis, pensões, restaurantes), dos produtores de vinho e dos alcoólicos reformados, dos soldados... dos cavalos, dos gansos, e orago de uma série infindável de localidades de Beli Benastir, na Croácia, a Buenos Aires, na Argentina (fonte Catholic Community Forum) passando, evidentemente, por numerosíssimas sítios de Norte a Sul de Portugal.

O facto de o seu dia coincidir com a época do ano em que se celebra o culto dos antepassados e com a altura do calendário rural em que terminam os trabalhos agrícolas e se começa a usufruir das colheitas (do vinho, dos frutos, dos animais) leva a que a festa deste Santo tenha toda uma componente de exuberância que actualmente tende a prevalecer.

Assim, em Portugal, o dia de S. Martinho é invocado nas cerimónias religiosas dos locais de culto, e o seu espírito de solidariedade lembrado, quanto mais não seja, através do relato do episódio em que partilhou a sua capa com um pobre; mas de resto, e por todo o lado, as pessoas andam ocupadas nas actividades mencionadas nos provérbios sobre este dia: assam-se castanhas, prova-se o vinho...

Acerca do assunto, escreve o conceituado etnólogo Ernesto Veiga de Oliveira (1910-1990) o seguinte: «O S. Martinho, como o dia de Todos os Santos, é também uma ocasião de magustos, o que parece relacioná-lo originariamente com o culto dos mortos (como as celebrações de Todos os Santos e Fiéis Defuntos). Mas ele é hoje sobretudo a festa do vinho, a data em que se inaugura o vinho novo, se atestam as pipas, celebrada em muitas partes com procissões de bêbados de licenciosidade autorizada, parodiando cortejos religiosos em versão báquica, que entram nas adegas, bebem e brincam livremente e são a glorificação das figuras destacadas da bebedice local constituída em burlescas irmandades. Por vezes uma dos homens, outra das mulheres, em alguns casos a celebração fracciona-se em dois dias: o de S. Martinho para os homens e o de Santa Bebiana para as mulheres (Beira Baixa). As pessoas dão aos festeiros. vinho e castanhas. O S. Martinho é também ocasião de matança de porco.» (in As Festas. Passeio pelo calendário, Fundação Calouste Gulbenkian, 1987)

* A Vida de São Martinho

O conhecimento que se tem da vida de S. Martinho, apelidado de apóstolo da Gália, é devido principalmente ao seu primeiro e mais dedicado biógrafo, Sulpício Severo (c.360-c.420), historiador cristão de expressão latina, nascido na Aquitânia, também declarado santo.

Quando conheceu S. Martinho, já este era bispo vivendo no entanto fiel ao ideal monástico, recolhendo-se longe do fasto do palácio episcopal. Sulpício Severo tornou-se seu discípulo, amigo e biógrafo. É graças a ele que hoje temos um relato precioso da vida deste Santo.

A Vida de S. Martinho (Vita Martini ) de Sulpício Severo que, de acordo com a professora Maria Luísa V. de Paiva Boléo, foi «um livro que teve enorme repercussão no mundo medieval. Espalhou-se até Cartago, Alexandria e Síria. Sabe-se que este livro foi muitíssimo lido (Enciclopedia Cattolica, Cidade do Vaticano, 1952, p. 220), o que era difícil numa época em que os livros eram caros e quando só o clero e monarcas mais cultos os leriam, mas o certo é que foi um verdadeiro "best-seller"» (fonte), nunca teve tantos leitores como hoje em dia, pois circula na internet em latim e em pelo menos mais dois idiomas: francês e inglês.

* Algumas datas importantes da vida de S. Martinho

316 - Nasce S. Martinho, filho de um oficial romano, na Panónia (região da actual Húngria).

326- Com apenas 10 anos e por sua vontade torna-se catecúmeno (aspirante a cristão).

330- É obrigado a ir para o exército onde pratica o ideal cristão de humildade e generosidade.

337- Dá-se o episódio lendário em que S. Martinho partilha a sua capa de soldado com um pobre.

Em data indeterminada S. Martinho abandona o exército.

354- S. Martinho chega a Poitiers onde se desloca para se juntar a Santo Hilário. Mas logo a seguir vai para a Itália com o objectivo de rever a família e evangelizar os seus conterrâneos.

355-360- S. Martinho é expulso da sua própria terra (por causa do Arianismo) e passa um tempo isolado na ilha de Galinária, no meio do Mar Tirreno.

361- S. Hilário volta para Poitiers e S. Martinho também.

361- Funda uma comunidade monástica (a primeira da Gália) em Ligugé, a 6 km de Poitiers.

371- S. Martinho torna-se Bispo de Tours, cargo que ocupará cerca de 26 anos até à sua morte.

372- Funda a comunidade monástica de Marmoutier, perto de Tours.

397- S. Martinho morre em Candes perto de Tours. No dia 11 de Novembro é enterrado com pompa e circunstância na cidade de que fora Bispo durante mais de um quarto de século.

* Provérbios de São Martinho

· A cada bacorinho vem o seu S. Martinho.
· A cada porco vem o seu S. Martinho.
· Em dia de S. Martinho atesta e abatoca o teu vinho.
· Martinho bebe o vinho, deixa a água para o moinho.
· No dia de S. Martinho, fura o teu pipinho.
· No dia de S. Martinho, come-se castanhas e bebe-se vinho.
· No dia de S. Martinho, lume, castanhas e vinho.
· No dia de S. Martinho, mata o porquinho, abre o pipinho, põe-te mal com o teu vizinho. (sic.)
· No dia de S. Martinho, mata o teu porco, chega-te ao lume, assa castanhas e prova o teu vinho.
· No dia de S. Martinho, mata o teu porco e bebe o teu vinho.
· No dia de S. Martinho, vai à adega e prova o teu vinho.
· Pelo S. Martinho abatoca o pipinho.
· Pelo S. Martinho castanhas assadas, pão e vinho.
· Pelo S. Martinho mata o teu porquinho e semeia o teu cebolinho.
· Pelo S. Martinho nem nado nem no cabacinho.
· Pelo S. Martinho prova o teu vinho; ao cabo de um ano já não te faz dano.
· O Sete-Estrelo pelo S. Martinho, vai de bordo a bordinho; à meia-noite está a pino.
· São Martinho, bispo; São Martinho, papa; S. Martinho rapa.(refere-se ao fim das festas da prova do vinho novo.)
· Se o Inverno não erra o caminho, tê-lo-ei pelo S. Martinho.
· Se queres pasmar o teu vizinho, lavra, sacha e esterca pelo S. Martinho.
· Veräo de S. Martinho säo três dias e mais um bocadinho.
· Vindima em Outubro que o S. Martinho to dirá.

Hélder Gonçalves


segunda-feira, 8 de novembro de 2010

BENTO XVI EM SANTIAGO DE COMPOSTELA

O Papa Bento XVI, deslocou-se neste passado sábado dia 6 de Novembro a Santiago de Compostela, como peregrino assim como tantos outros se deslocam durante este Ano Santo.

Veio ao Sepulcro do Apóstolo Santiago, como sucessor de Pedro; vem reavivar com a sua presença a tradição secular que começou com os primeiros evangelizadores que implantaram o cristianismo, entre os quais se destaca Santiago.

Eu estive lá, e posso testemunhar que, embora dias antes da sua chegada houvesse grupos e movimentos contra a sua vinda a tentarem desmobilizar as pessoas para não o acolherem, enganaram-se redondamente, porque, o Papa Bento XVI foi acolhido entusiásticamente por muitos milhares de pessoas que se encontravam ao longo do seu trajecto do aéroporto até à Catedral, assim como na Praça do Obradoiro que estava repleta, e todo o recinto que circundava a Catedral. Foi verdadeiramente muito acarinhado pelos presentes, mas, também os presentes foram abençoados com a sua presença muito próxima.

Foi verdadeiramente um testemunho de fé.

O mais importante foi a mensagem que nos deixou e ao qual aqui deixo a sua homilia feita no decorrer da Eucaristia.



* Homilia de Bento XVI

Queridos irmãos em Jesus Cristo

dou graças a Deus pelo dom de poder estar aqui nesta explêndida praça repleta de arte, culturas e significado espiritual. Neste ano santo, chego como peregrino entre os peregrinos, acompanhando tantos que vem aqui sedentos da fé em Jesus Cristo Ressuscitado. Fé anunciada e transmitida fielmente pelos apóstolos como São Tiago maior, venerado em Compostela, neste ano memorial.

Agradeço as gentis palavras de boas vindas de Dom Julián Barrio, Arcebispo desta Igreja particular e a amável presença de suas Altezas Reais os Príncipes de Asturias, os senhores cardeais, assim como dos numeros irmãos no episcopado e no sacerdócio. Também saúde cordialmente os Parlamentares Europeus, membros do intergrupo "Caminho de Santiago" assim como as distintas autoridades nacionais, autónomas e locais que quiseram estar presentes nesta Celebração.

Tudo isso é sinal de deferência para com o Sucessor de Pedro e também do sentimento profundo que Santiago de Compostela desperta na Galícia e nos demais povos da Espanha, que reconhecem o Apóstolo como seu Patrono e protector. Uma calorosa saudação, igualmente, às pessoas consagradas, seminaristas e fiéis que participam desta Eucaristia e, com uma emoção particular, aos peregrinos, cujo ardor genuíno do espírito compostelano, sem o qual pouco ou nada se entenderia do que aqui se realiza.

Uma frase da primeira leitura afirma com admirável simplicidade: "Com grande poder, os apóstolos davam testemunho da Ressurreição do Senhor". Com efeito, no ponto de partida de tudo o que o cristianismo foi e continua a ser não se encontra um projecto humano, sem Deus, que declara a Jesus justo e santo diante da sentença do tribunal humano que o condenou como blasfemo e subversivo. Deus, que arrancou Jesus da morte. Deus, que fará justiça a todos os injustamente humilhados da história.

"Somos testemunhas dessas coisas, nós e o Espírito Santo, que Deus concedeu aos que lhe obedecem" (Hb 5,32), disseram os apóstolos. Assim pois, eles deram testemunho da vida, morte e ressurreição de Jesus Cristo, a quem conheceram enquanto pregava e fazia milagres. A nós, queridos irmãos, toca-nos hoje seguir o exemplo dos apóstolos, conhecendo o Senhor cada dia mais e dando um testemunho claro e destemido do seu Evangelho. Não existe maior tesouro que possamos oferecer aos nossos contemporâneos. Assim imitaremos também a São Paulo que, no meio de tantas tribulações, naufrágios e solidão, proclama exultante: "Este tesouro nós trazemos em vasos de argila, para que vejam que esse poder extraordinário provém de Deus e não de nós" (II Cor 4,7).

Junto a estas palavras do Apóstolo dos gentios, estão as próprias palavras do Evangelho que acabarmos de escutar, e que convidam-nos a viver de acordo com a humildade de Cristo que, seguindo em tudo a vontade do Pai, veio para servir, "para dar a sua vida em resgate de muitos" (cf Mt 20,28). Para os discípulos que queriam seguir e imitar a Cristo, o servir aos irmãos já não é uma mera opção, mas parte essencial de seu ser. Um serviço que não se mede pelos critérios mundanos do imediato, do material, do vistoso, mas faz presente o amor de Deus a todos os homems e em todas as suas dimensões, e dá testemunho d'Ele, inclusive com os gestos mais simples.

Ao propor este novo modo de se relacionar com a comunidade, baseado na lógica do amor e do serviço, Jesus dirige-se também aos "chefes dos povos", porque onde não há entrega pelos demais, surgem formas de prepotência e exploração que não deixam espaço para uma autêntica promoção humana integral.

Gostaria que essa mensagem chegasse, principalmente aos jovens: principalmente a vocês, este conteúdo essencial do Evangelho indica-os um caminho, para que, renunciando a um modo de pensar egoísta, de curto alcance, como tantas vezes lhes é proposto, e assumindo a Jesus, possam realizar-se plenamente e serem sementes de esperança.

Isto é o que nos recorda também a celebração deste Ano Santo Compostelano. E isto é o que, no segredo do coração, sabendo explicitamente ou sentido sem saber expressá-lo com palavras, vivem tantos peregrinos que caminham a Santiago de Compostela para abraçar o Apóstolo. O cansaço do andar, a variedade das paisagens, o encontro com pessoas de outra nacionalidade, abrem-nos ao mais profundo e comum que nos une aos homens: seres em busca, seres necessitados de verdade e de beleza, de uma experiência de graça, de caridade e de paz, de perdão e redenção.

E no mais recôndito de todos os homens ressoa uma presença de Deus e da acção do Espírito Santo. Sim, a todo homem que faz silêncio no seu interior e se distancia dos seus anseios, desejos e quereres imediatos, ao homem que reza, Deus ilumina-o para que O encontre e para que reconheça a Cristo. Quem peregrina a Santiago, no fundo, faz-lo para encontrar-se sobretudo com Deus que é reflectido na majestade de Cristo, acolhe-O e abençoa-O ao chegar ao Pórtico da Glória.

Desde aqui, como mensageiro do Evangelho que Pedro e São Tiago marcaram com o proprio sangue, desejo voltar meu olhar para a Europa que peregrinou a Compostela. Quais são as suas grandes necessidades, temores e esperanças? Qual é o contributo específico e fundamental da Igreja para esta Europa, que percorreu no último meio século um caminho para novas configurações e projectos? O seu trabalho centra-se numa realidade tão simples e decisiva como esta: que Deus existe e que é Ele quem nos têm dado a vida. Somente Ele é absoluto, amor fiel e imutável, meta infinita que transparece através de todos os bens, verdades e belezas admiráveis deste mundo; admiráveis, porém insuficientes para o coração do homem. Bem compreendeu isto Santa Teresa de Jesus quando escreveu: "Só Deus basta!"

É uma tragédia que na Europa, sobretudo no século XIX, se afirmasse e divulgasse a convicção de que Deus é o antagonista do homem e o inimigo da sua liberdade. Com isto queria-se colocar na sombra a verdadeira fé bíblica em Deus, que enviou ao mundo o seu Filho, Jesus Cristo, a fim de que ninguém pereça, mas que todos tenham a vida eterna (cf. Jo 3,16).

O autor sagrado afirma diante de um paganismo para o qual Deus está com inveja do homem ou o despreza: "Como Deus teria criado todas as coisas se não as tivesse amado, Ele que, na sua infinita plenitude, não precisa de nada?" (cf. Sab 11,24-26). Como se teria revelado aos homens, se não queria protegê-los? Deus é a origem do nosso ser, fundamento e ápice da nossa liberdade. Não o seu oponente.

Como o homem mortal pode criar-se a si mesmo e como o homem pecador vai reconcilar-se consigo mesmo? Como é possível que se tenha feito silêncio público sobre esta realidade primeira e essencial da vida humana? Como é o que é mais determinante nela pode ser trancada na mera intimidade ou colocados na penumbra? Nós homens não podemos viver às escuras, sem ver a luz do sol. E então, como é possível que se negue a Deus, sol das inteligências, força das vontades e irmã dos nossos corações, o direito de propor essa luz que dissipa todas as trevas?

Por isso, é necessário que Deus volte a ressoar alegremente sobre os céus da Europa; que essa palavra santa não se pronuncie jamais em vão; que não a pervertam fazendo servir aos fins que não lhe são próprios. É mistério que seja pronunciado santamente. É necessário que a percebamos desse modo, na vida de cada dia, no silêncio do trabalho, no amor fraterno e nas dificuldades que os anos trazem consigo.

A Europa deve abrir-se a Deus, sair ao seu encontro sem medo, trabalhar com a sua graça por aquela dignidade do homem que as melhores tradições descobriram: Além da bíblica, fundamental nessa óptica, também as da época clássica, medieval e moderna, das quais nasceram as grandes criações filosóficas e literárias, culturais e sociais da Europa.

Esse Deus e esse homem são aqueles que manifestaram-se concreta e historicamente em Cristo. A esse Cristo que podemos encontrar nos caminhos que conduzem a Compostela, pois ainda existe uma cruz que acolhe e orienta nas encruzilhadas. Essa cruz, supremo sinal do amor levado até o extremo e, por isso, dom e perdão ao mesmo tempo, deve ser nossa estrela guia na noite do tempo.

Cruz e amor, cruz e luz tem sido sinónimos na nossa história, porque Cristo deixou-se cravar nela para dar-nos o testemunho supremo do seu amor, para convidar-nos ao perdão e à reconciliação, para ensinar-nos a vencer o mal com o bem. Não deixe de aprender as lições desse Cristo, das encruzilhadas dos caminhos e da vida, Nele Deus vem ao nosso encontro como amigo, Pai e guia. "Óh Cruz bendita, brilha sempre nas terras da Europa!"

Deixe-me que proclame daqui a glória do homem, que percebe as ameaças à sua dignidade com a expoliação dos seus valores e riquezas originários, com a marginalização e morte infligidas aos mais fracos e pobres. Não se pode cultuar a Deus, sem velar pelo homem seu Filho e não se serve ao homem sem perguntar-se por quem é seu pai e responder a pergunta por si mesmo.

A Europa das ciências e das tecnologias, a Europa da civilização e da cultura, tem que ser a Europa aberta a transcedência e a fraternidade com os outros continentes, ao Deus vivo e verdadeiro a partir do homem vivo e verdadeiro. Isto é o que a Igreja deseja trazer à Europa: velar por Deus e velar pelo homem, a partir da compreensão que Jesus Cristo nos oferece de ambos.

Queridos amigos, levantemos o olhar da esperança a tudo aquilo que Deus nos prometeu e nos oferece. Que Ele nos dê a sua fortaleza, que Ele nos conceda a sua força, revigore essa arquidiocese compostelana, que verifique a fé dos seus filhos e ajude-os a seguir fiéis a sua vocação de semear e dar vigor ao Evangelho, também em outras terras.

Que São Tiago, o amigo do Senhor, alcance abundantes bençãos para a Galícia, para os demais povos da Espanha, da Europa e de tantos outros lugares além dos mares, onde o apóstolo é o sinal de identidade cristã e promotor do anúncio de Cristo.

Papa Bento XVI

Hélder Gonçalves

quinta-feira, 4 de novembro de 2010

DEUS E O DIVÓRCIO

O divórcio é uma ofensa grave à lei natural. O cônjuge recasado passa a encontrar-se em situação de adultério público e permanente.


2385 O caracter imoral do divórcio advém-lhe também da desordem que introduz na célula familiar a na sociedade. Esta desordem acarreta graves danos: para o cônjuge que fica abandonado; para os filhos, traumatizados pela separação dos pais, e muitas vezes em desavença entre si; e pelo seu efeito de contágio, que faz dele uma verdadeira praga social.

2386 Pode acontecer que um dos cônjuges seja a vítima inocente do divórcio decidido pela lei civil; neste caso ele não vila o preceito moral. Existe uma diferença considerável entre o cônjuge que se esforçou sinceramente por ser fiel ao sacramento do Matrimónio e se vê injustamente abandonado, e aquele que, por uma falta grave de sua parte, destrói um casamento canonicamente válido.

(Catecismo da Igreja Católica)


Comentário:

- "Cada divórcio é um tragédia para as pessoas envolvidas, e geralmente não se sai dele sem enormes sofrimentos. Quando os casais têm filhos, são eles as vítimas da maior ofensa, pois são não só privados do amor e da solicitude recíproco entre os pais, aos quais eles têm direito, mas com frequência são empobrecidos e, às vezes, até mesmo se tornam instrumento das hostilidades entre os pais. Por vezes, ao procurarem reconstruir a própria vida, muitas pessoas divorciadas procuram a felicidade numa nova relação e contraem um matrimónio civil."

- "Devemos exprimir a nossa fé no sacramento do matrimónio: união definitiva de um homem e de uma mulher baptizados em Cristo; união ordenada ao acolhimento e à educação dos filhos (cf. Gaudium et spes, 48).

Constatamos que o Sacramento do matrimónio é uma riqueza para o próprio casal, para a sociedade e para a Igreja. Ele comporta um amadurecimento sob o sinal da esperança para aqueles que desejam fortalecer o seu amor na estabilidade e fidelidade, com a ajuda de Deus que abençoa a união deles. Essa realidade redunda em benefício de todos os outros casais.

Em muitos países, os divórcios tornaram-se uma verdadeira 'praga' social.

Estes 'insucessos' são uma fonte de sofrimento quer para os homens de hoje, quer sobretudo para aqueles que vêem desvanecer o projecto do seu amor conjugal.

A Igreja Católica é mais do que nunca sensível ao sofrimento dos seus membros: ela assim como se alegra com os que vivem na alegria, de igual modo chora com aqueles que choram (cf. Rm 12, 15).

'Estes homens e estas mulheres saibam que a Igreja os ama, não está longe deles e sofre pela situação. Os divorciados novamente casados são e permanecem seus membros, porque receberam o baptismo e conservam a fé cristã'.

Os padres, portanto, cuidem daqueles que sofrem com a consequência do divórcio, sobretudo dos filhos; preocupem-se com todos e, sempre em harmonia com a verdade do matrimónio e da família, procurem aliviar a ferida infligida ao sinal da aliança de Cristo com a Igreja.

- Quando o casal em situação irregular volta à prática cristã, é necessário acolhê-lo com caridade e benevolência, ajudando-o a esclarecer o estado concreto da sua condição, através dum trabalho pastoral iluminado e iluminante. Esta pastoral de acolhimento fraterno e evangélico, para aqueles que tinham perdido o contacto com a Igreja, é de grande importância: é o primeiro passo imprescindível para os inserir na prática cristã. É preciso aproximá-los da escuta da palavra de Deus e da oração, inseri-los nas obras de caridade que a comunidade cristã realiza em favor dos pobres e necessitados, e estimular neles o espirito de arrependimento, com obras de penitência que preparem os seus corações para acolher a graça de Deus.

Um capítulo muito importante é o que se refere à formação humana e cristã dos filhos da nova união. Torná-los partícipes de todo o conteúdo da sabedoria do Evangelho, segundo o ensinamento da Igreja Católica, é uma obra que prepara maravilhosamente os corações dos pais para receber a força e a clareza necessárias superarem as dificuldades reais, que existem no seu caminho, e para readquirirem a plena transparência do mistério de Cristo, que o matrimónio cristão significa e realiza."

(João Paulo II - L'Osservatore Romano de 01-02-97)


Resumo:

2400 O adultério e o divórcio, a poligamia e a união livre são ofensas graves à dignidade do casamento.

Como é necessário para os filhos que os pais vivam unidos! A tragédia começa no processo do divórcio, da disputa pela guarda dos filhos. Depois a competição que é tão frequente, entre os pais para disputar o amor dos filhos. As marcas são inevitáveis.

"Ama-se verdadeiramente e até ao fundo, só quando se ama para sempre, na alegria e na tristeza, na saúde e na doença. Os próprios filhos não têm uma necessidade extrema da união indissolúvel dos próprios pais, e não são talvez eles mesmos, muitas vezes, as primeiras vítimas do drama do divórcio?"

- Lembre-se que o sacramento do Matrimónio é o único sacramento em que quem celebra o casamento são os próprios noivos. O sacerdote é apenas uma testemunha que abençoa o casamento em nome de Deus.

- O casamento civil, os noivos podem casar o numero de vezes que quizerem e divorciarem-se as vezes que quizerem, mas essa é a lei dos homens, mas o casamento cristão, é a Lei de Deus e uma vez consumado por ambos os noivos é até á morte, nada os separará aos olhos de Deus e serão sempre casados até morrerem.

- O cônjuje que provocar a separação, está em pecado muito grave, e o seu único perdão é a reconciliação com o seu par.

- "Não separe o homem, aquilo que Deus uniu".

Hélder Gonçalves

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