sexta-feira, 27 de maio de 2011

PENSAMENTOS - 3ª Parte

Continuação do anterior...

13. A perda de valores, a dúvida, o consumismo, a droga, a violência, o erotismo, os vícios (certos jogos, alcoolismo, tabaco), sufocam e oprimem os jovens de hoje. Tu que tanto defendes a tua liberdade, porque é que te deixas escravizar por estas realidades?

Tudo isso são ídolos que te seduzem, te exploram, te oprimem e roubam a tua dignidade. Está alerta. Vigia. Tudo isso é inimigo da tua felicidade.

Não tens que alinhar com o grupo nos vícios só para seres moderno. Precisas de ter coragem e dizeres "Não" a tudo o que te pode escravizar. A tua liberdade não tem preço. Vale o preço do sangue do Filho de Deus derramado por ti.

14. A verdadeira liberdade não consiste em fazer o que se quer, mas em fazer o que se deve, em fazer o bem, em servir, em amar. Só quem ama é verdadeiramente livre. O verdadeiro amor não diminui a tua liberdade, pelo contrário, potencia-a, aumenta-a. O que pode diminuir a tua liberdade é o falso amor, as paixões desordenadas, a sedução pelas ilusões que se desfazem como bolas de sabão.

15. Jovem, para ti, quem é Jesus Cristo?

Tu gostas e precisas de modelos para imitar. Já pensaste em imitar Jesus Cristo e fazer dele o teu modelo? Em vez de fazeres o que os ídolos da música, da TV, do cinema, do desporto fazem, porque não tentas pensar, sentir, agir, sonhar, amar e viver como Jesus?

Olha que os ídolos passam como as modas e desaparecem. Jesus nunca passa. É sempre actual o que Ele disse e fez.

16. Jovens, derrubai as barreiras da superficialidade, da mediocridade, do medo, da ignorância religiosa. Sede homens e mulheres novos pela graça do baptismo. Deixai que o Evangelho se torne vida nas vossas vidas e ela ficará iluminada plenamente. Se tendes asas para voar como as águias, porque é que vos contentais em voar como as galinhas?

17. O sentido da vida encontra-se colocando-a ao serviço dos outros, da sociedade, da comunidade. Só quem ama pode esquecer-se um pouco de si e viver para os outros. Jesus chama a amar-nos uns aos outros e a servir como Ele serviu. Quem não vive para servir, não serve para viver. Só é inútil aquele que não ama.

18. Cristo conta convosco. E vós, jovens contais com Jesus Cristo? Sem Ele andareis à deriva sem saber que rumo seguir.

19. Jovem, que vais fazer da tua vida? Como a estás a orientar? Quais são as tuas motivações? O que é que te faz andar? A fama? O sucesso? A riqueza? O poder? O prazer? As dependências?

20. Jovem, não deixes a vida passar por ti. Vive-a profundamente. Usa a cabeça. Não alugues a tua cabeça às ideias dos outros. Não sigas só atrás das modas. As modas são formas de pensar, de agir e de estar criadas pelos outros.

E tu? Não vales nada? Não tens também uma cabeça para pensar, uma inteligência para usar? Porque é que te demites de pensar e segues ao sabor das correntes, do que os outros dizem, do que os outros fazem?

Acorda. Sê tu mesmo. Sê igual a ti mesmo. Tu és único. Irrepetível. Por isso não te limites a repetir aquilo que os outros fazem, sobretudo se repetes o mal que eles dizem ou fazem.


Hélder Gonçalves

quarta-feira, 25 de maio de 2011

ADORA E CONFIA

Não te inquietes pelas dificuldades da vida, pelos seus altos e baixos,
pelas suas decepções, pelo seu futuro mais ou menos sombrio. Quer o que Deus quer.

Nos contratempos e dificuldades oferece-lhe o sacrificio da tua alma simples que, apesar de tudo, aceita os desígnios da sua providencia. Pouco importa que te consideres um frustrado, se Deus te considera plenamente realizado, ao seu gosto.

Confia cegamente nesse Deus que te quer para Si.
E que chegara até ti, mesmo que nunca O vejas.
Pensa que estás nas suas mãos, tanto mais fortemente agarrado, quando mais descaído e triste te encontres.

Vive feliz, suplico-te. Vive em paz.
Que nada te perturbe.
Que nada consiga roubar-te a paz.
Nem a fadiga psiquica, nem as tuas falhas morais.
Faz com que brote, e permaneça sempre no teu rosto, um doce sorriso, reflexo daquele que o Senhor contínuamente te mostra.

E no íntimo da tua alma coloca, acima de tudo, como fonte de energia e critério de verdade, tudo aquilo que te inunde da paz de Deus.

Lembra-te: tudo o que te reprima e inquieta é falso.
Asseguro-te em nome das leis da vida e das promessas de Deus.

Portanto, quando te sentires acabrunhado, triste, adora e confia.

Ricardo Igreja

domingo, 22 de maio de 2011

BEATA MARIA CLARA

Reliquia da Beata Irmã Maria Clara do Menino Jesus

Um osso do seu dedo

Dos Escritos da Irmã Maria Clara do Menino Jesus


* Nada acontece no mundo sem permissão divina.

* Um olhar providencial de Deus vela sobre nós..

* Reflecti bem nas três compendiosas palavras: Deus, Alma, Eternidade.

* A fé faz obrar prodígios.

* Praticai a caridade com a maior perfeição.

* Trabalhemos com amor e por amor.

* Deus agrada-Se dos esforços humildes.

* A pessoa humilda atrai as graças do céu.

* Deus guarda-nos como pupila dos seus olhos.

* A paz é o verdadeiro prémio dos que bem servem a Deus.

* Recebei tudo como vindo das mãos de Deus.

* Ânimo e coragem, que esta vida são dois dias e o céu é para toda uma eternidade.

* Não nos deixemos abater pelas dificuldades.

* Por um momento de combate é-nos prometida uma eternidade de glória.

* O sol da justiça pode eclipsar-se por um momento, mas é para reaparecer com mais esplendor.

* Como Deus é bom! Deus seja bendito!

* A minha alma glorifica o Senhor, porque opera milagres sobre o nosso calvário. 


Algumas imagens da Celebração da Beatificação

Cardeal Angelo Amato
Prefeito da Congregação para a causa dos Santos
Representante do Sumo Pontífice Bento XVI

     Dom José Da Cruz Policarpo
Cardeal Patriarca de Lisboa

Muitos Sacerdotes presentes

Muitos Acólitos presentes

 Entrega da Reliquia
com a presença da D. Georgina a quem o milagre foi concebido

Momento da Beatificação 11h37

Oração para pedir graças e a CanonizaçãoBeata Maria Clara

Santissima Trindade, altíssimo, omnipotente e bom Senhor!  Vós, que fizeste resplandecer a vossa santidade na vida simples e humilde da Bem-Aventurada Maria Clara do Menino Jesus, chamando-a a ser apóstola da vossa ternura e misericórdia, concedei-nos a graça da sua Canonização. Fazei brilhar sobre nós a claridade da vossa luz, para que, vivendo no espírito das bem-aventuranças, pratiquemos as Obras de Misericórdia, em fidelidade ao santo Evangelho.
Por intercessão da Beata Maria Clara do Menino Jesus, atendei as nossas preces e concedei-nos a graça que confiadamente Vos suplicamos (pedir a graça).
A Vós toda a honra e toda a glória, pelos séculos dos séculos. Amem!

Pai Nosso....     Avé Maria...     Glória ao Pai...

Bem-Aventurada Maria Clara, rogai por nós!



Hélder Gonçalves


quinta-feira, 19 de maio de 2011

BEATIFICAÇÃO IRMÃ MARIA CLARA


Beata Irmã Maria Ckara
  Portugal prepara-se para mais uma beatificação no próximo sábado dia 21 de Maio, da Irmã Maria Clara, mais conhecida por «Mãe Clara», que viveu no século XIX.

A celebração vai decorrer no Estádio do Restelo em Belém e terá inicio às 10h30, sob a presidência do Patriarca de Lisboa, Dom José Policarpo.

O ritual da beatificação inclui a leitura da Carta Apostólica e a “chamada procissão das relíquias”, que neste caso será “um osso da Madre Maria Clara”.

«Maria Clara, um rosto de ternura e da misericórdia de Deus» é o slogan escolhido para a celebração.

A irmã Clara foi a fundadora das irmãs Franciscanas e, espera-se muitos peregrinos de vários países.

Libânia do Carmo Galvão Meixa de Moura Telles de Albuquerque, mais conhecida por «Mãe Clara», nasceu na Amadora, em Lisboa, a 15 de Junho de 1843 e morreu em Lisboa no dia 1 de Dezembro de 1899 e o seu processo de canonização viria a iniciar-se em 1995.

Esta beatificação acontece quando Bento XVI assinou o decreto de aprovação do milagre a 10 de Dezembro de 2010 relativo a uma cidadã espanhola Georgina Troncoso Monteagudo, afectada por um grave problema de pele, e ao qual ficou curada, quando ela se deslocou ao túmulo no dia 12 de Novembro de 2003 e pediu a sua intercessão. A cidadã espanhola deve estar presente na celebração da beatificação.

Recebeu o hábito de Capuchinha, em 1869, escolhendo o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus.

A futura beata foi enviada a Calais, França, a 10 de Fevereiro de 1870, para fazer o noviciado, na intenção de fundar, depois, em Portugal, uma nova Congregação.

Abriu a primeira comunidade da CONFHIC em S. Patrício - Lisboa, no dia 3 de Maio de 1871 e, cinco anos depois, a 27 de Março de 1876, a Congregação é aprovada pela Santa Sé.

Irmã Clara, vai assim juntar-se a cinco outros santos portugueses que foram beatificados recentemente como: Os Pastorinhos Jacinta e Francisco 13.05.2000, Frei Bartolomeu dos Mártires 4.11.2001, Alexandrina de Balazar 25.04.2004, Rita Amada de Jesus 28.05.2006 e Nuno Alvares Pereira, o Santo Condestável a 26.04.2009.

Portugal tem sido abençoado por Deus.

A beatificação, que antecede a canonização (declaração de santidade), é o rito através do qual a Igreja Católica propõe uma pessoa como modelo de vida e intercessor junto de Deus, ao mesmo tempo que autoriza o seu culto público, normalmente em âmbito restrito (diocese ou família religiosa).

Hélder Gonçalves

sábado, 14 de maio de 2011

SOL EM FÁTIMA - Milagre?


Sold de Fátima a 13.05.2011

Foram muitos os que pela fé se deslocaram a Fátima este ano, cerca de 250 a 300.000 peregrinos.

As celebrações deste ano foram orientadas sobre a presidência do Bispo de Boston.

Durante a manhã iniciou-se com o rosário, depois a Eucaristia Solene, passando pela Adoração ao Santissimo e bênção dos doentes e antes de terminar todos os presentes tiveram direito a ver uma transmissão nas telas sobre a vida do Beato Papa João Paulo II e encerraram com a procissão do adeus a Nossa Senhora.

O que me leva a escrever este artigo, foi justamente o que aconteceu durante a projecção da vida do Beato João Paulo II.
Enquanto isto acontecia o sol ficou cercado por uma roda com o Arco-Iris e durou cerca de uma hora até terminar a procissão do Adeus.

Pode-se pensar o que quizer, mas para muitos que ali se encontravam gritaram "Milagre" pois acreditam que era a presença do Beato João Paulo II e de Nossa Senhora. Nada disto tem a ver com o milagre do sol de 1917, mas a fé é muita.

Outros dirão, como se apressaram a dizer, que isto foi um fenómeno da natureza, mas será ? Que coincidência.
Então porque é que isto aconteceu neste dia e neste preciso momento?
Para muitos não há dúvida, Nossa Senhora marcou mais uma vez a sua presença e no coração de muitos foi milagre.

Hélder Gonçalves

DEUS É NOSSA FORÇA

Um senhor, acompanhado pelo seu filho, ía subir a um monte alto. O pai sugeriu que o menino fosse à frente e ele atrás.

A criança começou a subida com muito entusiasmo, pois queria mostrar ao pai que era forte e capaz.

O caminho, porém, tornava-se cada vez mais ingreme e difícil e por isso, o menino de vez em quando caía, mas, porque era corajoso, levantava-se e recomeçava de novo a subir.

Os espinhos rasgavam-lhe a roupa e feriam-no, mas mesmo assim, continuou a subir até que deu uma valente queda e não pode subir mais. Então, a chorar, voltou-se para o pai e disse:

- Paizinho, não posso continuar: já não tenho forças! Ajuda-me a subir.

Então, o pai pegou no filho ao colo e levou-o  até ao alto do monte. Ele nunca esperara que a criança conseguisse subir sózinha.

Deus não quer que subamos a montanha da nossa vida sozinhos. Toda a nossa experiência  ensina-nos que temos um grande Amigo invisível, é certo, mas muito real, que espera o momento em que nós, conscientes da nossa fraqueza, como a criança extenuada e sem forças, nos voltemos para Ele, em busca da proteção e auxílio.

Deus, na sua infinita bondade e misericórdia, pode e quer proteger-nos, pode e quer dar-nos a sua mão; eu diria até: que "levar-nos ao colo".
Recorramos, pois, a Ele com a mesma confiança com que a criança recorreu ao apoio do pai.
 
Ricardo Igreja
 
 

quarta-feira, 11 de maio de 2011

PEREGRINAR A FÁTIMA

Estes dias são milhares de pessoas a chegar a Fátima a pé para as celebrações de 12 e 13 de Maio em Fátima para a primeira aparição de Nossa Senhora em 1917.
Em Portugal muitas dezenas de milhar de pessoas peregrinam a pé anualmente.
A Fátima vão mais de 50.000 todos os anos, número sempre em crescimento.

Uma grande dificuldade enfrentam os peregrinos que viajam a pé: o transito automóvel que não só é extremamente perigoso como muito incómodo devido ao ruído. Alem disso caminhar no asfalto muitos quilómetros é penoso pela dureza do piso e no Verão pelo calor que o mesmo transmite aos pés.
Por tudo isto decidiu o CNC conceber um plano, a nível nacional, de identificação de caminhos alternativos às grandes estradas nacionais de intenso transito automóvel que permitam aos peregrinos caminhar em segurança e em paz, desfrutando de belas paisagens, gozando o silêncio. Sempre que possível os caminhos escolhidos são de terra batida e quando isso não é possível são pequenas estradas rurais com escasso transito. Todos os caminhos estão sinalizados com marcos nos quais está indicada a direcção de Fátima. Ao logo dos caminhos encontram-se aldeias, vilas e cidades onde se pode pernoitar, tomar refeições, e obter qualquer tipo de assistência que porventura se necessite.

Peregrinar é uma forma de procurar, de avançar, de olhar o horizonte essa linha onde a Terra e o Céu se tocam. Peregrinar é empreender uma viagem. É também uma forma de olhar para dentro. Peregrinar é uma atitude tão antiga quanto a existência do Homem. Todas as grandes religiões consideram a peregrinação como uma via de conversão desde que empreendida com inquietação e espírito de busca.

As grandes peregrinações cristãs são à Terra Santa, a Roma, a Santiago de Compostela e, mais recentemente, a Fátima. A peregrinação a pé era, em tempos antigos, a forma mais comum de peregrinar para os menos afortunados por ser a mais barata. A pé se faziam centenas de quilómetros, ás vezes milhares, em viagens que duravam semanas e às vezes meses.

Também hoje se peregrina a pé. Nalguns locais peregrina-se a pé pelas mesmas razões que antes mas muitas vezes e sobretudo na Europa peregrina-se a pé porque se prefere caminhar. Por vezes ainda porque se fez uma promessa mas cada vez mais pelo simples e profundo desejo de percorrer um caminho iniciático, com algum esforço físico e psíquico, superando dificuldades, aproximando-se do lugar almejado. E sempre mergulhado no silêncio, pelos campos, olhando para longe e para dentro de si mesmo.

Hélder Gonçalves

domingo, 8 de maio de 2011

MAIO - Mês de Maria

- Quem de nós nunca recorreu á Virgem para interceder por nós?

- O Mês de Maio desde há muitos séculos sempre foi dedicado especialmente à Mãe de Deus.


«Meu Deus, eu creio, adoro, espero e amo-Vos,
peço-Vos perdão, pelos que não crêem, não adoram, não esperam e não Vos amam»



* A DEVOÇÃO: À VIRGEM ATRAI A MISERICÓRDIA DIVINA


“Mês de sol e de flores [...], mês de Maria, a coroar o tempo pascal.
O nosso pensamento acompanhava Jesus desde o Advento; agora que a paz, que é consequência da Ressurreição, reina no nosso coração, como não nos dirigirmos Àquela que no-lo trouxe?

“Apareceu sobre a terra para preparar a sua vinda; viveu à sua sombra, ao ponto de não a vermos no Evangelho senão como Mãe de Jesus, seguindo-O, velando por Ele; e quando Jesus nos deixa, Ela desaparece suavemente. Desaparece, mas fica na memória dos povos, porque lhe devemos Jesus...”1

Como em outras ocasiões, Jesus dirige-se à multidão e fala-lhe dos mistérios do Reino de Deus. As pessoas que o rodeiam têm os olhos fixos n’Ele e guardam um profundo silêncio. De repente, uma mulher grita com toda a força: Bem-aventurado o ventre que te trouxe e os peitos que te amamentaram2.

Começa a cumprir-se a profecia contida no Magnificat: Eis que todas as gerações me proclamarão bem-aventurada3. Com o desembaraço da gente do povo, uma mulher dá início àquilo que não terminará até ao fim do mundo.

Essas palavras de Santa Maria, proferidas nos começos da sua vocação sob o impulso do Espírito Santo, teriam o seu total cumprimento através dos séculos: poetas, intelectuais, reis e guerreiros, artesãos, mães de família, homens e mulheres, gente de idade madura e meninos que acabaram de aprender a falar; no campo, na cidade, no cume dos montes, nas fábricas e nos caminhos; no meio da dor ou da alegria, em momentos transcendentais (quantos milhões de cristãos não entregaram a sua alma a Deus olhando para uma imagem da Virgem ou recitando com os lábios ou apenas em pensamento o doce nome de Maria!), ou simplesmente no dobrar de uma esquina da qual se vislumbrava uma imagem de Nossa Senhora; em tantas e tão diversas situações, milhares de vozes, em línguas diversíssimas, cantaram os seus louvores à Mãe de Deus.

É um clamor ininterrupto por toda a terra, que atrai todos os dias a misericórdia de Deus sobre o mundo, e que não se explica senão por um expresso querer divino. “Desde remotíssimos tempos – recorda o Concílio Vaticano II – a Bem-aventurada Virgem Maria é venerada sob o título de Mãe de Deus, sob cuja protecção os fiéis se refugiam suplicies em todos os seus perigos e necessidades”4.

Todo o povo cristão soube sempre chegar a Deus através da sua Mãe. Com uma experiência constante das suas graças e favores, chamou-a Omnipotência suplicante e encontrou n’Ela o atalho que o levava mais depressa para Deus. O amor inventou numerosas formas de tratá-la e honrá-la e a Igreja fomentou e abençoou constantemente essas devoções como caminho seguro para chegar até o Senhor, “porque Maria é sempre caminho que conduz a Cristo. Todo o encontro com Ela não pode deixar de terminar num encontro com o próprio Cristo. E o que significa o contínuo recurso a Maria senão procurar entre os seus braços, n’Ela, por Ela e com Ela, a Cristo, Nosso Salvador?”5


* O MÊS DE MAIO


Neste mês de Maio, muitos bons cristãos cultivam especiais manifestações de piedade para com a Virgem Santa Maria, e essas práticas são para eles fonte de alegria em todos os dias do mês. Seguem de perto a recomendação do Concílio Vaticano II: “Todos os fiéis cristãos ofereçam insistentes súplicas à Mãe de Deus e Mãe dos homens para que Ela, que com as suas preces assistiu às primícias da Igreja, também agora, exaltada no Céu sobre todos os bem-aventurados e anjos, na Comunhão de todos os Santos, interceda junto do seu Filho”6. E em outro lugar: “Dêem grande valor às práticas e aos exercícios de piedade para com a Virgem Maria recomendados pelo Magistério no decurso dos séculos”7.

A devoção à Virgem no mês de Maio nasceu do amor, que sempre procurou novas formas de exprimir-se, e da reacção contra os costumes pagãos que existiam em muitos lugares no “mês das flores”. Ao longo dos dias deste mês, os cristãos oferecem a Nossa Senhora especiais obséquios que os levam a estar mais perto d´’Ela: romarias, visitas a alguma igreja a Ela dedicada, pequenos sacrifícios em sua honra, horas de estudo ou de trabalho bem acabado, mais atenção na recitação do terço... “Surge assim em nós, de forma espontânea e natural, o desejo de procurar a intimidade com a Mãe de Deus, que é também nossa Mãe; de conviver com Ela como se convive com uma pessoa viva, já que sobre Ela não triunfou a morte, antes está em corpo e alma junto de Deus Pai, junto de seu Filho, junto do Espírito Santo [...].

“Como se comporta um filho ou uma filha normal com a sua mãe? De mil maneiras, mas sempre com carinho e confiança. Com um carinho que em cada caso fluirá por condutos nascidos da própria vida, e que nunca são uma coisa fria, mas costumes íntimos de lar, pequenos detalhes diários que o filho precisa ter com sua mãe e de que a mãe sente falta se alguma vez o filho os esquece: um beijo ou uma carícia ao sair de casa ou ao voltar, uma pequena delicadeza, umas palavras expressivas...

“Nas nossas relações com a nossa Mãe do Céu, existem também essas normas de piedade filial que são os moldes do nosso comportamento habitual com Ela. Muitos cristãos adoptam o antigo costume do escapulário; ou adquirem o hábito de saudar – não são precisas palavras, basta o pensamento – as imagens de Maria que se encontram em todo o lar cristão ou adornam as ruas de tantas cidades; ou vivem essa maravilhosa oração que é o terço, em que a alma não se cansa de dizer sempre as mesmas coisas, como não se cansam os namorados, e em que se aprende a reviver os momentos centrais da vida do Senhor; ou então acostumam-se a dedicar à Senhora um dia da semana – precisamente este em que agora estamos reunidos: o sábado –, oferecendo-lhe alguma pequena delicadeza e meditando mais especialmente na sua maternidade”8.


* AS ROMARIAS: SENTIDO PENITENCIAL E APOSTÓLICO


Uma manifestação tradicional de amor à nossa Mãe é a romaria a um santuário ou ermida de Nossa Senhora. É uma visita revestida de carácter penitencial – traduzido talvez num pequeno sacrifício: fazer o trajecto a pé a partir de um lugar conveniente, ter algum pormenor de sobriedade que custe sacrifício... – e de sentido apostólico, com o propósito de aproximar mais de Deus as pessoas que nos acompanham e rezando juntos com especial piedade os três terços do Santo Rosário.

A romaria pode ser uma ocasião muito propícia e fecunda de apostolado com os nossos amigos. Nesses santuários e ermidas, milhares de pessoas alcançaram graças ordinárias e extraordinárias da Mãe de Deus: uns começaram uma vida nova, depois de fazerem uma boa confissão dos seus pecados, talvez após muitos anos; outros compreenderam que o Senhor os chamava a uma entrega mais plena ao serviço d’Ele e das almas; outros obtiveram ajuda para vencer graves dificuldades da alma ou do corpo... Ninguém voltou desses lugares com as mãos vazias. Paulo VI dizia que a Providência, “por caminhos frequentemente admiráveis, marcou os santuários marianos com um cunho particular”9.

As pessoas acorrem a estes lugares, pequenos ou grandes, em que há uma presença especial da Virgem, para dar-lhe graças, para louvá-la, para pedir-lhe, e também para começar uma vida nova depois de terem vivido talvez longe de Deus. Porque, como diz João Paulo II, a herança de fé mariana de tantas gerações não é nesses lugares marianos mera recordação de um passado, mas ponto de partida para Deus. “As orações e sacrifícios oferecidos, o palpitar vital de um povo, que manifesta diante de Maria os seus seculares gozos, tristezas e esperanças, são pedras novas que elevam a dimensão sagrada de uma fé mariana. Porque, nessa continuidade religiosa, a virtude gera nova virtude, a graça atrai graça”10.

Estes locais de peregrinação, que remontam aos primeiros séculos, são actualmente incontáveis e estão espalhados por toda a terra. Foram fruto da piedade e do amor dos cristãos à sua Mãe através dos séculos. Preparemos nós a romaria na nossa oração, com sentido apostólico, com sentido penitencial (que facilita a oração e a eleva com maior prontidão a Deus) e com uma grande devoção mariana, que se há de manifestar nesse dia pela recitação cheia de piedade do Santo Rosário. Não esqueçamos que assim estaremos cumprindo a profecia feita um dia por Nossa Senhora: Eis que todas as gerações me proclamarão bem-aventurada. Não nos esqueçamos também de ter, durante todos os dias deste mês, especiais demonstrações de amor para com a nossa Mãe.

Hélder Gonçalves

sexta-feira, 6 de maio de 2011

PENSA, PRIMEIRO!

Não digas, Pai,
se não te comportas todos os dias como filho,

Não digas, Nosso,
se vives isolado no teu egoísmo,

Não digas, que estais nos céus,
se pensares só nas coisas terrenas,

Não digas, santificado seja o Vosso Nome,
se não o honras,

Não digas, venha a nós o Vosso Reino,
se o confundes com o sucesso material,

Não digas, seja feita a Vossa vontade,
se não a aceitas quando é dolorosa,

Não digas, o pão nosso de cada dia nos dai hoje,
se não te preocupas com as pessoas que passam fome,
sem cultura e sem meios para viver,

Não digas, perdoai-nos as nossas ofenças,
se não perdoas ao teu irmão,

Não digas, não nos deixeis cair em tentação,
se tens a intenção de continuar a pecar,

Não digas, livrai-nos do mal,
se não tomas posição contra o mal,

Não digas, Amém,
se não tomas a sério as palavras do Pai-Nosso.

Ricardo Igreja

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