quarta-feira, 31 de outubro de 2012

TODOS OS SANTOS


A Igreja Católica celebra os santos que canonizou oficialmente ao longo do ano, apresentando-os como modelos e testemunhas exemplares da fé. Com a festa de 1º de novembro, dia de Todos os Santos, a Igreja deseja honrar os santos “anónimos” muito mais numerosos que com frequência viveram na discrição ao serviço de Deus e de seus contemporâneos. Neste sentido, declara a Igreja, é a festa de “todos os batizados”, pois cada um está chamado por Deus à santidade. Constitui, portanto, um convite a experimentar a alegria daqueles que puseram Cristo no centro das suas vidas. “Portanto, já não sois estrangeiros nem imigrantes, mas sois concidadãos dos santos e membros da casa de Deus, edificados sobre o alicerce dos Apóstolos e dos Profetas, tendo por pedra angular o próprio Cristo Jesus” (Efésios 2, 19-20).

É com estas palavras de S. Paulo, porque é a Palavra que nos alimenta, que faz de nós membros da mesma família, “concidadãos dos santos”. Esta é também a nossa festa, de todos nós que peregrinamos ainda, mas que já bebemos da salvação que o Verbo Encarnado nos trouxe. A ideia de convocar uma jornada especial de oração pelos falecidos, continuação de Todos os Santos, surgiu no século X. Em 1 de novembro, os católicos celebram na alegria a festa de Todos os Santos, no dia seguinte, rezam de maneira geral por todos os que morreram. 

Deste modo, a Igreja quer dar a entender que a morte é uma realidade que se pode e que se deve assumir, pois constitui o passo no seguimento de Cristo ressuscitado. Isto explica as flores com que nestes dias se adornam os túmulos, sinal de vida e de esperança. Todos nós somos chamados à vida de santidade. Essas bem-aventuranças são oito propostas, nas quais Jesus estabelece as condições indispensáveis para ingressar no reino messiânico. São propostas para sermos santos, essa é a nossa vocação, a busca da santidade. Os santos viveram na nossa vida e hoje desfrutam da alegria de ver a Deus. São modelos para nós. Temos exemplo de um Francisco de Assis, de um António Maria Claret, de uma Terezinha de Lisieux e muitos outros. O nosso ideal de vida deve ser: “Ser perfeito como o Pai é Perfeito”.

A temática do dia dos finados é a fé como resposta à revelação de Jesus como o Pão da Vida. E, de outro lado, temos a vontade universal de Deus que quer a salvação de todos. A morte indica que o mundo não é o que deveria de ser, mas que ele tem necessidade de redenção. Somente Jesus Cristo é a vitória sobre a morte. E desde então, a morte deverá apesar de tudo, servir a Deus. Deus quer a vitória pela morte de Jesus Cristo. Só a fé em Jesus Cristo morto por nós pode vencer a morte. O objetivo da nossa fé é a vida eterna e a ressurreição. E a vontade última de Deus é a nossa salvação. Jesus continua a aprofundar a qualidade da fé, que é a própria adesão à sua Pessoa. É preciso que Ele seja visto como o enviado do Pai, como fonte inesgotável de vida: “Aquele que vem a Mim nunca mais terá fome, e aquele que acredita em Mim nunca mais terá sede”.

HÉLDER GONÇALVES



segunda-feira, 29 de outubro de 2012

PADRE MICHEL MARIE ZANOTTI


Em Marselha, França, uma cidade agnóstica, um pároco novo multiplica o número de fiéis num bairro islâmico e na sua participação nas Eucaristias.

Uma  Paróquia que renasce!


EXCERTO

Na Missa: de 50 a 700 assistentes
O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada
durante a semana
e a única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas.

A primeira coisa que fez foi abrir a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja está aberta quase todo o diaé preciso ir buscar cadeiras para receber todos os fiéis.

Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas. Converteu-se num fenómeno de massas não só em Marselha mas em toda a França
com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela quantidade de conversões.
Um novo 'cura de Ars' numa Marselha agnóstica
Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e condições sociais é a confissão.
Antes da abertura do templo às 8h00 da manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselho a este sacerdote francês.
Os fregueses contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionáriomuitas vezes até depois das onze da noite.
E se não está lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que precisa.

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NOTÍCIA INTEGRAL

"Levar a Deus todas as almas que seja possível". O padre Michel Marie Zanotti Sorkine tomou esta frase a sério, e é o seu principal o objectivo como sacerdote.

É o que está a fazer depois de ter transformado uma igreja a ponto de fechar e de ser demolida na paróquia com mais vida de Marselha. O mérito é ainda maior dado que o templo está no bairro com uma enorme presença de muçulmanos numa cidade em que menos de 1% da população é católica praticante.

Foi um músico de sucesso

A chave para este sacerdote que antes foi músico de éxito em cabarés de Paris e Montecarlo é a "presença", tornar Deus presente no mundo de hoje. As portas da sua igreja estão abertas de par em par o dia inteiro e veste de batina porque "todos, cristãos ou não, têm direito a ver um sacerdote fora da igreja".

Na Missa: de 50 a 700 assistentes

O balanço é impressionante. Quando em 2004 chegou à paróquia de S. Vicente de Paulo no centro de Marselha a igreja estava fechada durante a semana e a única missa dominical era celebrada na cripta para apenas 50 pessoas.
Segundo o que conta a primeira coisa que fez foi abrir a igreja todos os dias e celebrar no altar-mor. Agora a igreja fica aberta quase todo o dia e é preciso ir buscar cadeiras para receber todos os fiéis. Mais de 700 todos os domingos, e mais ainda nas grandes festas. Converteu-se num fenómeno de massas não só em Marselha mas em toda a França, com reportagens nos meios de comunicação de todo o país, atraídos pela quantidade de conversões.
Um novo 'cura de Ars' numa Marselha agnóstica
Uma das iniciativas principais do padre Zanotti Sorkine para revitalizar a fé da paróquia e conseguir a afluência de pessoas de todas as idades e condições sociais é a confissão. Antes da abertura do templo às 8h00 da manhã já há gente à espera à porta para poder receber este sacramento ou para pedir conselho a este sacerdote francês.
Os fregueses contam que o padre Michel Marie está boa parte do dia no confessionário, muitas vezes até depois das onze da noite. E se não está lá, anda pelos corredores ou na sacristia consciente da necessidade de que os padres estejam sempre visíveis e próximos, para ir em ajuda de todo aquele que precisa.
A igreja sempre aberta
Outra das suas originalidades mais características é a ter a igreja permanentemente aberta. Isto gerou críticas doutros padres da diocese mas a ele assegura que a missão da paróquia é "permitir e facilitar o encontro do homem com Deus" e o padre não pode ser um obstáculo para que isso aconteça.
O templo deve favorecer a relação com Deus
Numa entrevista a uma televisão disse estar convencido de que "se hoje em dia a igreja não está aberta é porque de certa maneira não temos nada a propor, que tudo o que oferecemos já acabou. No nosso caso em que a igreja está aberta todo o dia, há gente que vem, praticamente nunca tivemos roubos, há gente que reza e garanto que a igreja se transforma num instrumento extraordinário que favorece o encontro entre a alma e Deus".
Foi a última oportunidade para salvar a paróquia
O bispo mandou-o para esta paróquia como último recurso para a salvar, e fê-lo de modo literal quando lhe disse que abrisse as portas. "Há cinco portas sempre abertas e todo o mundo pode ver a beleza da casa de Deus". 90.000 carros e milhares de transeuntes passam e vêem a igreja aberta e com os padres à vista. Este é o seu método: a presença de Deus e da sua gente no mundo secularizado.
A importância da liturgia e da limpeza
E aqui está outro ponto chave para este sacerdote. Assim que tomou posse, com a ajuda de um grupo de leigos renovou a paróquia, limpou-a e deixou-a resplandecente. Para ele este é outro motivo que levou as pessoas a voltarem à igreja: "Como é podemos querer que as pessoas acreditem que Cristo vive num lugar se esse lugar não estiver impecável, é impossível."
Por isso, as toalhas do altar e do sacrário têm um branco imaculado. "É o pormenor que faz a diferença. Com o trabalho bem feito damos conta do amor que manifestamos às pessoas e às coisas". De maneira taxativa assegura que "estou convicto que quando se entra numa igreja onde não está tudo impecável é impossível acreditar na presença gloriosa de Jesus".
A liturgia torna-se o ponto central do seu ministério e muitas pessoas sentiram-se atraídas a esta igreja pela riqueza da Eucaristia. "Esta é a beleza que conduz a Deus", afirma.
As missas estão sempre cheias e incluem procissões solenes, incenso, cânticos bem cantados... Tudo ao detalhe. "Tenho um cuidado especial com a celebração da Missa para mostrar o significado do sacrifício eucarístico e a realidade da sua Presença". "A vida espiritual não é concebível sem a adoração do Santíssimo Sacramento e sem um ardente amor a Maria", por isso introduziu a adoração e o terço diário, rezado por estudantes e jovens.
Os sermões são também muito aguardados e, inclusive, os paroquianos põem-nos online. Há sempre uma referência à conversão, para a salvação do homem. Na sua opinião, a falta desta mensagem na Igreja de hoje "é talvez uma das principais causas de indiferença religiosa que vivemos no mundo contemporâneo". Acima de tudo clareza na mensagem evangélica. Por isso previne quanto à frase tão gasta de que "vamos todos para o céu". Para ele esta é uma "música que nos pode enganar", pois é preciso lutar, a começar pelo padre, para chegar até ao Paraíso.
O padre da batina
Se alguma coisa distingue este sacerdote alto num bairro de maioria muçulmana é a batina, que veste sempre, e o terço nas mãos. Para ele é primordial que o padre ser descoberto pelas pessoas. "Todos os homens, a começar por aquela pessoa que entra numa igreja, tem direito de se encontrar com um sacerdote. O serviço que oferecemos é tão essencial para a salvação que o ver-nos deve ser tangível e eficaz para permitir esse encontro".
Deste modo, para o padre Michel o sacerdote é sacerdote 24 horas por dia. "O serviço deve ser permanente. Que pensaríamos de um marido que a caminho do escritório de manhã tirasse a aliança?".
Neste aspecto é muito insistente: "quanto àqueles que dizem que o traje cria uma distância é porque não conhecem o coração dos pobres para quem o que se vê diz mais do que o que se diz".
Por último, lembra um pormenor relevante. Os regimes comunistas a primeira coisa que faziam era eliminar o traje eclesiástico sabendo a importância que tem para a comunicação da fé. "Isto deve fazer pensar a Igreja de França", acrescenta.
No entanto, a sua missão não se realiza apenas no interior do templo. É uma personalidade conhecida em todo o bairro, também pelos muçulmanos. Toma o pequeno almoço nos cafés do bairro, aí conversa e com os fiéis e com pessoas que não praticam. Ele chama a isso a sua pequena capela. Assim conseguiu já que muitos vizinhos sejam agora assíduos da paróquia, e tenham convertido esta igreja de São Vicente de Paulo numa paróquia totalmente ressuscitada.
Uma vida peculiar: cantor em cabarés
A vida do padre Michel Marie foi agitada. Nasceu em 1959 e tem origem russa, italiana e da Córsega. Aos 13 anos perdeu a mãe, o que lhe causou uma "fractura devastadora"  que o levou a unir-se ainda mais a Nossa Senhora.
Com um grande talento musical, apagou a perda da mãe com a música. Em 1977 depois de ter sido convidado a tocar no café Paris de Montecarlo mudou-se para a capital onde começou a sua carreira de compositor e cantor em cabarés. No entanto, o apelo de Deus foi mais forte e em 1988 entrou na ordem dominicana por devoção a S. Domingos. Esteve com eles quatro anos, e perante o fascínio por S. Maximiliano Kolbe passou pela ordem franciscana, onde permaneceu quatro anos.
Foi em 1999 quando foi ordenado sacerdote para a diocese de Marselha com quase quarenta anos. Além da música, que agora dedica a Deus, também é escritor de êxito, tendo publicado já seis livros, e ainda poeta.
HÉLDER GONÇALVES

domingo, 28 de outubro de 2012

JERUSALÉM - Israel

Jerusalém, não precisa de apresentação.

Esta cidade é raro dia ou rara semana que as televisões do mundo inteiro não falem de Jerusalém.

É a cidade santa por excelência e local  de disputa entre cristãos e musulmanos.


Jerusalém primeiramente foi chamada de "Orshalem" (Cidade da Paz) pelos cananeus 5000 anos atrás. 

Posteriormente esse nome foi modificado por "Yuroshalime" pelos judeus, logo por "Orshamam" pelos faraós, depois para "Herosulima" pelos gregos e romanos e finalmente para "Jerusalem" pelos francos. 

Jerusalém é altamente respeitada e venerada pelos praticantes das três religiões monoteístas (muçulmanos, cristãos e judeus), pois a maioria dos profetas e mensageiros viveram ou estiveram alguma vez na cidade, como Abraão, Jacó, Isac, Jesus, João, Zacarias, Salé e Maomé. 

Várias histórias relatam que Adão encontra-se enterrado numa caverna entre Jerusalém e a sepultura de Abraão, e acredita-se que a Arca informou a Noé "este é o lugar de seus filhos". 

Outras histórias relatam que Abdallah Bin Omar falou "Beit Al Maqdas (Jerusalém) foi construído pelos profetas, que a paz esteja com eles, e os anjos encontram-se por toda a cidade". 

A Mesquita de Al Aqsa: Esta é a segunda mesquita construída por Abraão, a primeira foi a Caaba na cidade de Meca (Arábia Saudita). 

Al Aqsa significa "a mais distante" , denominada assim por localizar-se distante da cidade de Meca e também porque esta mesquita foi o destino da viagem de Al Isra´a (viagem noturno que realizou o profeta Maomé entre Meca e Jerusalém). 

A Cúpula da Roca: Foi considerada como um santuário e altar por Abraão, Jacób e outros profetas. 

David e Salomão também considerou-a como um lugar sagrado. 

A Cúpula da Roca foi o lugar de partida da Al Miraaj (viagem aos céus realizada por o profeta Maomé). 


Al Buraq: É o Muro que rodeia a mesquita de Al Aqsa no oeste, é uma parte indivisível do santuário. 

Denominado Muro das Lamentações pelos judeus, que acreditam que o "Al Haykal" foi construído nesse mesmo lugar por Herodes no ano 18 AC e posteriormente destruído por Titus no ano 70 DC .

Em relação aos cristãos, a Igreja da Ressurreição (Al Qeyameh) construída pela Rainha Eliana em 335 d.C. , é o lugar onde acredita-se que Jesus passou antes de ser crucificado. 

A Igreja é considerada como o lugar mais venerado pelos cristãos. 

Os judeus estão a procurar o Al Haykal, construído por Salomão, especialmente nessa área. 

HÉLDER GONÇALVES


sábado, 27 de outubro de 2012

FÁTIMA - Portugal


Basílica de Fátima



* APARIÇÕES DO ANJO

 
Jacinta, Francisco e Lúcia
 1ª APARIÇÃO: 

Na Primavera de 1916, Lúcia dos Santos de 9 anos com os seus priminhos Jacinta e Francisco Marto de 6 e 8 anos, estavam no pasto com as suas ovelhas na gruta do outeiro do Cabeço, perto de Aljustrel. Enquanto brincavam, de improviso envolveu-os uma luz branca e um vento forte que sacudiu as árvore. 

No meio daquela luz a figura de um jovem apareceu, que se apresentou dizendo: "Não temais. Sou o Anjo da Paz. Orai comigo"

Depois fez as crianças repetirem com ele três vezes:"Meu Deus! Eu creio, adoro, espero e amo-Vos. Peço-Vos perdão para os que não crêem, não adoram e Vos não amam"

Depois ergueu-se dizendo: "Orai assim. Os Corações de Jesus e Maria estão atentos à voz das vossas súplicas".


2ª APARIÇÃO: 

Ocorreu no Verão de 1016, quando os pastorinhos brincavam junto ao poço da casa de Lúcia. 

O Anjo dirigiu-se a eles com estas palavras: " Que fazeis? Orai! Orai Muito! Os Corações Santíssimos de Jesus e Maria têm sobre vós desígnios de misericórdia. Oferecei constantemente ao Altíssimo orações e sacrifícios". 

As crianças perguntaram: "Como nos havemos de sacrificar?"

O Anjo respondeu: "De tudo que puderdes, oferecei a Deus um sacrifício em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores”. 


3ª APARIÇÃO: 

Anjo e Pastorinhos
Ocorreu no Outono de 1916 no Cabeço. 

As crianças tinham começado as orações quando apareceu uma luz e viram o Anjo que trazia na mão esquerda um cálice e suspensa sobre ele uma Hóstia, da qual caíam dentro do cálice algumas gotas de sangue. 

Deixando o cálice e a Hóstia suspensos no ar, prostrou-se em terra junto deles e repetiu três vezes a oração: "Santíssima Trindade, Pai, Filho e Espírito Santo adoro-Vos profundamente e ofereço-Vos o Preciosíssimo Corpo, Sangue, Alma e Divindade de Jesus Cristo, presente em todos os sacrários da terra, em reparação dos ultrajes, sacrilégios e indiferenças com que Ele mesmo é ofendido. E pelos méritos infinitos do seu Santíssimo Coração e do Coração Imaculado de Maria, peço-Vos a conversão dos pobres pecadores". 



* APARIÇÕES DE NOSSA SENHORA

 
 
Aparição de
N. Senhora aos Pastorinhos
 
1ª APARIÇÃO: 

No dia 13 de Maio de 1917 as crianças tinham trazido as ovelhas à Cova da Iria e estavam a brincar, quando no céu sem nuvens apareceu um clarão como um relâmpago. Viram "uma Senhora vestida de branco, mais brilhante que o sol, reflectindo luz muito clara e intensa". 

A bela Senhora disse: "Não tenhais medo, não vos faço mal". 

Lúcia perguntou: "De onde vens?". -" Sou do Céu ( e Nossa Senhora ergueu a mão para apontar o Céu)". "E eu também vou para o Céu?". - "Sim, vais". 

- "E a Jacinta?". - "Também". 

- "E o Francisco?". - "Também, mas tem que rezar muitos terços". 

Então Nossa Senhora perguntou: "Quereis oferecer-vos a Deus para suportar todos os sofrimentos que Ele quiser enviar-vos, em acto de reparação pelos pecados com que Ele é ofendido e de súplica pela conversão dos pecadores?".

-"Sim, queremos". 


2ª APARIÇÃO: 

No dia 13 de Junho de 1917, acompanhados por cerca de 50 pessoas, as crianças estavam a rezar o Terço, quando houve novamente um relâmpago e imediatamente depois, Nossa Senhora sobre a azinheira, como em Maio. 

"O que queres de mim?" perguntou Lúcia. 

-"Quero que venhais aqui no dia 13 do mês que vem, rezeis o terço todos os dias, e que aprendais a ler. Depois direi o que quero". 

"Queria pedir-Lhe para nos levar para o Céu", disse Lúcia. 

"Sim, à Jacinta e ao Francisco levo-os em breve. Mas tu ficas cá mais algum tempo. Jesus quer servir-se de ti para Me fazer conhecer e amar. Ele quer estabelecer no mundo a devoção ao meu Imaculado Coração. A quem a abraçar, prometo a salvação; e serão queridas de Deus estas almas, como flores postas por Mim a adornar o seu trono".


3ª APARIÇÃO: 

A 13 de Julho de 1917 recitavam o Terço com a multidão e viram o mesmo reflexo de luz e depois a Senhora sobre a azinheira. 

Lúcia perguntou: "O que queres de mim?". 

Respondeu-lhe: "Quero que venham aqui no dia 13 do mês que vem, que continuem a rezar o terço todos os dias em honra de Nossa Senhora do Rosário para obter a paz do mundo e o fim da guerra, porque só Ela lhes poderá valer". 

"Queria pedir-Lhe para nos dizer quem é, e para fazer um milagre com que todos acreditem que a Senhora nos aparece". 

"Continuem a vir aqui todos os meses. Em Outubro direi quem sou, o que quero, e farei um milagre que todos hão de ver para acreditarem". 

"Sacrificai-vos pelos pecadores e dizei muitas vezes e em especial sempre que fizerdes algum sacrifício: Ó Jesus, é por Vosso Amor, pela conversão dos pecadores e em reparação pelos pecados cometidos contra o Imaculado Coração de Maria". 

"Quando rezais o terço, dizei sempre depois de cada mistério: Ó meu Jesus, perdoai-nos e livrai-nos do fogo do inferno, levai as alminhas todas para o Céu, principalmente aquelas que mais precisarem". 


4ª APARIÇÃO: 

Em Agosto as crianças foram impedidas pelas autoridades civis anti-eclesiásticas de irem ao encontro do dia 13, onde estava reunida uma enorme multidão. 

As crianças, os pastorinhos, durante dois dias foram fechadas e ameaçadas de torturas para que desmentissem, mas não cederam. 

Estavam prontas para oferecerem as suas vidas para não trair as promessas feitas a Nossa Senhora. Então foram libertadas. 

Em 19 de Agosto, enquanto o rebanho andava no pasto, num lugar chamado Valinhos, viram a Senhora sobre uma azinheira. 

"O que queres de mim?", Disse Lúcia. 

"Quero que continueis a ir à Cova da Iria no dia 13 e que continueis a rezar o terço todos os dias. No último mês farei o milagre para que todos acreditem". 


5ª APARIÇÃO: 

A 13 de Setembro de 1917 cerca de 30.000 pessoas acompanharam os Pastorinhos à Cova da Iria e ali rezaram o terço. 

Pouco depois apareceu a Senhora sobre a azinheira. 

"Continuem a rezar o terço para alcançarem o fim da guerra. Em Outubro virá também Nosso Senhor, Nossa Senhora das Dores, Nossa Senhora do Carmo e São José com o Menino Jesus, para abençoarem o mundo. Deus está contente com os vossos sacrifícios, mas não quer que durmais com a corda, trazei-a só durante o dia".


6ª APARIÇÃO: 

 
 
Milagre do Sol - 70.000 pessoas
Em 13 de Outubro de 1917, as crianças estavam circundadas por uma multidão de 70.000 pessoas, sob uma chuva torrencial. 

Lúcia disse novamente à Senhora: "O que queres de mim?". 

E Nossa Senhora respondeu: "Quero dizer-te que façam aqui uma capela em minha honra, que sou a Senhora do Rosário, que continuem sempre a rezar o terço todos os dias. A guerra vai acabar e os militares voltarão em breve para suas casas". 

Depois Lúcia disse-lhe: "Eu tinha muitas coisas para Lhe pedir. Se curava uns doentes e se convertia uns pecadores...". 

"Uns sim, outros não. É preciso que se emendem, que peçam perdão dos seus pecados". 

E tomando um aspecto mais triste: "Não ofendam mais a Deus Nosso Senhor que já está muito ofendido". 

HÉLDER GONÇALVES


quinta-feira, 25 de outubro de 2012

Creio em Deus Pai ferido pelo pecado

O Ano da Fé é apelo constante à conversão e ao testemunho. Só a compreensão do sentido do pecado, como traição ao amor do Pai, nos insere na sua divina misericórdia.

Quanto maior é o amor mais dói a ofensa, maior é a dor sofrida, quando ela vem da pessoa que amamos.
Dum estranho parece doer menos, dum amigo ou dum familiar dói mais.
Creio que só desta maneira poderemos entender quanto a nossa infidelidade, o nosso pecado deve ofender o Pai, traí-Lo, magoá-Lo.
Ele espera de nós, seus filhos e filhas bem-amados, outra fidelidade, outro amor.
O pecado nega o amor do Pai, atraiçoa esse amor louco.
Não correspondemos em fidelidade ao sonho amoroso de Deus, quando Ele nos quer em aliança, em comunhão, em unidade de amor.
O seu amor de Pai fica "ferido" com os nossos pecados, as nossas negações, as nossas traições,as nossas inúmeras infidelidades.
De facto, "o amor não é amado" por nós. Ferimos o amor. Trata-se de magoar alguém, uma Pessoa, o Pai.

Quando o rei David pecou, cometendo adultério e homicídio, o queixume de Deus foi: "O meu eleito traiu-Me".
Que dirá o Pai dos seus filhos e dos seus consagrados?
O cadastro da nossa vida é uma longa lista de males, de pecados, de ofensas. 
Façamos essa lista, rezemos esse cadastro, rezemos: "Tem piedade de mim, Pai, que sou pecador, que sou pecadora"Misericórdia, Paizinho Santo, por tanta miséria e infidelidade. Perdão e misericórdia, piedade e perdão.
"Lava-me e ficarei mais branco do que a neve" (Sl 50,8).
Fortifica-me, purifica-me. Torna-me firme no amor, faz-me dócil e fiel.

Parar nos meus pecados e olhá-los à luz de Deus, à luz do amor do Pai que merece Tudo. Cada pecado é infidelidade. Coloco-me do lado do demónio contra Deus e o seu Amor louco e infinito.
O Pai não merece isso de mim. Ingratidão, infidelidade, miséria, pecado. 
Somos pó e cinza. Continuamos a "ferir o amor".

É de tal modo a ferida do pecado que só o Amor apaixonado do Filho pode resgatar pecadores e tributar ao Pai o amor que Ele merece e tem direito a esperar de nós. 
Jesus é vitima oferecida em resgate pelo amor louco que nos tem. Quer colocar-nos em comunhão com o Pai, quer que vivamos em união com Ele.
Vai à cruz e à morte para nos dar a Sua vida e nos colocar no Coração do Pai.
Agradecer muito a Jesus tal dom e tal graça. A graça da reconciliação, a graça do perdão, a graça da misericórdia, a graça do amor que é louco por cada um de nós.
A maior prova de amor foi dar a vida. Jesus a dá para nos fazer propícios ao Pai, para nos merecer a reconciliação. O Pai não poupou o Filho. Não deixou Abraão imolar Isaac (Gen 22,1-19), mas deixa, pelo seu amor infinito, que o novo Isaac, Jesus, seu Filho Bem-Amado, seja imolado.
Até onde vai o amor louco e apaixonado do Pai por cada um de nós. É perante este amor que nós podemos medir o nosso pecado e a sua gravidade.

Olhar o Crucificado (Lc 23,33). O Pai também O olha com amor infinito. Pedir a graça de olhar Jesus com o olhar do Pai, para percebermos melhor o amor redentor, a graça com que somos amados.
Olhando Jesus assim, conversar com Ele e conversar com o PAi. 

- Quem sou eu, pobre e pecador, para Jesus ir à cruz e à morte por mim?

- Quem sou eu que me atrevo a magoá-Lo, a ferir o Seu amor, a fazer d'Ele um "verme da terra"?

Ele, por causa dos meus pecados, é feito maldito na cruz, como afirma São Paulo.
Pedir perdão e misericórdia.

- Que fiz por Ele, que faço, que vou fazer?

- Que respostas dou a estas perguntas?

- Que Lhe vou dizer de verdadeiro?

- Que digo ao Pai que, no seu amor, contempla o Filho crucificado?

- Que digo ao Filho que Se imola por mim?

Dário Pedrosa SJ - in 'Noticias de Viana'

HÉLDER GONÇALVES


domingo, 21 de outubro de 2012

Ano da Fé - Concerto



Realizou-se ontem á noite, na Igreja da Sagrada Familia, o concerto que marca o ínicio do Ano da Fé na Diocese de Viana do Castelo.

O concerto foi apresentado pela Academia de Música de Viana do Castelo, conservatório regional do alto-minho, criada em 1977, ao qual tem provas dadas e arrecadado inumeros prémios.


Numerosas personalidades estiveram presentes a assistir ao concerto, que contou com a presença do nosso Bispo Diocesano, Dom Anacleto Oliveira, e que encheu completamente a maior Igreja do Alto Minho com capacidade para 850 pessoas sentadas e 350 de pé, e que foi inaugurada recentemente a 8 de Setembro do corrente ano.

A acústica desta nova Igreja é excelente para este tipo de actuações.

No final, todos sairam satisfeitos, por este momento muito bem passado, sentindo já uma certa saudade de os tornar a ver actuar.

O Coro da Academia de Música, apresentou-se com cerca de 70 cantores, alunos e ex-alunos, actuando em formação coral-sinfónicas ou como grupo a capella e interpretando, essencialmente, obras corais sinfónicas do reportório clássico e romântico.

O concerto foi dirigido pelo Maestro Vitor Lima e pelo organista Diogo Zão.

Interpretaram:

ERIC WHITACRE  -  Lux Aurumque

JOSEPH HAYDN  -  Insanae e Vanae Curae

GABRIEL FAURÉ  -  Cantique de Jean Racine

JONH TAVENER  -  Song for Athene

ANTÓNIO LOTTI  -  Cruxifixus

EDVARD GRIEG  -  Ave Maris Stella

JOHN RUTTER  -  Agnus dei

CHARLES STANFORD  -  Magnificat in G



HÉLDER GONÇALVES

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Eu creio Senhor

Como é que a Bíblia pode falar, num sítio, de «plena segurança da fé» (Hebreus 10,22), logo de uma plena consciência da fé e, noutro, de uma «fé como um grão de mostarda» (Lucas 17,6) semelhante à semente mais pequena do jardim?

Como devemos entender a relação entre estas duas afirmações, como situá-las no concreto da nossa vida?

O pai do rapaz epiléptico ousou dizer a Jesus numa só frase, com toda a força que vem da angústia: «Eu creio! Ajuda a minha pouca fé!» (Marcos 9,24).

A fé pode ser sentida como uma realidade austera. Dizemos com facilidade que «só a fé» deve bastar.

Insistimos no despojamento: quem crê deve contentar-se em não ter mais nada, em não ter nenhuma prova, em não ter visto, em não saber e nem sequer compreender, em não sentir. E, apesar disso, haverá alguma coisa que determine tanto a nossa vida como esta fé aparentemente tão austera?
Nada influenciou tão profundamente as decisões de uma vida nem garantiu a continuidade desse caminho como essa pouca fé que é quase nada. Podemos dizer sem receio de nos enganarmos que a fé é tudo na nossa vida e, em última instância e com a mesma legitimidade, que não é quase nada. É impossível mostrar o que é a fé em si mesma. Não a tenho, não é minha. A dúvida acompanha-a de perto, pisa-lhe os calcanhares, como tão bem exprimiu o pai do rapaz epiléptico no seu pedido.

Assim, será que a dúvida é como o bicho que existe à partida no fruto e que acabará por fazer com que este apodreça e caia ao chão?
Não necessariamente. Se podemos ter dúvidas é porque Deus não nos impôs nada e respeita sempre a liberdade do nosso coração.
Poderíamos sentir-nos tentados a dizer: isto acontece porque Deus tem confiança em nós e deseja ter connosco uma relação sem quaisquer restrições.
A dúvida pode tornar-se perigosa: sob ela abre-se um abismo. Mas não podemos tratá-la como se de um elemento estranho ou falso se tratasse. Ela existe porque a fé existe.

Na verdade, o contexto em que vivemos hoje em dia torna a presença da dúvida mais insistente do que nunca. Antigamente podíamos acreditar com toda uma comunidade crente, apoiados pelas convicções de um corpo social, quer este fosse a paróquia, quer a Igreja no seu todo. Hoje, mesmo quando nos apoiamos na fé de todas as outras testemunhas, este apoio do corpo social já não funciona da mesma maneira. A fé tornou-se muito mais pessoal. Distingue-nos muitas vezes dos que nos são mais próximos.

E, ao tornar-se um percurso pessoal, torna-se inevitavelmente mais frágil.

Para além disso, a ciência moderna tende a confinar a fé ao domínio do estritamente interior. Muitas vezes sem querer, pode atingir a fé na sua natureza, porque a fé em Cristo inscreve-se sempre na História e abrimos a uma missão nesta terra. Relegando a fé para o domínio interior, tanto as ciências exactas, como as ciências humanas, tais como a Psicologia, podem torná-la muito mais frágil, pois ao retirar à fé o seu impacto na vida concreta, desligam-na da História. E é igualmente a dúvida sobre este impacto que se torna mais insistente. Não podemos, no entanto, queixar-nos desta situação. Porque a verdadeira natureza da fé continua a revelar-se da mesma forma.

HÉLDER GONÇALVES

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

FAZ MAIS

Faz mais que existir. Vive.

Faz mais que ouvir. Escuta.

Faz mais que concordar. Coopera.

Faz mais que falar. Comunica.

Faz mais que brilhar. Desabocha.

Faz mais que gastar. Investe.

Faz mais que pensar. Cria.

Faz mais que trabalhar. Sê excelente.

Faz mais que compartilhar. .

Faz mais que decidir. Discirne.

Faz mais que considerar. Compromete-te.

Faz mais que perdoar. Esqueçe.

Faz mais que ajudar. Serve.

Faz mais que coexistir. Reconcilia-te.

Faz mais que cantar. Louva.

Faz mais que pensar. Planeia.

Faz mais que sonhar. Realiza.

Faz mais que ver. Percebe.

Faz mais que ler. Aplica-te.

Faz mais que receber. Haja co-reciprocidade.

Faz mais que escolher. Concentra-te.

Faz mais que desejar. Acredita.

Faz mais que aconselhar. Ajuda.

Faz mais que falar. Transmite.

Faz mais que incentivar. Inspira.

Faz mais que somar. Multiplica.

Faz mais que mudar. Melhora.

Faz mais que alcançar. Estende.

Faz mais que ponderar. Reza.

Faz mais que apenas viver.

Vive como Jesus ensinou.

HÉLDER GONÇALVES

terça-feira, 16 de outubro de 2012

APRESENTAÇÃO DO NOVO TESTAMENTO


1. EVANGELHOS E ACTOS


  • Evangelhos Sinópticos

Os Evangelhos apresentam as narrativas dos factos e das palavras de Jesus Cristo, e incluem também os milagres, as parábolas, os discursos e os principais acontecimentos de sua vida. O objectivo dos Evangelhos Sinópticos é oferecer uma retrospectiva do ministério de Cristo Jesus e destacar as implicações teológicas de seus ensinamentos; e além disso, tornam clara a impressão que o ministério de Jesus Cristo produziu nos primeiros crentes.

Os Evangelhos Sinópticos tem também por objectivo não apresentar uma bibliografia da vida de Jesus Cristo e nem procurar descrever a sua personalidade; a finalidade então é compartilhar uma cristologia, ou seja, uma apresentação da vida e do ministério de Jesus a partir de uma perspectiva teológica particular e definida. Sendo assim, podemos entender que, cada evangelista escreveu com um objectivo específico para responder às necessidades concretas de diferentes grupos de crentes.

Podemos perceber que, o propósito de cada evangelho era determinado pelas peculiaridades e dificuldades de cada grupo a que se dirigia cada um deles. Os primeiros evangelhos podem ser dispostos em colunas paralelas para facilitar o estudo comparativo do material que cada livro contém; este tipo de apresentação é conhecida como “sinopse”, pois permite analisar o conteúdo dos Evangelhos como um conjunto, como um todo, por esta razão, os evangelhos de Mateus, Marcos e Lucas são conhecidos como “sinópticos”, pois incluem relatos parecidos que podem ser estudados de forma paralela.

O Evangelho de João, por sua vez, foi incluído nesta sinopse para enfatizar a importância de uma leitura paralela dos quatro evangelhos, a fim de obter-se uma compreensão mais ampla da vida e do ministério de Jesus Cristo. O estudo Sinóptico dos evangelhos evidencia que estes incluem relatos comuns; as passagens comuns a três evangelhos são conhecidas como “tradição tríplice”, as passagens comuns a dois evangelhos como “tradição dupla”, e os relatos contidos em apenas um evangelho como “tradição simples”, e os relatos repetidos em um mesmo evangelho como “tradições duplicadas”.

Os Evangelhos são compostos por unidades independentes (narrações e discursos), aos quais normalmente se sucedem sem uma conexão aparente de tempo e lugar. Há secções que incluem temas semelhantes e, além disso, contém frases independentes e características de Jesus Cristo, particularmente as parábolas; podemos também perceber que, muitas passagens demonstram uma coincidência surpreendente no tocante à linguagem utilizada; já outras põem em relevo diferenças de estilo, teologia e propósitos.

Mateus, Marcos e Lucas estruturaram o ministério de Jesus de acordo com uma sequência geográfica geral: ministério da Galileia, retirada para o Norte (tendo como clímax e ponto de transição a confissão de Pedro), ministério na Judeia e Pereia quando Jesus se dirigia para Jerusalém (algo não tão claro em Lucas) e o ministério final em Jerusalém. Esta sequência está praticamente ausente em João, evangelho em que se concentra no ministério de Jesus em Jerusalém durante as visitas que periodicamente fazia à cidade.

Quanto ao seu conteúdo, os três primeiros evangelistas narram muitos dos mesmos acontecimentos, concentrando-se nas curas, libertações e ensinos por meio de parábolas realizados por Jesus. João embora narre algumas curas significativas, não trás qualquer relato de libertação nem parábolas (pelo menos das do tipo que é encontrada em Mateus, Marcos e Lucas); além disso, muitos dos acontecimentos que consideramos característicos dos três primeiros evangelhos estão ausentes em João: o envio dos doze, a transfiguração, o sermão profético, a narrativa da última ceia.

Isso contrasta claramente com o clima mais contemplativo de João, que narra bem menos acontecimentos do que os evangelistas sinópticos e prefere apresentar Jesus fazendo longas dissertações em vez de parábolas curtas ou declarações breves e expressivas. Ao longo dos últimos duzentos anos, os eruditos tem esmiuçado os evangelhos sinópticos a partir de vários ângulos e têm chegado a diferentes conclusões; este é um resultado inevitável da importância fundamental que esses livros têm para a fé e vidas cristãs.

Nestes livros, podemos encontrar a história da vida daquele que é o instrumento escolhido por Deus, para fazer-se conhecer aos seres humanos; o significado da história e o destino de cada indivíduo dependem dos acontecimentos descritos nestes livros. A morte e a ressurreição do Messias.


  • Actos dos Apóstolos

Uns 30 ou 40 anos depois das Cartas autênticas de Paulo, Lucas escreveu o livro dos Actos dos Apóstolos (entre os anos 80-90). Trata-se de um escrito que, quanto ao género literário, se encontra entre a Teologia e a História; ou melhor, o seu autor quis fazer História e Teologia ao mesmo tempo. Veja-se a grande quantidade de discursos (uns 24), que têm mais a ver com a eclesiologia do que com a História propriamente dita das comunidades da segunda geração cristã.

Os personagens centrais do livro são primeiramente Pedro, ao longo dos 12 primeiros capítulos, em perfeita continuidade com o seu papel nos Evangelhos; e Paulo, do capítulo 13 em diante. Tudo indica que esta obra pertence ao mesmo autor do terceiro Evangelho (Lucas). Este começa e termina em Jerusalém; os Actos começam em Jerusalém, com os Doze, e terminam em Roma com Paulo, como que a dizer que se realizou, pelo menos parcialmente, o programa de Jesus, no meio dos pagãos. 25*Estando em desacordo uns com os outros, começaram a separar-se. Paulo apenas disse estas palavras: «Com razão falou o Espírito Santo a vossos pais, pela boca do profeta Isaías, dizendo: 26Vai ter com esse povo e diz-lhe: Ouvireis com os vossos ouvidos, mas não compreendereis; vereis com os vossos olhos, mas não percebereis. 27Sim, o coração deste povo tornou-se endurecido. Taparam os ouvidos e fecharam os olhos, não fossem ver com os olhos, e ouvir com os ouvidos, entender com o coração, converterem-se, e Eu curá-los! 28*Ficai, agora, sabendo: esta salvação de Deus foi enviada aos pagãos que a hão-de escutar.» (Act 28,25-28).

Deste modo cumpre-se o programa de Jesus, proposto no início do livro dos Actos: «Sereis minhas testemunhas em Jerusalém, por toda a Judeia e Samaria e até aos confins do mundo.» (Act 1,8)

Esta obra apresenta-se, pois, como um segundo volume da obra de Lucas, numa continuidade natural dos Evangelhos e como que registando o seu cumprimento. E sendo Paulo a personagem central da segunda parte, este livro coloca-se, naturalmente, entre os Evangelhos e as Cartas de Paulo.

O autor dos Actos não nos apresenta, no entanto, Paulo como um Apóstolo e com os mesmos direitos dos Apóstolos, apesar de Paulo reivindicar este título «… 17*nem subi a Jerusalém para ir ter com os que se tornaram Apóstolos antes de mim. Parti, sim, para a Arábia e voltei outra vez a Damasco.» (Gl 1,17).

Para Lucas, o direito ao “apostolado” está ligado ao grupo dos Doze e ao testemunho directo e ocular de Jesus «1*No meu primeiro livro, ó Teófilo, narrei as obras e os ensinamentos de Jesus, desde o princípio 2*até ao dia em que, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera, foi arrebatado ao Céu. (Lc 1,1-2)

13*«Quando chegaram à cidade, subiram para a sala de cima, no lugar onde se encontravam habitualmente.
Estavam lá: Pedro, João, Tiago, André, Filipe, Tomé, Bartolomeu, Mateus, Tiago, filho de Alfeu, Simão, o Zelota, e Judas, filho de Tiago.», « 17Ele, efectivamente, era um dos nossos e tinha recebido uma parte do nosso ministério.», « 21Portanto, de entre os homens que nos acompanharam durante todo o tempo em que o Senhor Jesus viveu no meio de nós, 22*a partir do baptismo de João até ao dia em que nos foi arrebatado para o Alto, é indispensável que um deles se torne, connosco, testemunha da sua ressurreição.
» (Act 1,13.17.21-22)

Depois da visão de Damasco, Paulo é introduzido no grupo dos Doze pela mão de Barnabé.

Nesta perspectiva, Paulo não é Apóstolo pela relação directa com o Ressuscitado, mas pela legitimação que recebe das «testemunhas oculares» de Jesus 2*até ao dia em que, depois de ter dado, pelo Espírito Santo, as suas instruções aos Apóstolos que escolhera, foi arrebatado ao Céu. (Lc 1,1-2)

Há diferenças sensíveis entre o Paulo que nos é apresentado pelo autor dos Actos e o Paulo que se apresenta nas suas Cartas. Segundo os Actos, Paulo é um rabino que continua fiel à Lei de Moisés; segundo as Cartas, Paulo é um judeu convertido que relativiza a Lei para fazer de Cristo o Senhor da sua vida: “Já não sou eu que vivo, mas é Cristo que vive em mim” (Gl 2,20)


2. ESCRITOS JOANINOS

  • Evangelho

O 4.º Evangelho distingue-se dos três sinópticos, não só por omitir temas importantes (infância, tentações e transfiguração de Jesus, ensino em parábolas, instituição da Eucaristia…) e incluir outros (bodas de Caná, ensino por alegorias, discursos do Pão da Vida e da Ceia, longos diálogos com a Samaritana e Nicodemos, ressurreição de Lázaro, lava-pés…), mas sobretudo pela profundidade teológica do anúncio que faz de Jesus Cristo como Messias, Filho de Deus, enviado do Pai para salvação dos homens, e pelo significado sotereológico (de salvação) que descobre nos gestos de Jesus (chamando “sinais” aos milagres). O esquema adoptado (prólogo, revelação de Jesus ao mundo, revelação aos discípulos, paixão, morte e ressurreição), embora com afinidades com os sinópticos, quase ignora o ministério na Galileia, para o concentrar na Judeia, onde passou três Páscoas. A tradição é unânime em atribuir este Evangelho a João, Apóstolo, irmão de Tiago e filho de Zebedeu, que a si mesmo se identifica como “o discípulo predilecto de Jesus”. Os especialistas modernos, duvidando de que um pescador da Galileia tivesse podido escrever com tanta profundidade este Evangelho, aventuram várias hipóteses, entre as quais a de que discípulos seus tenham passado a escrito, com bastante liberdade, não só as recorda¬ções e reflexões do Apóstolo, mas também as tradições das comunidades animadas pela sua prega¬ção. A liturgia faz grande uso deste Evangelho, sobretu¬do no ciclo da Páscoa, na missa do dia de Natal (Prólogo) e em outras celebrações festivas e feriais. V. Evangelho(s).


  • Cartas 1ª, 2ª e 3ª de São João

A tradição sempre atribuiu estas cartas ao autor do IV Evangelho, pela semelhança de vocabulário e de doutrina. A 1.ª, provavelmente dirigida às Igrejas da Ásia Proconsular (referidas no Ap), enfrenta as ameaças à ortodoxia que pairavam sobre essas Igrejas, propondo uma série de fórmulas de fé e apelando à vigilância contra os “anticristos” e à vida de fé e de amor de Deus. A 2.ª e a 3.ª são escritos ocasionais muito curtos (apenas com 12 e 15 versículos), uma dirigida à “Senhora eleita” (= determinada Igreja) alertando para os falsos profetas e anunciando uma sua próxima visita; e a outra endereçada a um certo cristão de nome Gaio, a recomendar que desse bom acolhimento aos enviados do Apóstolo, tanto mais que tinham sido mal recebidos por um certo Diótrefes, chefe da comunidade local.


3. CARTAS

  • As cartas de São Paulo

Romanos, 1ª e 2ª aos Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1ª e 2ª aos Tessalonicenses, 1ª e 2ª a Timóteo, Tito, Filémon e Hebreus.

• Introdução às cartas e à problemática da autoria das mesmas

As cartas de Paulo são textos dirigidos a comunidades concretas (comunidades cristãs que fundou - à excepção dos Romanos e dos Colossenses) e/ou a pessoas individuais (como é o caso da Carta a Filémon, a Timóteo e a Tito); e tratam de problemas específicos ligados à vida dessas mesmas comunidades. Estas cartas servem para o apóstolo continuar a sua actividade evangelizadora. Paulo era, antes de mais, um missionário - «Ai de mim se não evangelizar!» (Rom 9, 16).

O seu processo de composição e difusão poderá ter passado por um período lento em que as diferentes comunidades partilhavam entre si as Cartas recebidas, usando-as até nas suas reuniões de oração comunitária. Os estudiosos indicam o ano 96, provavelmente 30 anos depois da morte de Paulo, como o ano em que temos a primeira notícia da existência de uma colecção das Cartas de Paulo - «Corpus Paulino».

Qualquer que tenha sido a forma de circulação ou de redacção final, o que é certo é que, em meados do séc. II, elas já faziam parte do ritual litúrgico de muitas igrejas particulares; e a partir do século IV, passaram a integrar o cânon do Novo Testamento.

Uma outra questão que se tem colocado muito relacionada é com a autoria das cartas – conhecida como a questão da «pseudo-epigrafia». Ou seja, entende-se por pseudo-epigrafia a atribuição de um texto a um determinado autor, mesmo que não tenha sido ele a produzi-lo. Era comum, naquele tempo, que o autor ditasse as linhas fundamentais do texto a ser produzido e que, depois, um secretário ou um pequeno grupo de discípulos se encarregasse de lhe dar a forma final. Apesar de todas as questões, em todas elas se encontra a marca do apóstolo.

Neste contexto da problemática do autor distingue-se tradicionalmente as «Cartas proto-paulinas», ou seja, as que ele próprio terá escrito (Rom., Gal., 1ª Tes., 1ª e 2ª Cor., Filp., Film.); e as «Cartas deutero-paulinas», ou seja, as que foram escritas talvez pelos seus discípulos (Ef., Col., 2ª Tes., 1ª e 2ª Tim., Tito).

Todas as epístolas paulinas que chegaram até nós datam da época do apogeu e do final da actividade missionária do Apóstolo. Da primeira década e da metade da sua actividade, falta evidência de escritos seus. Contudo, já na época das suas epístolas mais antigas Paulo fala do seu hábito epistolar… Portanto, alguns desses escritos mais antigos nunca terão chegado até nós (v.g. 1 Cor. 5,9; 2 Cor. 2,4; Cl. 4,16).


• Géneros literários e estrutura das cartas

A «carta» é um género literário antiquíssimo. As mais antigas que se conhecem datam do ano 2000 antes de Cristo. São de todo o tipo, não faltando as que têm um conteúdo especificamente religioso. Vai ser este o género literário que Paulo vai escolher para os seus escritos.

De sublinhar que as cartas de Paulo encerram géneros literários bem diferentes. Géneros que vão desde o tratado teológico sobre a fé da Carta aos Romanos até ao simples ‘bilhete postal’ da Carta a Filémon, passando pela multiplicidade temática das duas Cartas aos Coríntios.

Estes géneros literários devem-se não só às circunstâncias em que as cartas são escritas mas também ao temperamento de Paulo unido à espiritualidade própria de um convertido. Não podemos deixar de considerar também os métodos da exegese rabínica em que Paulo era mestre, por ter frequentado a famosa escola de Gamaliel.

Deste modo, utiliza frequentemente a linguagem da diatribe cínico-estóica (espécie de debate judiciário onde o interlocutor, imaginário na maior parte das vezes, é vivamente contestado) e da antítese e do exagero semita. As grandes antíteses do conteúdo teológico de Paulo são: Vida-Morte, Carne-Espírito, Luz-Trevas, Sono-Vigília, Sabedoria-Loucura da Cruz, Letra-Espírito, Lei-Graça (2 Cor. 3, 1-16).

Paulo não se limita a proclamar a fé, mas tem o cuidado de mostrar como o evangelho está em conformidade com as escrituras «3*Transmiti-vos, em primeiro lugar, o que eu próprio recebi: Cristo morreu pelos nossos pecados, segundo as Escrituras; 4foi sepultado e ressuscitou ao terceiro dia, segundo as Escrituras; 5apareceu a Cefas e depois aos Doze». (1 Cor. 15, 3 e 5).

As referências ao AT aparecem em «citações explícitas», «citações implícitas» e «alusões». No conjunto das suas cartas encontramos umas 75 citações explícitas, introduzidas por uma fórmula como, por exemplo: «está escrito», «a Escritura diz»…

As cartas, escritas todas em grego, têm, geralmente, um ar coloquial e familiar. Não se lhes podem atribuir especiais pretensões literárias, mas de facto, ultrapassam o âmbito do meramente privado ou pessoal. Com frequência os seus escritos transformam-se em reflexões, ensaios ou discursos teológicos, servindo, deste modo, para continuar – à distância – a actividade evangelizadora do apóstolo.

Quanto à estrutura Paulo tem um estilo inconfundível, própria deste género literários que são as cartas:

Saudação – Paulo dirige-se a uma determinada comunidade cristã, começando habitualmente com uma referência ao seu nome e à sua autoridade apostólica, uma pequena oração em forma trinitária e, muitas vezes, algumas referências a nomes individuais;

Corpo da Carta – aqui desenvolve a sua doutrina, faz as suas exortações e responde aos problemas e questões da comunidade (esta parte constitui a quase totalidade da carta e mostra-nos qual o seu objectivo)
Conclusão - no final também há sempre uma referência a pessoas concretas, uma saudação particular ou uma bênção, espécie de acção de graças de origem litúrgica «2Exorto Evódia e exorto Síntique a terem o mesmo pensamento no Senhor. 3*Sim, e a ti, fiel Sízigo, peço-te que as acolhas; são pessoas que, em conjunto, lutaram comigo pelo Evangelho, juntamente com Clemente e os meus restantes colaboradores, cujos nomes estão no livro da Vida. 4Alegrai-vos sempre no Senhor! De novo o digo: alegrai-vos! 5*Que a vossa bondade seja conhecida por todos. O Senhor está próximo. 6Por nada vos deixeis inquietar; pelo contrário: em tudo, pela oração e pela prece, apresentai os vossos pedidos a Deus em acções de graças. 7Então, a paz de Deus, que ultrapassa toda a inteligência, guardará os vossos corações e os vossos pensamentos em Cristo Jesus. 8*De resto, irmãos, tudo o que é verdadeiro, tudo o que é nobre, tudo o que é justo, tudo o que é puro, tudo o que é amável, tudo o que é respeitável, tudo o que possa ser virtude e mereça louvor, tende isso em mente. 9E o que aprendestes e recebestes, ouvistes de mim e vistes em mim, ponde isso em prática. Então, o Deus da paz estará convosco.
Agradecimento aos Filipenses - 10É grande a alegria que sinto no Senhor por, finalmente, terdes feito com que desabrochasse o vosso amor por mim. É que tínheis o interesse, mas faltava a oportunidade. 11Não falo assim por me sentir carecido. Pois, no meu caso, aprendi a ser autónomo nas situações em que me encontre. 12Sei passar por privações, sei viver na abundância. Em toda e qualquer situação, estou preparado para me saciar e passar fome, para viver na abundância e sofrer carências. 13De tudo sou capaz naquele que me dá força. 14*Entretanto, fizestes bem em tomar parte na minha tribulação. 15Vós bem o sabeis, filipenses: no início da pregação do Evangelho, quando saí da Macedónia, nenhuma outra igreja esteve em comunhão comigo na permuta de dar e receber, a não ser apenas vós: 16*em Tessalónica e por duas vezes me enviastes socorro para as minhas necessidades. 17Não é que eu esteja à procura de donativos; o que procuro, sim, é que aumente o produto, que está registado na vossa conta. 18*Sim, tudo recebi em abundância. Estou plenamente fornecido, depois de receber de Epafrodito o que veio da vossa parte: um odor perfumado, um sacrifício que Deus aceita e lhe é agradável. 19E o meu Deus há-de compensar-vos plenamente em todas as necessidades, segundo a sua riqueza, na glória que se tem em Cristo Jesus. 20A Deus nosso Pai, a glória pelos séculos dos séculos! Ámen!
Saudação final - 21*Saudai cada um dos santos em Cristo Jesus. Saúdam-vos os irmãos que estão comigo. 22*Saúdam-vos todos os santos, mas em especial os da casa de César. 23A graça do Senhor Jesus Cristo esteja com o vosso espírito! (Fl. 4, 2-23).

É precisamente a partir deste conjunto de características, ligadas a uma linha de pensamento que reflecte determinados temas e ideias, que levam os estudiosos a duvidar da autoria pessoal de Paulo em relação a algumas dessas cartas.


  • As Cartas Católicas

• Tiago

A carta de São Tiago está escrita num estilo muito vivo, num grego de boa qualidade, mas com reminiscências semitas tanto no vocabulário como no estilo. Esta carta mais parece uma exortação moral destinada a cristãos vindos do Judaís¬mo. Discutem os peritos qual será o seu autor, prevalecendo a ideia de que seja Tiago Menor, Apóstolo, ou Tiago dito *irmão de Jesus, se porventura não se tratar do mesmo. O autor utiliza a fundo o legado das tradições proféticas e sapienciais do Antigo Testamento, tratando de conservar dentro da corrente cristã alguns valores tradicionais que ele considerava perigosamente ameaçados. Nela encontramos a única referência -escriturística à Unção dos Enfermos «14*Algum de vós está doente? Chame os presbíteros da Igreja e que estes orem sobre ele, ungindo-o com óleo em nome do Senhor. 15A oração da fé salvará o doente e o Senhor o aliviará; e, se tiver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados.» (Tg 5,14-15).


• 1ª e 2ª Pedro

A 1.ª Epistola de S. Pedro, escrita em bom grego por Silvano (ou Silas, companheiro de S. Paulo), sempre se considerou inspirada e da autoria do Príncipe dos Apóstolos. Provavelmente escrita em Roma (a “Babilónia” do Apocalipse), na década de 60, e dirigida aos fiéis da Ásia Menor, é uma exortação de carácter moral apelando à santidade, à obediência às autoridades, à aceitação dos sofrimentos em união com os de Jesus Cristo, e à constância perante as perseguições.

A 2.ª Epistola de S. Pedro, embora atribuída ao Príncipe dos Apóstolos, não é certamente dele, mas de alguém que, anos depois da sua morte, usou o seu nome (como era habitual ao tempo) para fazer passar uma mensagem que, de facto, poderia ter partido dele. Dirigida a um público geral, conhecedor das Cartas de S. Paulo, exorta à perseverança na fé, denuncia os falsos mestres e apela à preparação para a segunda vinda de Jesus Cristo.


• Judas

A finalidade da carta de Judas é prevenir contra os falsos doutores que punham em perigo a fé cristã.
O conteúdo teológico-espiritual transmite estas verdades: Deus Pai é fonte de graça e poder, e dele procede a salvação para todos os homens. Jesus Cristo é o nosso Dono e Senhor. O Espírito Santo é quem nos conserva no amor de Deus e nele encontramos a esperança de alcançar a vida eterna. O cristão foi chamado por vocação divina por um acto de amor de Deus, a viver da fé e animado pela caridade.


• Apocalipse

Último livro da Bíblia, escrito cerca do ano 95, durante a perseguição aos cristãos, promovida pelo imperador Domiciano. Foi escrito por um certo João que, exilado na ilha de Patmos, teve, num domingo «Visão do Ressuscitado - 9*Eu, João, que sou vosso irmão e companheiro na perseguição, no Reino e na constância cristã, encontrava-me na ilha de Patmos por causa da Palavra de Deus e do testemunho de Jesus. 10*No dia do Senhor, o Espírito arrebatou-me e ouvi atrás de mim uma voz potente como de trombeta,…» ( Ap 1,9-10 ),
extraordinárias visões simbólicas, que lhe deram a certeza de que Deus daria a vitória final a quantos se mantivessem fiéis a Jesus Cristo., vitória anunciada para breve «7*Eis que Eu venho em breve. Feliz o que puser em prática as palavras da profecia deste livro.» 8*Eu, João, é que ouvi e vi estas coisas; e, depois de ouvir e ver, caí aos pés do anjo que mas mostrava, para o adorar. 9Mas ele disse-me: «Guarda-te de fazer tal coisa! Eu sou teu companheiro, assim como dos teus irmãos, os profetas, e dos que guardam as palavras deste livro. A Deus é que deves adorar!» 10*E acrescentou: «Não escondas as palavras da profecia deste livro; pois o tempo está próximo. 11*Que o injusto continue a cometer injustiças; que o impuro continue a cometer acções impuras; o que é honrado continue a ser honrado e o que é santo santifique-se ainda mais. 12*Eis que Eu venho em breve e trarei a recompensa para retribuir a cada um conforme as suas obras.
13*Eu sou o Alfa e o Ómega, o Primeiro e o Último, o Princípio e o Fim. 14*Felizes os que lavam as suas vestes, para terem direito à árvore da Vida e poderem entrar nas portas da cidade. 15Fora os cães, os feiticeiros, os luxuriosos, os assassinos, os idólatras e todos os que amam e praticam a fraude. 16*Eu, Jesus, enviei o meu anjo para vos anunciar todas estas coisas acerca das igrejas: Eu sou o descendente e a estirpe de David, Eu sou a brilhante estrela da manhã.» 17*O Espírito e a Esposa dizem: «Vem!» Diga também o que escuta: «Vem!» O que tem sede que se aproxime; e o que deseja beba gratuitamente da água da vida.»
Conclusão - 18*«E Eu declaro a todos os que escutam as palavras proféticas deste livro: Se alguém aumentar alguma coisa, Deus lhe aumentará os flagelos que estão descritos neste livro. 19E se alguém retirar palavras deste livro profético, Deus lhe retirará a parte que tem na árvore da Vida e na cidade santa, descritas neste livro.
20*O que é testemunha destas coisas diz: 'Sim. Virei brevemente.'»- Ámen! Vem, Senhor Jesus! (Ap 22,7-20).

A uma primeira visão do Ressuscitado, seguem-se sete cartas a outras tantas Igrejas da Ásia Menor. O corpo maior do livro é preenchido por revelações sobre o sentido da história, em momento particularmente difícil para a Igreja dos primórdios (destruição de Jerusalém, decadência do Império Romano, primeiras heresias…), o que sugeria “o fim dos tempos”. Embora a tradição tenha identificado o autor do Apocalipse com S. João Apóstolo, hoje põe-se em dúvida tal atribuição.

Exame de "Introdução ao Novo Testamento"
de Hélder Gonçalves a 25.12.2007
Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas de Viana do Castelo
Professor: Padre João Alberto Sousa Correia
Avaliação Final: 16 Valores

HÉLDER GONÇALVES

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