domingo, 14 de outubro de 2012

CRUZ DAS CRUZADAS

A palavra cruzada – difundida apenas a partir de meados do século XIII, muito depois de terem começado as expedições empreendidas para libertar os Lugares Santos da tutela islâmica ou outras campanhas desencadeadas contra infiéis, como, por exemplo, as guerras travadas na Península Ibérica contra os mouros – tem origem na cruz de pano pregada na roupa dos cruzados.

A cruz latina com as pontas em forma de lança era, de facto, a insígnia das cruzadas, ao ponto de essas empresas ou “guerras santas” serem igualmente conhecidas como “expedições da Cruz” e de os seus participantes se considerarem “soldados de Cristo”, marcados pelo “sinal da Cruz”.

O Papa concedia indulgências e privilégios vários (remissão dos pecados, concessão de dízimas, oferta das terras conquistadas…) aos peregrinos dispostos a combater os pagãos e impunha-lhes uma cruz de pano.

Quem as utilizava eram cavaleiros e peões, ricos e pobres… todos os que, na Idade Média, se ofereciam para engrossar as fileiras do lado cristão na luta contra o mundo muçulmano.

Os cruzados implantavam a “Cruz de Cristo” – esse sinal sagrado incluído no culto cristão, segundo se crê, logo a seguir à era apostólica – em terras onde se vivia sob os ensinamentos religiosos de Maomé ou os costumes pagãos.

A insígnia dos cruzados constituía um sinal de vitória desde o dia em que, pouco antes de travar uma batalha, o imperador romano Constantino, o Grande (288-337) viu no céu uma cruz e a seguinte inscrição: “Com este símbolo vencerás”.

HÉLDER GONÇALVES

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