Trata-se, portanto, como a Cruz de
Caravaca e algumas outras, sobre as quais ninguém consegue determinar com
certeza absoluta a autenticidade, de uma “lignum
crucis”, que Justino II, imperador bizantino entre 565 e 578, sobrinho e
sucessor de Justiniano, ofereceu ao papa na segunda metade do século VI, muito
provavelmente em 568.
Decorado segundo os traços
característicos da arte bizantina, o relicário é revestido por filigrana
dourada e bordejado por uma franja onde brilham intensamente pedras preciosas.
A esplendorosa cruz é dominada, no
centro, por um disco que representa o sol e os seus raios. Recorde-se que,
segundo a liturgia oriental, Cristo é “o
sol maior do que o sol”.
É no interior desse disco que está
guardada a relíquia, apenas um dos fragmentos da Santa Cruz que Justino II
ofereceu a algumas personalidades, como a Santa Radegunda, rainha dos francos e
fundadora do Mosteiro de Santa Cruz, em Poitiers.
Sublinhe-se que, no mundo cristão, o
culto das imagens santas começou apenas no século V e conheceu um grande
impulso na segunda metade do século seguinte, sobretudo no Império Bizantino,
por acção de Justino II.
HÉLDER GONÇALVES
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