Nesta data é igualmente assinalado o Dia Mundial do Consagrado,
instituído pelo Papa João Paulo II em 1997.
A origem da devoção à Senhora das Candeias tem os seus começos na
festa da apresentação do Menino Jesus no Templo e da purificação de Nossa
Senhora, quarenta dias após o seu nascimento (sendo celebrada, portanto, no dia
2 de Fevereiro).
De acordo com a tradição da Lei de Moisés, as parturientes, após
darem à luz, ficavam impuras, devendo inibir-se de visitar o Templo até
quarenta dias após o parto; nessa data, deviam apresentar-se diante do
sumo-sacerdote, a fim de apresentar o seu sacrifício (um cordeiro e duas pombas
ou duas rolas) e assim purificar-se.
Desta forma, José e Maria apresentaram-se diante de Simeão para
cumprir o seu dever, e este, depois de lhes ter revelado maravilhas acerca do
filho que ali lhe traziam, ter-lhes-ia dito: «Agora,
Senhor, deixa partir o vosso servo em paz, conforme a Vossa Palavra. Pois os
meus olhos viram a Vossa salvação que preparastes diante dos olhos das nações:
Luz para aclarar os gentios, e glória de Israel, vosso povo» (Lucas, 2, 29-33).
Com base na festa da Apresentação de Jesus / Purificação da
Virgem, nasceu a festa de Nossa Senhora da Purificação; do cântico de São
Simeão (conhecido pelas suas primeiras palavras em latim: o Nunc dimittis), que
promete que Jesus será a luz que irá aclarar os gentios, nasce o culto em torno
de Nossa Senhora das Candeias, cujas festas eram geralmente celebradas com uma
procissão de velas, a relembrar o facto.
Invocação e expansão do culto
Nossa Senhora das Candeias era tradicionalmente invocada pelos
cegos (como afirma o Padre António Vieira no seu Sermão do Nascimento da Mãe de
Deus: «Perguntai aos cegos para que nasce esta celestial Menina, dir-vos-ão que
nasce para Senhora das Candeias [...]»), e tornou-se particularmente venerada
em Portugal a partir do início do século XV.
A partir daí, a devoção à Senhora das Candeias cresceu, e com a
expansão do Império Português, também se dilatou pelas regiões colonizadas, com
especial destaque para o Brasil, onde é a santa padroeira da cidade de
Curitiba.
Segundo a tradição, deve-se a um português, Pedro Martins, muito
devoto de Nossa Senhora, que descobriu uma imagem da Mãe de Deus por entre uma
estranha luz, no sítio de Carnide, no termo de Lisboa. Aí se fundou de imediato
um convento e igreja a ela dedicada (existente ainda hoje), que conheceu grande
incremento devido à acção mecenática da Infanta D. Maria, filha de D. Manuel I
e sua terceira esposa, D. Leonor de Áustria.
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