Jesus Cristo instituiu a Eucaristia, na Última Ceia, pronunciando as palavras sacramentais: “Isto é o Meu Corpo. Tomai e bebei, isto é o Meu Sangue”.
Este Jesus é o Filho de Maria. Ele é carne da Sua carne, e sangue do Seu sangue. É o fruto virginal do Seu ventre. Foi Maria que O deu à luz, no Natal e O apresentou no Templo.
Este Jesus de Maria é O que disse de Si mesmo: “Eu sou o Pão do Céu; quem comer e beber o Meu Sangue permanece em Mim e Eu nele”. Podemos, portanto, afirmar que a Eucaristia é o dom de Maria a toda a humanidade. É uma dádiva da Mãe Eucarística.
Percorrendo a Sagrada Escritura, não encontramos qualquer texto ou passagem que nos garanta que Maria estivesse no Cenáculo na Última Ceia. Mas sabemos que após a Ressurreição de Jesus, Maria viveu com os Apóstolos e discípulos que se reuniam para celebrar “a fracção do pão” – a Eucaristia. Isso leva-nos a pensar que Maria participasse na “fracção do pão”. Podemos imaginar com que amor, fé e devoção Ela participava na Eucaristia! Ao receber “esse pão divino”, esse Jesus, voltava a viver a alegria que a inundou quando O deu à luz, pelo poder do Espírito Santo.
A Eucaristia é a actualização do Mistério Pascal, pelo Sacrifício da Cruz e pela gloriosa Ressurreição de Jesus Cristo. Esse Sacrifício de Jesus, que Se entregou por amor, corresponde ao Fiat ao Sim de Maria. O sim que continuou durante toda a sua vida. No momento solene da morte de Jesus, Maria oferece o Seu Filho e oferece-Se, com Ele, renovando o Seu sim duma maneira absoluta, repleto de verdadeiro amor. Todo esse amor, sob a acção do Espirito Santo, está presente em cada Eucaristia – “Mistério de Fé e Amor”. Por tudo isso o Beato João Paulo II escreveu a linda e profunda Encíclica – “A Igreja vive da Eucaristia” para que possamos viver mais profundamente esse Mistério.
João Paulo II, ao escrever esta encíclica, tinha em mente Maria, mulher eucarística, por analogia entre o seu fiat, na Anunciação, e o sim de Jesus, no Alto da Cruz e no Altar, duma maneira cruenta e incruenta, quando se celebra a Eucaristia, respectivamente. A este respeito, dizia o Santo Padre: “Existe uma profunda analogia entre o fiat pronunciado por Maria, em resposta às palavras do Anjo, e o ámen que cada fiel pronuncia quando receber o Corpo de Senhor”.
E pergunta: se não será o mesmo olhar, quando Ela contemplou o Seu Filho recém-nascido que quer que nas nossas comunhões eucarísticas tenhamos para com Jesus na Eucaristia. A Senhora da Eucaristia é, realmente, a Mãe do Pão do Céu para alimento das nossas almas; é modelo na nossa Eucaristia. Ela ensina-nos, pelo seu “Magnificat”, a louvar e a adorar o Mistério Eucarístico e a invocá-La como “a senhora da Eucaristia”, disse João Paulo II na sua encíclica.
HÉLDER GONÇALVES
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