Quem viaja pelas
estradas de Portugal, no mês de Maio, e vê ao longo das estradas pessoas que
caminham, em fila, sabe certamente que são: os peregrinos de Fátima.
Caminham carregados,
por vezes cansados, mas sempre animados.
É a fé que os anima. É
a fé que os faz sair de casa, que os faz sair das suas terras mais distantes. É
a fé que os leva até junto da Senhora de Fátima.
Levam o coração cheio
de incertezas, mágoas, ilusões, sofrimentos, e esperam voltar a casa com
alegria, paz e amor. Tudo o resto vem por acréscimo.
Às vezes basta um
simples olhar para a Mãe do Céu, acender uma vela ou rezar o terço para
compensar um esforço grande.
A Senhora de Fátima
pediu penitência, por nós e pelos outros. Penitência que se traduz numa
conversão de vida. Emociono-me cada vez que recordo a coragem e insistência da
pequenina Jacinta, vidente de Fátima, que dizia à sua prima Lúcia, «sofro, sim;
mas ofereço tudo pelos pecadores e para reparar o Imaculado Coração de Maria. (…)
Gosto tanto de sofrer por Seu amor! Para dar-lhes gosto! Eles gostam muito de
quem sofre para converter os pecadores». (Memórias da Irmã Lúcia)
Que heroicidade e
exemplo para todos os cristãos. Só quem ouve o chamamento da Mãe à conversão é
que é capaz de compreender esta realidade.
Os peregrinos de
Fátima são uma imagem do que é a nossa peregrinação neste mundo: temos uma meta
a atingir, nem sempre o caminho é fácil, mas ao caminharmos juntos vivemos a
comunhão entre filhos de Deus e encorajamo-nos uns aos outros. Pela fé
caminhamos, animados pela esperança não desistimos e no amor da Santíssima
Trindade aprendemos a caridade.
Rezemos com as
palavras do Santo Padre, já falecido, João Paulo II, que no dia do Jubileu dos
Bispos a 8 de Outubro de 2000, na Praça de São Pedro, confiou todo o mundo a
Maria: «Confiamos-Te, oh Mãe, todos os homens, a começar pelos mais débeis: as
crianças que ainda não nasceram e aquelas que vivem em condições de pobreza e
sofrimento, os jovens à procura de sentido para a vida, as pessoas privadas de
um trabalho e aquelas provadas pela fome e pela doença. Confiamos-Te as famílias
em dificuldade, os anciãos sem assistência e quantos estão sozinhos e sem
esperança.»
É a fé que faz caminhar não apenas em direcção a Fátima mas em direcção a Deus.
ResponderEliminarAlgumas pessoas não fazem mais do que caminhar sem contudo ficarem mais santos e libertos do mal.
Caminhar pode e deve ser um meditar nos ensinamentos que Jesus nos trouxe. Ele não veio revogá-los mas conferir-lhes nova vida.