Uma boa afirmação deste adágio temo-la no caso que vamos relatar.
Um belo dia, um pedreiro, prestes a concluir um trabalho, foi ter com o construtor para quem trabalhava há muitos anos e comunicou-lhe que em breve, ía pôr termo à sua carreira profissional.
Expôs-lhe o seu desejo de passar os ultimos anos da sua vida mais tranquilo e sossegado, na companhia da sua esposa e filhos.
Disse-lhe que tinha pena de o deixar e recordaria sempre a amabilidade com que sempre foi tratado por ele, bem como o bom ordenado que dele recebia, mas já trabalhara muito e achava que era a altura de descansar junto dos seus.
O construtor lamentou a decisão do seu excelente trabalhador, porque perdia um dos seus melhores profissionais. No entanto, compreensivo como era, aceitou a razão apresentada por ele e aceitou a sua vontade.
Pediu-lhe, porém, um favor, como prova da sua amizade: que antes de despedir-se lhe constuísse só mais uma casa.
O pedreiro, embora não de muito boa vontade, aceitou esse pedido. Todavia, ao vê-lo trabalhar, percebia-se claramente que não o fazia com gosto. Começou por utilizar materiais de inferior qualidade e a usar técnicas de construção rápidas, ás quais não deixavam antever grande solidez e, portanto, longa duração ao edificio. Aquele trabalho era, realmente, bastante deficiente, era uma infeliz maneira de pôr termo à sua carreira profissional.
Terminada a obra, o patrão foi vistoriar a casa acabada de edificar, entregou ao construtor um conjunto de chaves e disse-lhe: «Esta é a tua casa. Depois de tantos anos a trabalhares dedicadamente para mim, considera esta oferta como um presente pessoal meu.»
Desta história, cada um compreenderá bem a razão que assiste a cada um de nós quando sentenciamos: "Como fizeres assim acaharás!"
Ricardo Igreja
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