sexta-feira, 26 de março de 2010

NINGUÉM AMOU COMO ELE...

Os Evangelistas dedicam um espaço considerável ao relato da Paixão e morte de Jesus.
Apesar de serem narradas de maneira e segundo prespectivas diferentes seguem os mesmos factos.
Lucas no seu Evangelho nunca deixa escapar a ocasião de pôr em destaque a Bondade e a Misericordia de Jesus.

Se alguém nos viesse roubar, ou fazer mal a nós ou aos nossos filhos - penso eu - estariamos prontos a recorrer ás armes para nos defendermo-nos, e se depois da luta o assaltante ficasse ferido seria pontapeado a valer, esta reacção é espontânea e compreensível, e do ponto de vista humano, até justificável; tanto assim que no Horto das Oliveiras, os Apóstolos não exitaram em pô-la em prática.

A primeira coisa foi levar a mão á espada e um deles passa a vias de facto e corta a orelha direita do sumo sacerdote (Lc 22,49-51).
Jesus intervém e repreende severamente Pedro pelo gesto irreflectido que acaba de praticar. Depois - e é este o pormenor que Lucas refere - toma conta do ferido e cura-o (Lc 22,51).

A mensagem deste gesto é clara: o discípulo não pode agredir ninguém, mas deve estar sempre pronto a curar as feridas provocadas pelos outros. Cura até quem lhe fez e continua a querer fazer mal.

O discípulo de Cristo não faz impreceções, não amaldiçoa, não invoca castigos contra quem lhe faz mal (Lc 6,27-36). Mesmo nos momentos mais dramáticos, só pronúncia palavras de amor. Com efeito só Lucas recorda que, alguns instantes antes de expirar na Cruz, Jesus tem ainda força de dizer: "Pai, perdoai-lhes porques não sabem o que fazem" (Lc 23,34).

Todos os Evangelistas dizem-nos que Jesus foi crucificado entre dois ladrões, Mateus e Marcos referem que ambos insultavam Jesus. Lucas, ao contrário, narra o facto de maneira diferente, dizendo que um O ultrajava, mas o outro não; antes pelo contrário, repreendia o seu colega e, chamando a Jesus pelo nome, pediu-Lhe: "Jesus recorda-Te de mim quando entrares no Teu Reino", e o Senhor moribundo respondeu-lhe: "Hoje mesmo estarás comigo no Paraíso".

No inicio do Evangelho de Lucas, Jesus aparece entre os pastores: os últimos, as pessoas desprezadas, os impuros de Israel. Depois, passou a vida publica no meio dos publicanos, dos pecadores e das prostitutas. No fim com quem morre? -com os Santos? Não.

Também no fim era de esperar - Ele encontra-se entre os que mais tinha amado: os pecadores.
Na Cruz tem a seu lado dois pobres infelizes que erraram tudo na vida. Veio de Deus, cumpriu a sua peregrinação nesta terra e agora volta para o Pai, volta, mas não está só.
Consigo leva alguém que nos representa a todos:
UM PECADOR RECUPERADO PELO SEU AMOR.


Ricardo Igreja



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