quarta-feira, 26 de setembro de 2012

JERUSALÉM - Cidade Santa


De Melquisedec a David

A primeira referência a Jerusalém, identifica-a com a cidade de Melquisedec, contemporâneo de Abraão (Gen 14,18ss).

Depois do êxodo do Egipto, no tempo dos juízes, Jerusalém era ainda uma cidade pagã, pois os israelitas tinham fracassado a primeira tentava de conquista (Jz 1,21). Foi só com o rei David, que conseguiram tomar a cidade aos jebuseus.

Desde então foi chamada “a Cidade de David” (2Sam 5,6ss). O rei reforçou as fortificações da cidade e trouxe para ela a Arca da Aliança (2Sam 6,1-9).


O Templo, esplendor de Jerusalém

Salomão completou a obra do seu pai e construiu o Templo (1Re 6-8). Como capital político-religiosa, Jerusalém representava a unidade nacional do povo de Deus e era o centro espiritual de Israel, porque Javé tinha escolhido o monte Sião para “morar” (Sa178,68ss); por isso os crentes acorriam em frequentes peregrinações.

Depois vieram tempos difíceis: decadência, assedio, deportação, repatriamento e reconstrução.

Mas os profetas, apesar destas dramáticas situações para o povo, souberam manter alta a esperança numa “outra” Jerusalém.


Em caminho para Jerusalém

Como Judeu, Jesus sentia fortemente a relação com a cidade santa de Jerusalém. Entre os evangelistas, é Lucas quem melhor sublinha a importância de Jerusalém. Começa no início do Evangelho com o anúncio do nascimento de João Baptista (Lc 1, 5ss.), que ocorre no Templo.

O nome de Jerusalém aparece novamente nos dois últimos episódios do “Evangelho da infância”: a apresentação no templo (Lc 2,22-38), e a peregrinação de Jesus a Jerusalém aos doze anos (Lc 2,41-49).

Durante a longa caminhada até Jerusalém (Lc 9,51-19,28), Jesus formou os seus discípulos. Ao chegar à cidade, chora perante a iminência da sua destruição, por não ter “reconhecido o tempo em que foste visitada” (Lc19, 41-42).

A última parte do Evangelho desenvolve-se em Jerusalém com o ensino de Jesus no Templo, a Paixão, a Morte e a Ressurreição. Cumpria-se a profecia de Jesus: “não se admite que um profeta morra fora de Jerusalém” (Lc 13,33).


Testemunhas em Jerusalém

Em Jerusalém, a palavra de Jesus cumpre-se com a descida do Espirito Santo sobre os discípulos (Act 2,1-13); cheios do Espirito, começam a dar testemunho (Act 1,8; Lc 24,48).

Pedro anunciará aos judeus e a todos os habitantes de Jerusalém o cumprimento das profecias (Act 2,11-21) e a Morte e Ressurreição salvadora do Nazareno, crucificado pelos homens mas constituído por Deus como Senhor e Cristo.


A nova Jerusalém: cidade do Deus vivo

E é a partir da experiencia pascal de Jesus que a Igreja vai interpretar e relativizar o papel de Jerusalém. Jerusalém e tudo o que a cidade significava era apenas profecia, antecipação da realidade plena da salvação universal dada em Cristo.

Paulo, convertido no caminho de Damasco, é o primeiro autor do N.T. que preanuncia o nascimento de uma Jerusalém “nova”, que tem as suas raízes no céu (cf. Ga1 4,21-31). Trata-se da Cidade do Deus vivo.

A Carta aos Hebreus, com uma precisa referencia topográfica à Jerusalém histórica, onde “Jesus, para santificar o povo com o seu próprio sangue, padeceu fora das portas”, exorta os cristãos a deixar para trás a Jerusalém terrena para viver como numa longa peregrinação, “porque não temos aqui cidade permanente, mas procuramos a futura” (Heb 13,14).


Jerusalém: história, mistério, profecia

Os acontecimentos decisivos da Salvação, Morte e Ressurreição de Jesus ( e na visão de Lucas, também o Pentecostes) aconteceram em Jerusalém. Em Jerusalém tudo fala de Jesus…

HÉLDER GONÇALVES

1 comentário:

  1. Boa noite!
    Obrigada por postar formação para todos nós.
    Grande abraço e Deus guarde vocês.

    Luciana Dias

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