sábado, 9 de novembro de 2013

Anseio por Deus

Santo é todo aquele que anseia por Deus, responde ao Seu chamamento e entusiasma os seus irmãos a seguirem o mesmo caminho de santidade.

A santidade cristã é um dom de Deus à Sua Igreja e consiste na união com Cristo, Verbo encarnado e nosso redentor, único mediador entre Deus e os homens e fonte de graça e santificação.

A Igreja é santa porque Cristo nos amou como Sua esposa e deu a vida por ela, para que ela se santificasse. Por isso, a santidade da Igreja deriva da santidade e do amor de Cristo.

Todos na Igreja são chamados á santidade, como diz o Apóstolo Paulo: «A vontade de Deus é que vos santifiqueis» (1Ts 4,3).

Mas se todos somos chamados á santidade, nem todos são chamados à mesma intensidade e profundidade de união com Cristo, pois a resposta ao amor de Deus deve ser dada segundo as capacidades e possibilidades de cada um. Por esse motivo temos santos mártires, pastores e doutores da Igreja, virgens, educadores, etc…

Assim sendo, santo é todo aquele que no âmbito das suas limitadas mas irrepetíveis características, qualidades e circunstâncias pessoais, vocação e graça dada por Deus, «segundo a medida da doação de Cristo» (Ef 4,7), se abre e corresponde à graça recebida e, conformando-se a Cristo, vive em plenitude o dom da vida que lhe foi dado, permitindo que Cristo viva em si mesmo. Quem vive esta santidade participa e partilha a vida e o amor de Cristo e a Sua bondade, em situações concretas e no ambiente em que vive.

O Papa João Paulo II, disse um dia: «Nós que temos a graça de acreditar em Cristo, revelador do Pai e salvador do mundo, temos o dever de mostrar a profundidade a que pode levar a relação com Ele. A grande tradição mística da Igreja, tanto no Oriente como no Ocidente, pode dizer muito a esse propósito.

Ela mostra como a oração pode progredir, como verdadeiro diálogo de amor, até tornar a pessoa humana totalmente possuída pelo amor divino, vibrando com o sopro do Espírito, filialmente abandonado ao coração do Pai. (…) Trata-se de um caminho inteiramente sustentado pela graça, que pede um forte empenho espiritual e chega a conhecer dolorosas purificações (“a noite escura”) mas aproxima-se, através de diversas formas possíveis, à imensa alegria vivida pelos místicos como união matrimonial.» (NMI, n35).

HELDER GONÇALVES

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