segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Kailas - Tibete

Conhecido entre os Tibetanos como Gang Rinpoche, a preciosa jóia das neves, o monte Kailas, de 6716 metros, está separado dos grandes Himalaias pelos rios Tsangpo e Sutlej, que são alimentados pelos lagos mais elevados do planeta, acima dos 4500 metros de altitude.


Este cume ergue-se numa região desolada duma enorme extensão lunar atacada por ventos ferozes onde apenas alguns pastores nómadas conseguem sobreviver.

O primeiro ocidental a ver este indómito canto do Tibete foi o Jesuíta italiano Ippolito Desideri, que aqui chegou depois de grandes esforços em 1715.

O Monte Kailas é uma montanha do Tibete, considerada como um dos lugares mais sagrados para os hindus e budistas.

Situada na prefeitura de Ngari, junto aos lagos Manasarovar e do Rakshasta, é a nascente de quatro dos maiores rios da Ásia: o Ganges, o Bramaputra, o Indo e o Sutlej.

Para os hindus o cume do Kailas é considerado a residência de Shiva e de sua SháktiParvati — literalmente filha da montanha —, o que explica o seu carácter sagrado para os hindus, que vêm também a montanha como um lingan acompanhado da yoni simbolizada pelo Lago Manasarovar.

Os budistas consideram-na o centro do universo (cada budista aspira em dar-lhe a volta) e para os hindus é a morada de Xiva.

Os jainistas e bonpos (religião tradicional do Tibete anterior ao budismo) também consideram a montanha sagrada. As proximidades da montanha divina são lugares santos onde "as pedras rezam".

Segundo uma lenda, durante uma disputa com um monge bön, o mestre Milarepa, para mostrar a sua superioridade, ter-se-ia transportado para o cimo da serra sobre um raio de sol.

A lenda diz que o seu cume é o centro do universo, literalmente «o umbigo do mundo». Este foi um lugar importante durante mais de mil anos.

Os devotos devem rodear a monte, um circulo de 52 quilómetros, e depois mergulhar no gélido lago Manasarovar, um dos mais importantes parikramas que um budista ou um hinduísta pode realizar na vida.

Mais concretamente, a crença budista reside na ideia de que um peregrino pode alcançar o nirvana contornando o monte Kailas 108 vezes, 5615 Km ao todo, por isso alguns tibetanos são capazes de completar uma «órbita» por dia.

Desde 1982, o governo chinês restringiu a visita aos lugares sagrados do cume e dos lagos próximos.

HÉLDER GONÇALVES

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