domingo, 17 de novembro de 2013

Jesus Cristo no seu tempo

Um país ocupado pelos Romanos, uma actividade rural intensa, uma religião omnipresente…

Eis o pano de fundo da Palestina quando aparece Jesus.



Sob o controle romano
Jesus nasce numa Palestina administrada pelos Romanos desde 63 AC.
O ocupante delega o seu poder num judeu Herodes o Grande. Este fez pesar o seu poder: impostos, controle na nomeação dos novos sacerdotes e, segundo a vontade do imperador, recenseamento regular (obrigando Maria e José a descerem a Belém).
No ano 6, Archélaos, filho de Herodes, foi exilado: Judeia e Samaria passaram para o controle de Roma. Pôncio Pilatos é nomeado procurador. A Galileia fica governada por conta do Império, por Herodes Antipas, um outro filho de Herodes o Grande. Aquando da sua Paixão, Jesus, porque é galileu, será julgado por Herodes Antipas e por Pôncio Pilatos; estes acontecimentos acontecem em Jerusalém.

Um mundo de artesãos e aldeãos
Na Galileia, a primeira actividade económica não é a carpintaria! Mesmo se os carpinteiros, ferreiros, cordoeiros são essenciais, a principal ocupação é a agricultura.
Muitas famílias são proprietárias porque, no tempo dos Macabeus (2 séculos AC), as terras foram largamente distribuídas.
Os aldeãos cultivam o trigo, o linho, o azeite, a vinha, os figos ou criam rebanhos de ovelhas. Um pouco mais longe, a pesca é uma actividade lucrativa: o lago de Tiberíades é conhecido pelas suas águas ricas em peixe. Jesus, banhado neste ambiente, multiplicará as imagens rurais ( «Um semeador saiu a semear…»).

A família, centro de tudo
A celebração do casamento (como as Bodas de Canná) podem durar uma semana, sinal do carácter central da família na sociedade. Na maior parte das casas dos aldeãos, parentes, crianças e noivos vivem debaixo do mesmo teto.
Eles têm pouco conforto e pouca vida privada.

As crianças por vezes esquecidas
Jesus, escolhe de pôr em evidencia os mais pequenos aos quais lhes presta atenção. As famílias são muitas vezes numerosas, os pais trabalham muito e, por necessidade, as crianças são rapidamente iniciadas a uma profissão. Aos 13 anos, os rapazes obtêm o reconhecimento da comunidade. Na Sinagoga, eles celebram a “bar-mitsva” lendo e comentando a Escritura pela primeira vez. Como os outros, Jesus viveu este ritual como passagem para a idade adulta.

Jerusalém, Cidade santa
«Que alegria quando me disseram: vamos para a casa do Senhor, os nossos passos se detêm, ás tuas portas Jerusalém»
Eis o que cantam os peregrinos á sua chegada á Cidade santa, conquistada por David 1000 AC. Eles querem rezar no Templo (construído uma primeira vez 950 AC), sinal da presença de Deus no meio do seu povo.
Os Judeus têm o propósito de lá ir ao menos uma vez por ano. É o que fará pela primeira vez Jesus quando atingir 12 anos. Adulto, ele voltará e será célebre no dia dor “Ramos” pouco antes da Paixão.

O Templo no coração da fé
O templo de Jerusalém está nas mãos do sacerdote, escolhido no meio das famílias sacerdotais e aristocráticas. O culto do sacrifício supõe o comércio de animais puros, incenso ou madeira.
Os comerciantes proliferam e por isso, para alegria dos responsáveis do culto ganham a sua parte de benefício. Jesus fica ofuscado. Para Ele, o Templo é em primeiro de tudo a casa de Deus e o culto é antes de tudo um sacrifício espiritual. Ele expulsa os comerciantes para dar ao Templo a sua vocação. Ele criou inúmeros inimigos mesmo entre os mais notáveis.

As festas que ritmão a vida
Quando Jesus instituiu a Eucaristia, Ele enraíza-se na história das festas religiosas populares. A partilha do pão e do cálice intervém no momento da festa de Pessach (Páscoa) que comemora a travessia do mar vermelho pelos Hebreus e a sua libertação da escravatura do Egipto.

HÉLDER GONÇALVES

Sem comentários:

Enviar um comentário

Related Posts Plugin for WordPress, Blogger...