Um país ocupado pelos Romanos, uma
actividade rural intensa, uma religião omnipresente…
Eis o pano de fundo da Palestina quando
aparece Jesus.
Sob o controle romano
Jesus nasce numa Palestina administrada
pelos Romanos desde 63 AC.
O ocupante delega o seu poder num judeu
Herodes o Grande. Este fez pesar o seu poder: impostos, controle na nomeação
dos novos sacerdotes e, segundo a vontade do imperador, recenseamento regular
(obrigando Maria e José a descerem a Belém).
No ano 6, Archélaos, filho de Herodes, foi
exilado: Judeia e Samaria passaram para o controle de Roma. Pôncio Pilatos é
nomeado procurador. A Galileia fica governada por conta do Império, por Herodes
Antipas, um outro filho de Herodes o Grande. Aquando da sua Paixão, Jesus,
porque é galileu, será julgado por Herodes Antipas e por Pôncio Pilatos; estes
acontecimentos acontecem em Jerusalém.
Um mundo de artesãos e aldeãos
Na Galileia, a primeira actividade
económica não é a carpintaria! Mesmo se os carpinteiros, ferreiros, cordoeiros
são essenciais, a principal ocupação é a agricultura.
Muitas famílias são proprietárias porque,
no tempo dos Macabeus (2 séculos AC), as terras foram largamente distribuídas.
Os aldeãos cultivam o trigo, o linho, o
azeite, a vinha, os figos ou criam rebanhos de ovelhas. Um pouco mais longe, a
pesca é uma actividade lucrativa: o lago de Tiberíades é conhecido
pelas suas águas ricas em peixe. Jesus, banhado neste ambiente,
multiplicará as imagens rurais ( «Um semeador saiu a semear…»).
A família, centro de tudo
A celebração do casamento (como as Bodas
de Canná) podem durar uma semana, sinal do carácter central da família na
sociedade. Na maior parte das casas dos aldeãos, parentes, crianças e noivos
vivem debaixo do mesmo teto.
Eles têm pouco conforto e pouca vida
privada.
As crianças por vezes esquecidas
Jesus, escolhe de pôr em evidencia os mais
pequenos aos quais lhes presta atenção. As famílias são muitas vezes numerosas,
os pais trabalham muito e, por necessidade, as crianças são rapidamente
iniciadas a uma profissão. Aos 13 anos, os rapazes obtêm o reconhecimento da
comunidade. Na Sinagoga, eles celebram a “bar-mitsva” lendo e comentando a
Escritura pela primeira vez. Como os outros, Jesus viveu este ritual como
passagem para a idade adulta.
Jerusalém, Cidade santa
«Que alegria quando me disseram: vamos
para a casa do Senhor, os nossos passos se detêm, ás tuas portas Jerusalém»
Eis o que cantam os peregrinos á sua
chegada á Cidade santa, conquistada por David 1000 AC. Eles querem rezar
no Templo (construído uma primeira vez 950 AC), sinal da presença de Deus
no meio do seu povo.
Os Judeus têm o propósito de lá ir ao
menos uma vez por ano. É o que fará pela primeira vez Jesus quando atingir 12
anos. Adulto, ele voltará e será célebre no dia dor “Ramos” pouco antes da
Paixão.
O Templo no coração da fé
O templo de Jerusalém está nas mãos do
sacerdote, escolhido no meio das famílias sacerdotais e aristocráticas. O culto
do sacrifício supõe o comércio de animais puros, incenso ou madeira.
Os comerciantes proliferam e por isso,
para alegria dos responsáveis do culto ganham a sua parte de benefício. Jesus
fica ofuscado. Para Ele, o Templo é em primeiro de tudo a casa de Deus e o
culto é antes de tudo um sacrifício espiritual. Ele expulsa os comerciantes
para dar ao Templo a sua vocação. Ele criou inúmeros inimigos mesmo entre os
mais notáveis.
As festas que ritmão a vida
Quando Jesus instituiu a Eucaristia, Ele
enraíza-se na história das festas religiosas populares. A partilha do pão e do
cálice intervém no momento da festa de Pessach (Páscoa) que comemora a
travessia do mar vermelho pelos Hebreus e a sua libertação da escravatura do
Egipto.
HÉLDER GONÇALVES
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