Maria Madalena está lá, até ao
fim, quando os discípulos fugiram.
Os Evangelhos dão-lhe pouco a
palavra.
Olhar com os seus olhos a vida
de Jesus, é o convite.
À
beira do lago da Galileia, existe uma aldeia chamada Magdala. Este nome invoca
uma torre. Talvez uma torre tipo, ou de defesa ou desembocar das colinas da
Galileia. Maria deixou a sua aldeia. Em companhia de outras mulheres, ela segue
Jesus. Os discípulos vão à frente, à volta do Mestre. Elas mantêm-se um pouco
de lado. Elas observam. Existe um ar de competição no grupo dos discípulos. Por
vezes discutem, por vezes gostavam de saber qual deles era o preferido. Se
Jesus lhes conta a história do grão que torna-se numa grande árvore, eles
perguntam-se prontamente qual deles estará no ramo mais alto. As mulheres
riem-se. O Evangelho torna-as livres.
Uma palavra que liberta
Correntes,
Maria Madalena como os outros também falaram. O evangelista Lucas fala a este
sujeito: «Jesus fazia a estrada entre
cidades e aldeias; Ele proclamava e anunciava a Boa Nova do Reino de Deus. Os
doze estavam com Ele, mas também as mulheres que estavam curadas dos espíritos
e das doenças: Maria Madalena, donde tinham saído sete demónios, Joana mulher
de Chousa supervisora de Herodes, Susana e muitas outras…». Elas sabem da
força do Evangelho. A eficácia das palavras e dos gestos que curam, elas
experimentaram na sua própria carne.
Doença,
possessão… o diabo, nesse tempo, cobre com o seu manto negro tudo que possui e
destrói. Nós não saberemos como Maria tornou-se estrangeira para ela mesmo, e
quais eram as manifestações da sua possessão. Sete é o número perfeito. Os
demónios que Jesus expulsa dela invocam uma plenitude na degradação, o topo na alienação
do corpo e do espírito. De Maria, o diabo fez a sua causa. Uma força habita,
que lhe impõe as suas próprias palavras. Os demónios são sem parar á procura de
um corpo vivo que se tornará num local morto.
Jesus, Deus salvador, cura e
expulsa os demónios
Um
dia, o mestre galileu passa na sua vida, e diz as palavras que libertam. Talvez
ele pergunta-lhe simplesmente o seu nome, até que ele esteja em condições de o
dizer. Por vezes o possuído não sabe quem é. E se lhe pergunta, ele lança uma
quantidade de nomes falsos à cara. Ou vos diz que é várias. È o que acontece
com a possuída de Gérasa, aquele que vive nas campas e faz grandes gritos.
«Qual è o teu nome?» pergunta Jesus. «Legião, responde o possuído, porque somos
numerosos.»
“Muitos”
habitantes dentro de um homem. Eles invadiram o corpo dum vivente, se eles se
escondem. O possuído não sabe que tem um nome único sobre os olhos de Deus. Os
demónios não deixam facilmente a sua presa. Eis, sem dúvida, o que suportou
Maria, ausente de ela mesma, incapaz de dizer eu, eu sou Maria. Foi preciso a força do anúncio da proximidade de
Deus, este anúncio proclamado por Jesus para que ela renasça dela mesma. Jesus
tornou a dar-lhe o poder de dizer, de falar, de pensar, de amar. Estas coisas
são uma graça pura. Elas têm o preço infinito da vida.
Eis
porque Maria, desde o princípio, tomou avanço sobre todos os discípulos que
receberam Jesus do apelo a segui-l’O. Ele será preciso tempo para provar a
força do reino que começa na Sua pessoa. Maria, ela, provou-o desde a primeira
passagem do mestre. A sua cura foi a sua vocação. Jesus passa pelas aldeias.
Maria Madalena segue-O e conserva na sua lembrança aquilo que viveu e sentiu. A
noite caída, depois do pôr-do-sol, transporta-se todos os doentes e os
possuídos pelo demónio. A cidade inteira junta-se perto da porta. E Jesus – de
nome judeu Yeshoua significa deus salvador – cura e expulsa os demónios.
Cada
cura leva a Maria Madalena o eco da sua própria cura.
As parábolas e o seu pequeno ar
de festa
Por
vezes, Jesus pára. Num largo, perto de um poço. Ele mete-se a ensinar aos seus
discípulos. Maria aproxima-se discretamente. Ela mantém-se debaixo de uma
oliveira, uma ponta de erva na boca, ela acolhe a palavra que ouve. Ela escuta
quando Ele ensina a rezar. Para Ele, rezar, é uma coisa simples: «Pai, que estais no Céu, que o Teu nome seja
santificado, dai-nos o nosso pão, perdoa como nós perdoamos».
Ela
gosta das suas palavras. A má semente que um vizinho semeou no campo. O pastor
que deixa o seu rebanho para ir procurar a ovelha perdida. Acontece-Lhe por
vezes pensar que é por causa dela que conta esta história, ela, um pouco
distante, e que soube juntar-se.
As
parábolas são pequenas histórias que têm ar de nada. Elas põem em cena a vida
quotidiana das pessoas: um rei e os seus soldados, um homem que sai para
semear, um mulher que mistura o fermento à farinha para fazer o pão, um homem
que lavra o seu campo e cai sobre um tesouro. Maria parece esquece-los, mas
eles vêm a visitar, com o seu pequeno ar de festa.
São
bons companheiros de caminho. «O Reino de
Deus é comparável a um homem que deita a semente à terra: que durma ou que
esteja acordado, a noite e o dia, a semente germina e cresce, e ele não sabe
como».
Algumas
parábolas são histórias verdadeiras, com vários personagens. Maria Madalena
ouviu Jesus contar a história do filho que pediu a sua parte da herança e que
partiu para um país estrangeiro. Noite após noite, o seu pai espera-o. Quando o
seu filho volta, ele precipita-se. Todos os dias, o pai preparava o seu
regresso. Maria fica feliz por uma história de sentimentos tão bonita falar de
Deus. Historia de um Deus que estende a mão.
Regularmente,
Jesus deixa a Galileia para ir à Judeia. O grupo das mulheres seguem-n’O. Não
se sabe se Maria também vai, se está no exterior do Templo, quando Jesus se
senta para observar as pessoas que metem dinheiro na caixa. Ele é o único a
verdadeiramente a observar; o mais plausível é que os discípulos se distraíam. Os
ricos aproximam-se, falam alto, dão muito e levantam bem alto a mão. Uma viúva
aproxima-se, deixa duas pequenas moedas na caixa. «Viram?», disse Jesus aos seus discípulos. Não, eles não viram,
isso vê-se nas suas caras. Muito ocupados. «Os
ricos metem o que lhes sobra, disse Jesus. Esta mulher pegou na sua miséria e
deu tudo que tinha para viver.»
Acontece
que Maria ri-se quando Jesus despreza os discípulos. Eles preocupam-se, Ele
dá-lhes um exemplo, alguma coisa do campo ou com os pássaros do céu. Ele
desconcerta-os, com a sua frontalidade como os profetas. Eis um homem jovem que
se aproxima: muito jovem para conseguir dar a volta às coisas. Rico, isso
vê-se, mas vestido modestamente. Até diria, dizia-se Maria, que ele obriga-se a
ser simples. Ele não tem orgulho da sua riqueza; ele procura concelhos, tomadas
de lições. «Tu conheces os mandamentos,
pergunta Jesus. Tu não matarás. Não
cometerás adultério. Honrarás pai e mãe. Amarás o teu próximo como a ti mesmo». «Tudo isso eu faço», respondeu o jovem.
«Então, continua Jesus, se queres ser perfeito, vende a tua fortuna,
dá o dinheiro aos pobres e segue-Me.» O homem partiu triste. Ele passa em
frente a Maria Madalena, ele tem o peso de toda a sua riqueza sobre os ombros.
A raiva dum profeta
Por
vezes, Jesus zanga-se. Desta cólera inflamam-se já os profetas no Antigo
Testamento. Ele entra com os seus discípulos no Templo. A sua voz soa por vezes
como um trovão. Em Jerusalém, o culto de Deus não se faz sem o sacrifício de
animais. É necessário mercados de animais. O grande sacerdote e as famílias ricas
dos saduceus não deixam a ninguém o controle deste negócio lucrativo. Jesus
vira as mesas, pega num chicote. «Uma casa
de ladrões!». A cólera de Jesus chegará aos ouvidos do grande sacerdote.
Maria
tem dúvidas? Farão pagar caro a Jesus de tais investidas. Um dia, Ele diz uma
outra frase: «Destruam este Templo, e Eu
o reconstruirei em três dias». Este propósito voltará, deformado, no
momento do processo: «Este homem disse: ‘destruirei o Templo’».
Não,
Maria Madalena não atinge talvez as consequências. Mas ela comoveu-se de ouvir
falar deste homem, da sua voz alta e forte. Ela sabe que o dinheiro, riquezas,
interesses encobrem, como um depósito no fundo do rio. Jesus quer vir às fontes
puras. A sua oração, torna-se ampla e humilde. De longe, à noite, Maria
Madalena apercebe-se que Ele vai-se embora sozinho, ao longe, sobre as colinas,
onde se toca o céu e a terra. Ele reza. O que Ele diz, ninguém entende. È um
assunto entre Ele e Deus que Ele tem o costume de chamar o seu Pai e mesmo
«papa». Ele tem necessidade de abandonar este grupo, de se isolar, de rezar
como Ele ensina. Vem um tempo onde Maria Madalena se preocupa pelo Mestre. A
Galileia, o lago, as colinas, a alegria do início está longe. Jerusalém, com a sua aristocracia de
saduceus, seus escribas, seus especialistas em religião, não está disposta a
dar ouvidos favoráveis a um profeta vindo da Galileia. Jesus está consciente da
confrontação, inevitável. Ele conclui o seu caminho lucidamente. Os conflitos
com os escribas tornam-se ásperos. A hora não è de sorrisos nem compromissos.
As ocasiões não faltam para partidas e confrontos.
Existe
um olival, perto de Jerusalém, onde Jesus gosta de retirar-se para passar a noite. Dorme debaixo de árvores centenárias. As
mulheres ficaram na cidade. De manhã, Maria Madalena espreita o regresso de
Jesus a Jerusalém com os seus discípulos. Eis que chegam à porta da cidade.
Eles tomam a direcção do Templo. Ela segue-os. As pessoas param para O
escutarem. Ele desmascara os falsos pareceres, a hipocrisia. Ele ensina que as
verdadeiras riquezas são as do coração. De pé, encostada a uma coluna, Maria
ouve-O como é seu hábito. A sua atenção é atirada para uma agitação pouco
ordinária. Homens empurram uma mulher em frente a eles, como se faria a um
animal desobediente. Eles atiram-na aos pés de Jesus. Antes mesmo que um dos
homens pronuncie uma única palavra, Maria já adivinhou a cena. «Esta mulher, diz um deles, vem de ser apanhada em flagrante delito de
adultério. Na Lei, de Moisés diz que devemos apedrejá-la até à morte. Tu que
dizes?» Os homens que estão com a
mulher são todos conhecedores da Lei de Moisés e das Escrituras. Muitos passam
a vida a estudá-la, meditá-la, ensiná-la, amá-la. A maneira deles chegarem até
Deus passa por um respeito escrupuloso desta Lei. Jesus sabe-o. Que vai Ele
responder a todos estes especialistas? Irá Ele contra a Lei santa? À frente
destes homens, Jesus mete-se a escrever sobre o pó do chão. Não são simples
desordeiros, não. Com os seus bastões, que se alinhavam meticulosamente, como
que se estivessem à espera de alguma coisa. No fim, Jesus levanta-se e diz: «Aquele que estiver aqui sem pecados que
atire a primeira pedra». Ele não critica a Lei santa de Moisés. Ele pede
simplesmente que ela seja aplicada a todos, aos acusadores como à mulher. Sim,
eram bastões que Ele desenhava no chão. Ele calculava o número de pecados
cometidos por estes homens, no caso de eles não se lembrarem. Maria Madalena
não consegue impedir-se de rir quando ela os vê partir um a um. O seu coração
salta de alegria quando ela ouve Jesus dizer à mulher: «Eles não te condenaram? Eu também não, vai e não tornes a pecar.»
Eis o tempo onde as querelas se
envenenam. Jesus é um homem muito livre e muito independente. Ele não faz parte
de grupos oficiais – saduceus, fariseus, eruditas – que organizam a religião.
Aos olhos dos responsáveis, é um destes Galileus resmungões capaz de treinar o
povo num movimento incontrolável de entusiasmo religioso que se pode tornar
numa má aventura. Ainda se lembram de João Baptista, que Jesus frequentou. Um
homem que atraía multidões, pedia-lhes que se convertessem mergulhando nas
águas do Jordão, do que os enviar a oferecer sacrifícios no Templo. Um homem
perigoso, sem medo, que abanava as consciências e que ousava fazer chamadas de
atenção aos reis. João Baptista, Jesus, estes agitadores fazem decididamente
muito barulho. Herodes Antipas ouve falar de Jesus, faz saber que gostaria de
encontrá-l’O. Herodes è aquele que, depois de prender João Baptista, fê-lo
decapitar.
Jesus preso, condenado,
executado
O
circulo vai-se fechar sobre Jesus, o tempo de uma festa, +/- em Abril do ano
30, numa cidade cheia de gente. Maria Madalena estará lá, mais uma vez, até ao
fim. Estamos na Páscoa. Uma grande festa de peregrinação para os judeus do
mundo inteiro que chegam a Jerusalém. Jesus desce da Galileia até à Cidade
santa. Os discípulos e o grupo de mulheres fazem parte da viagem. Ao chegar
perto de Jerusalém, Jesus toma um jumento.
As
pessoas aperceberam-se de Jesus rezar sobre o animal. Foram ao seu encontro, e
meteram-se a atirar flores, a cortar ramos. As crianças vieram acariciar as
orelhas do jumento. Com palmas no meio de grandes gargalhadas para este filho
de rei assentado sobre o jumento. Capas no chão para que este seja macio para
as patas do burro. Maria Madalena
respira um ar de festa que a multidão reserva espontaneamente ao seu profeta.
Os acontecimentos, em seguida, precipitam-se. As autoridades não apreciaram
este acolhimento. O Galileu toma muita importância. Pensa-se em prendê-l’O. De
noite, para evitar alguma confusão.
Jesus
acaba de partilhar a Ceia com os discípulos, e voltou passar a noite no jardim
das oliveiras. È aqui que O prendem. Os seus discípulos ficaram pálidos de
cara. Quase nem existem. Pedro seguirá-O, ao longe, irá até introduzir-se no
halo do palácio do grande sacerdote, gagueja quando uma servente o reconhece,
mas nega.
As
mulheres tiveram conhecimento da prisão de Jesus. Elas não conseguiram ir tão
longe como Pedro, mas foram com muita mais determinação. Sem dúvida
acompanharam as deslocações do prisioneiro, do sacerdote em juiz, do perfeito
romano Pilatos ao rei Herodes. Maria Madalena è e está no grupo. Ela ouve o
povo pedir a sua condenação a Pilatos.
È
agora o desenrolar. Empurraram o condenado sobre o caminho que vai ter ao
suplicio. Aproximam-se dificilmente do local, um monte fora dos muros chamado
Golgota. As mulheres tentavam chegar o mais perto possível, até os guardas
romanos as impedirem. Elas olham à distância. Está aí Maria Madalena, Maria mãe
de Tiago o pequeno e de José e Salomé. Também se encontra presente, Maria Mãe
de Jesus, precisa o Evangelho de São João.
Quando
tudo termina, um certo José de Arimateia teve a coragem de ir ter com Pilatos
para reclamar o corpo do suplício. Pilatos perguntou aos seus subordinados se o
homem estava morto. Então, ele deu a permissão. José solta o crucificado, e
enrolou-O num lençol. O grupo das mulheres estava ali; eles fizeram um cortejo
até ao Sepulcro no jardim. Elas viram rolar a pedra, elas viram onde O puseram.
A condenação de Jesus
A condenação de Jesus
Foi Pôncio
Pilatos que condenou Jesus. O processo foi expedito. Jesus foi-lhe entregue
como um agitador. Pilatos teve dúvidas, mas não correu nenhum risco nestes dias
de festa. A placa sobre a cruz dá o motivo da condenação: «Rei dos Judeus», uma expressão pejorativa na boca de um romano.
Quem entregou Jesus? A tendência dos crentes foi de dizer «os judeus» contribuindo assim para o anti-semitismo. Mas Jesus e
os seus discípulos eram judeus. Por isso trata-se de um problema entre os
judeus que formam um mundo muito diverso. Jesus incomodava as autoridades, os
especialistas da Lei de Moisés chamados escribas, e sobretudo a classe alta dos
saduceus que eram a maioria no grande conselho, chamado sinédrio, e que
dirigiam o Templo, principal fonte de rendimentos. Ora, Jesus tinha criticado o
Templo. Eles ensinavam também as multidões como que alguém tem uma ligação privilegiada
que chamava de Pai. Caipé, o grande sacerdote saduceu, pergunta-lhe: «És tu o Cristo, o Filho do bendito?» Os
historiadores pensam hoje que todo o sinédrio não chegou a unir-se na sua
totalidade para julgar Jesus. Alguns membros tentaram Pará-lo. Eles não tinham
o direito de espada depois que os romanos dirigiam a Judeia. Eles conduziram-nO
então até Pilatos.
Cristo está vivo - «Não me segures, vai dizer aos irmãos»
Maria
Madalena e as outras mulheres levantaram-se cedo logo pela manhã. Elas levam os
perfumes que são reservados aos defuntos. O ‘sabat’, dia de repouso, impediu de
terminarem plenamente todo o cerimonial. Estamos agora no amanhecer do dia
seguinte. Os rituais vão poder ser terminados sobre o corpo de Jesus.
Untar-se-á o cadáver torturado para que Ele entre no sono da terra lavada,
purificada. Maria, prepara-se para fazer os gestos imemoráveis que a atravessam
e a mobiliza. Uma força está convosco, donde não sabeis a origem. Vós estais
num círculo sagrado, vós estais á volta do corpo amado de atenções graves e
leves. Portanto, Maria Madalena, nada mais que as suas companheiras, não fará
os gestos do luto. A pedra que fechava a entrada do sepulcro foi deslocada.
A
continuação da história, São João, no seu Evangelho, centrou-o sobre Maria
Madalena, deixando na sombra as outras mulheres. Ela chega ao túmulo
transtornada. Ele volta a calcar os seus passos, avisa Pedro e um outro
discípulo chamado «aquele que Jesus
amava».
Eles
vêm o pano de linho que cobria a cabeça do crucificado, as ligaduras. Já o
discípulo que Jesus amava, mesmo antes de Pedro, vê e crê. Maria Madalena,
durante este tempo, ficou fora do túmulo. Ela está à procura de Jesus, ela
chora. Ela vinha embalsamar o corpo amado, e encontra-se à frente de um túmulo
vazio. «Levaram-me o meu Senhor e não sei
onde O meteram». Ela procura o ausente e chora. Ela vê um vivo ali, no meio
das arvores do jardim. Ele toma-O por jardineiro. Só quando Ele pronuncia o seu
nome, è que ela O reconhece. «Não me retenhas, diz Jesus, vai dizer aos outros
irmãos». Maria Madalena que vinha para embalsamar um morto, torna-se mensageira
de Cristo ressuscitado.
Seguindo
os Evangelhos, foi às mulheres que Jesus ressuscitado apareceu em primeiro
lugar. Segundo João e Marco, foi Maria Madalena que ficou encarregada de
anunciar aos discípulos.
HÉLDER GONÇALVES
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