sábado, 18 de janeiro de 2014

São Sebastião

São Sebastião foi um dos muitos soldados romanos que por causa da sua fé em Jesus foi martirizado. É uma pena que só se pode saber da sua história através das actas do seu martírio que foram escritas dois séculos mais tarde. 

Em quase todas as actas de martírios de santos e santas, os escribas tinham ordens de colocarem muitos detalhes do martírio e dar pouca ênfase ao martirizado.Isto era para assustar os futuros cristãos visto que as actas eram colocadas na cidade onde ocorria o martírio, e na biblioteca de Roma.

São Sebastião nasceu em Narbona, França, no final do século III e desde muito pequeno os seus pais mudaram-se para Milão onde cresceu e foi educado. 

O seu pai era militar e nobre e ele quis seguir a carreira do pai, chegando a ser capitão da primeira corte da guarda pretoriana, um cargo que só se dava a pessoas ilustres e correctas. 

A sua dedicação à sua carreira valeu-lhe elogios dos seus companheiros e principalmente do imperador Maximiano. Cumpre recordar que o império romano na época era governado no, oriente por Diocleciano e no ocidente por Maximiano. 

Maximiano ignorava que Sebastião era um cristão de coração e ainda que mesmo cumprindo as suas tarefas militares, não tomava parte nos sacrifícios nem nos actos de idolatria. Sempre que podia, visitava os cristãos encarcerados e ajudava os mais fracos, doentes e necessitados.
Podia-se dizer que era um soldado dos dois exércitos: o de Cristo e o de Roma.

Maximiano empreendeu uma depuração de elementos cristãos nas forças armadas expulsando todos os cristãos dos seus exércitos. Cabe dizer que o soldado do exército romano era voluntário. Só era obrigatório a servir, os filhos de militares, como era o caso do nosso Sebastião. 

Quando um soldado o denunciou, Maximiano sentiu-se traído por Sebastião e rapidamente chamou-o e exigiu que renunciasse ao cristianismo.

Ante tal situação, Sebastião comunicou ao imperador que não queria renunciar às suas crenças cristãs e o imperador ordenou a sua morte. 

Mas Maximiano ordenou a sua morte da maneira mais desumana. Ordenou que os seus melhores arqueiros o flechassem! Os arqueiros desnudaram-no, levaram-no para o estádio de Palatino, ataram-no a um poste e lançaram-lhe uma chuva de flechas abandonando-o para sangrar até a morte.

Irene, uma mulher cristã, providencial, que apreciava os conselhos de Sebastião, junto com um grupo de amigos, foram ao local onde estava o santo, e com assombro, comprovaram que o mesmo ainda estava vivo.

Desamarraram-no e Irene escondeu-o na sua própria casa e curou as suas feridas. 

Passado algum tempo, são Sebastião, já curado, quis continuar o seu processo de evangelização e, em vez de se esconder, com valentia apresentou-se de novo a Maximiano, o qual ficou assombrado. 

Maximiano não deu ouvidos aos pedidos de Sebastião para que deixasse de perseguir os cristãos e ordenou aos seus soldados que o açoitassem até a morte.

Após a sua morte, foi enterrado num cemitério subterrâneo sob a Via Apia.

Mais tarde a Igreja  construiu na parte posterior da catacumba um templo em honra do santo: A Basílica de São Sebastião que lá existe até hoje e recebe grande romaria dos seus devotos. 

Existe ainda uma capela em Palatino em homenagem a São Sebastião.

A Irene que cuidou de São Sebastião, é a Santa Irene cuja festa é celebrada no dia 30 de Março.


A Festa de São Sebastião é celebrada no dia 20 de Janeiro.

HÉLDER GONÇALVES

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