Em primeiro lugar; o tramo vertical, que
significa a descida e a subida do Verbo de Deus, graças ao qual Deus se volta a
unir com os homens, até então divorciados de Deus pelo pecado.
O primeiro dos tramos horizontais
comporta o titulo JNRJ (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus), segundo São João em
hebreu, latim e grego.
O segundo tramo horizontal, sobre o qual
Cristo estende os seus braços, simboliza o Seu desejo de abraçar toda a
humanidade.
O tramo inferior, sob os pés de Jesus,
encontra-se ligeiramente inclinado para comparar a Cruz com uma balança do
destino: a “balança da justiça”.
Como acontece com a árvore da vida, a
Cruz é um eixo do mundo.
Situada no centro místico do Cosmos, é o
salva-vidas através do qual as almas sobem até Deus.
A Cruz estabelece, assim, a relação
primária entre dois mundos (terrestre e celeste), mas também, através dos
tramos horizontais que cortam a vertical (eixo do mundo), é uma conjugação de
contrários, na qual se casam o princípio espiritual e vertical com a ordem da manifestação
e da terra.
Daí a sua transformação no sentido
agónico de luta e de instrumento de martírio.
A determinação geral da Cruz é assim a
conjugação de contrários – o positivo (vertical) e o negativo (horizontal); o
superior e o inferior; a vida e a morte.
Num sentido idealista, a crucificação é
a essência do antagonismo base que constitui a existência, a dor; a construção
e a destruição.
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