A Iniciação Cristã é um dos pontos centrais da vida da Igreja, da acção pastoral das comunidades, da vida do cristão. Muitos são os documentos, investigações, estudos, planos pastorais…, que vieram propondo-se ao largo e ancho da Igreja desde o Vaticano II. É necessário um novo esforço para, desde o rigor e o conhecimento dos diversos aspectos do tema, impulsionar a renovação da vida e aceitar o repto das novas realidades e possibilidades da iniciação, hoje.
Ao falar de «iniciação», não nos referimos só aos momentos sacramentais de iniciação, mas temos em conta todos os elementos integrantes do processo de iniciação: Baptismo, pedagogia de iniciação familiar, primeira comunhão, catecumenado e catequese, confirmação, comunidade eucarística… No processo de iniciação total entram em jogo a seriedade da evangelização, a autenticidade da comunidade eclesial, a verdade do ser cristão. Não se trata só de «como» há que administrar uns sacramentos de iniciação, mas de «qual» é o cristão que «fazemos» ao preparar e celebrar estes sacramentos.
Centra-se neles uma grande parte da acção pastoral da Igreja. Baptismo, Confirmação e Eucaristia são os centros significantes sacramentais de um processo que abarca mais, e deve durar mais do que dura fazer o rito.
O tema levanta numerosas interrogações, ante os quais nem os pastores, nem os fieis podemos permanecer indiferentes. O Vaticano II, com a sua reforma dos rituais do Baptismo de crianças e a confirmação, e mais ainda com o Ritual de Iniciação Cristã dos Adultos (RICA), trouxe uma grande luz sobre numerosas questões, mas também suscitou novos “planteamentos”. Encontramo-nos contudo com uma «renovação que espera elevar-se à plenitude.
Baptismo
Se o baptismo de crianças é tudo o que afirma teologicamente, e tudo o que se expressa liturgicamente, em que condições subjectivas e comunitárias se pode celebrar, de modo a não se atraiçoar a sua própria identidade e verdade? Como continuar a baptizar as crianças e evitar quedarnos com baptizados não convertidos nem crentes? Em que condições pode garantir-se um desenvolvimento normal do ser cristão?
Confirmação
No que diz respeito à confirmação, é necessário redescobrir a sua identidade teológica, e a sua especificidade sacramental, no interior da iniciação cristã. Mas, qual é o posição que deve ocupar no processo desta iniciação? É possível admitir e promover uma pluralidade de praxis, e avançar na linha ecuménica, sem por em jogo a unidade da fé e da celebração, assim como a eficácia pastoral? Que sentido, que posição e que função deve desempenhar este sacramento na relação com os outros elementos que entram na iniciação cristã?
Eucaristia
Também a Primeira Comunhão forma parte da iniciação cristã, como primeira participação no banquete fraterno da comunidade crente. Mas, pode considerar-se esta Primeira Comunhão como a Eucaristia culminante do processo da iniciação? De que maneira podemos autenticar este momento eucarística, para que se cumpra o melhor possível o objectivo da iniciação total?
Não se pode falar de Baptismo, sem falar de confirmação e primeira comunhão. Muito menos se pode falar destes sacramentos, sem referir a uma iniciação cristã total. E no se pode falar desta iniciação, se não se fala de evangelização, de Catecumenado ou processos catecumenais, de Catequeses, de renovação radical de vida, de autenticidade de comunidade cristã.
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