A Palavra
de Deus
dá espírito à liturgia
A Liturgia
é o lugar privilegiado do
anúncio da Palavra de
Deus e o
contexto mais indicado
para dar à
sua proclamação toda
a sua força.
A Liturgia une
a escuta pessoal
da Palavra com
a dimensão eclesial.
Só a liturgia
une o sinal
ao facto, já
que, com o
próprio acto,
anuncia e opera
a salvação que
é proclamada. Na
liturgia a Palavra
Sagrada, na actualidade
do mistério da
salvação.
A Palavra
de Deus é
recebida pela Igreja
e na Igreja.
Por meio dela,
Deus comunica a
Sua Palavra permanente
a nós e
por nós, tornando-a
presente e eficaz.
O Evangelho, portanto,
deve ser a
fonte da pregação,
e a assembleia
deve deixar-se converter
pela Palavra, a fim
de poder anunciá-la
com autoridade.
A Palavra
é tanto mais
eficaz quanto mais
Cristo está presente
no acto da
sua proclamação; quanto
mais o conteúdo
da mensagem implicar
a sua acção
salvífica; quanto mais
estiver empenhada estiver
a Igreja. Ora,
em toda a
proclamação autêntica da
Palavra, encontram-se mais
ou menos presentes
estes
elementos. Se eles vierem
a falar (se, por
exemplo, não é a
Igreja que pronuncia
a Palavra), estamos
diante de uma
catequese.
PROCLAMAÇÃO EFICAZ
Cada um destes
elementos chega à
sua plenitude somente
na celebração litúrgica,
principalmente na Eucaristia.
A presença
de Cristo chega
à sua máxima
intensidade na assembleia
dos fieis reunidos
em torno do
altar. Nela, a
Palavra é ligada
ao rito, que
é ‘acção Cristo’,
e reencontro a
sua força original
daquela proclamação que
salva.
Assim o rito, em
intima relação com
a Palavra inspirada,
proclama, através de
símbolos, aquilo que
a Bíblia exprime
com a Palavra
sonora. Da união
dos dois meios
de expressão surge
uma proclamação única,
de particular efeito
pedagógico.
A PREGAÇÃO DA
PALAVRA
A
própria liturgia transforma-se
em pregação da
Palavra de Deus.
Aqui, a Palavra adquire a
máxima intensidade no
seu significado e
na comunicação na
acção salvífica de
Deus. Aqui a
assembleia encontra o
modo mais eloquente,
chegando a exigir
uma resposta à
proposta divina.
A homilia
tem a função
de excitar a
fé dos presentes,
o significado dos
vários elementos litúrgicos
também em relação
à sua situação,
para que o
encontro dialogal com
Deus se torne
verdadeiramente consciente para
todos e cada
um.
FUNÇÕES DA HOMILIA
Fornecer aquele
mínimo de informações
exegéticas necessárias para
que o Texto bíblico e,
às vezes, o
texto de orações,
sejam compreendidos no
seu justo significado;
Expressar a
mensagem no seu
sentido histórico, passado
e actual, favorecendo
uma tomada de
consciência da situação
para que cada
um se reconheça
diante de Deus
e se disponha
a escutá-lo e
a dar-lhe uma
resposta pessoal;
Fazer descobrir, em
todo o texto
bíblico, e nos
sinais sacramentais, o
significado profundo em
relação ao acontecimento
central da salvação,
para que este
seja, aqui e
agora, anuncio desta
salvação de Deus
proposta a esta
assembleia;
Aprofundar e
traduzir a mensagem
revelada, a fim
de que o
essencial da revelação
seja anunciado à
assembleia, de maneira
a ser compreendida
por aquilo que
ele é, sem
equívocos;
Ser profética, isto
é, expressar um
juízo sobre o
mundo que morre
ou deve morrer,
e o anuncio
de um mundo
que nasce ou
deve nascer, segundo
o desígnio de
Deus;
Testemunhar o
Cristo pela afirmação
da fé, a
expectativa da esperança
e as iniciativas
de caridade que
devem encarnar-se nas
experiências pessoais e nos acontecimentos eclesiais;
Sem ser
moralizante, a homilia
explicita uma Palavra
de exortação para
a edificação comum
dos fieis.
O ACOLHIMENTO DA PALAVRA
“ Como a
chuva e a
neve descem dos
Céus e a ele não
retornam sem haver Regado a
terra e sem
a ter fecundado
e feito germinar,
para que ela
dê a semente ao
semeador e o
pão que é
comido, assim também
a palavra que
sai da minha
boca não retorna
sem resultado, sem
ter feito o
que eu queria
e levado a
efeito a sua
missão “. (Is 55, 10-11).
Para que
este desígnio de
Deus se realize
em plenitude, é
necessário que esta
Palavra seja acolhida
na obediência da fé
(Rm 1,16). A partir
de então o
cristão torna-se testemunha
dessa Palavra (Act 4,20)
e a sua
vida se torne
em acção de
graças e palavra
de gratidão.
É a
escuta da Palavra
que faz nascer
a fé. A
Igreja não nos
legou um livro,
mas a Palavra.
Por isso, é
verdade que a
salvação não requer,
pura e simplesmente,
a leitura da
Bíblia, mas sim
que sejam ao
menos ouvidas as
realidades da salvação
tais como a
Igreja as proclama.
Se a
leitura pessoal da
Bíblia é importante,
a escuta da
Palavra é indispensável
para que haja
um encontro directo
com o Senhor,
realmente presente na
Sua Palavra proclamada.
É
preciso efectivar a
criação de um
clima de escuta
da Palavra, numa
atitude de oração
e de espera.
A insistência sobre
a eficácia da
Palavra divina não
diminui a necessidade
de disposições objectivas.
Eficácia não
significa acção automática.
Ele está ligada
à transformação que
a Palavra opera
naquele que a
acolhe. Mas a
transformação é proporcional
às disposições.
O amor
de Deus toma
a iniciativa, mas
não força; é
a fé que
acolhe o Dom
oferecido. É a Palavra que
abre a alma
e a estimula
a acolher o
Senhor. Isto supõe uma
disposição prática e
inicial, que assim
poderia ser resumida;
na liturgia é
Deus quem fala,
e é a
nós que Ele
se dirige, hoje.
Quem fala não é Isaías,
um evangelista, ou
Paulo … É o
próprio Deus.
FÉ: DISPOSIÇÃO FUNDAMENTAL
Esta fé é
a disposição fundamental,
mas não a
única. O contacto
com a Palavra deve pôr
em movimento todo
o dinamismo espiritual,
sob o influxo
do Espírito Santo.
Na realidade não
basta o nosso
esforço no Espírito
Santo, que inspirou
as Escrituras, está
em acção no
nosso intimo, como
vimos, para que
possamos acolher o
mistério.
A PALAVRA
É revelação:
a ela se
adere com a
fé (2Tm 3,15)
É promessa:
a ela se
adere com esperança.
É regra
de vida: a
ela se adere
com amor.
É Dom
no qual Deus
se oferece livremente:
acolhendo-o, entra-se em
comunhão com
Ele.
Convém
acolher a Palavra “com
alegria do Espírito” (Ts 1,6), “com
docilidade” (Tg 1,21); ela deve
“habitar em nós”,
“cumpre no nosso
meio o seu
curso” (2Ts 3,1). Noutros termos,
é preciso acolher
a Palavra de
modo a deixar-nos
modelar por ela,
a abandonar-nos à sua força
Divina.
Santo Efrém
diz, através de
sugestivas comparações, que
a Palavra continua
a frutificar: “Dos
campos vem a
bênção da messe,
da vinha frutos
saborosos, e da
Sagrada Escritura o ensinamento
vivificante”.
O
campo
e a vinha
só dão frutos
num tempo restrito,
determinado; mas a
Sagrada Escritura oferece
ensinamentos vivificantes toda
as vezes que
é lida.
Campos e
vinhas cansam e
não dão duas
colheitas por ano;
mas da Sagrada
Escritura pode-se colher
uvas todos os
dias, sem que
venham a faltar
às uvas da
esperança que lhe
são Inatas.
Vamo-nos aproximar
deste campo e
saboreemos os produtos
dos seus sulcos
que produzem a
vida. Dele colhamos
espigas de vida:
as palavras de
Nosso Senhor Jesus
Cristo”.
Exame de "Pastoral dos Sectores (Liturgia)"
de Hélder Gonçalves a 17.01.2006
Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas de Viana do Castelo
Professor: Padre José Correia Vilar
Avaliação Final: 15 Valores
HÉLDER GONÇALVES
de Hélder Gonçalves a 17.01.2006
Escola Superior de Teologia e Ciências Humanas de Viana do Castelo
Professor: Padre José Correia Vilar
Avaliação Final: 15 Valores
HÉLDER GONÇALVES
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