domingo, 16 de dezembro de 2012

Sentido do Natal

“Eis que a virgem conceberá e dará à luz um filho, e ele será chamado pelo nome de Emanuel (que quer dizer: Deus connosco)”. Evangelho de S. Mateus 1:23

A proximidade do natal é acompanhada de grande euforia. 

Luzes, piscas, enfeites, árvores, Pai Natal, tudo envolvendo-
nos num clima de festa, compras, troca de presentes. Muitas vezes o natal é encarado como mais uma comemoração do calendário, outras vezes como o momento de manifestar um espírito solidário, um acto de caridade, uma demonstração de afecto. 

Sem dúvida essas coisas têm o seu valor e são até importantes numa época tão conturbada quanto a que vivemos. Sem dúvidas são brisas nesse deserto árido. Mas quando nos deparamos com os evangelhos, que retratam a vida de Jesus Cristo, não é possível ficar passivo diante do facto que constitui o verdadeiro significado do natal. 

O verdadeiro sentido do natal ofusca todas as festas, luzes, enfeites, caridades, pois ele anuncia o mais maravilhoso acto de amor: Deus revelando-se na própria condição humana.

Todos os evangelhos relatam o acontecimento mais sublime da história humana: o nascimento do Salvador. A peculiaridade do evangelho de Mateus é que ele faz referência directa às promessas da vinda de um salvador expressas pelo profeta Isaías. 

Um paralelo entre esses dois textos das Sagradas Escrituras é a menção do Emanuel, o Deus connosco. O peso dessa palavra é que ela não só apresenta o nascimento do Salvador, como também, esclarece que o Salvador é o próprio Deus. 

Jesus é o Deus-filho, que veio ao mundo em forma humana, deixou a sua condição de glória para, como perfeito homem e perfeito Deus, pagar o preço de morrer no lugar de cada um de nós para, assim, nos reconciliar com Deus. Essa foi a grande promessa de Deus em todo o Velho Testamento e cumprida em Jesus.

A nossa condição era de pecado, ou seja, de completo afastamento de Deus, de caminhada para a destruição, de completa enfermidade moral e espiritual, sem qualquer possibilidade de recuperação por conta própria. 

Sem temor de ser estigmatizado como antiquado ou conservador entendo, como grande parte dos nossos ancestrais no Cristianismo, que Deus num acto de demonstração de amor (Rom 5:8) enviou o seu Filho, Jesus, que prontamente se ofereceu para morrer no nosso lugar. Justificando-nos, ou seja, aplacando a ira divina ao derramar do seu próprio Sangue na cruz. 

Como escreve o profeta Isaías: “Certamente, Ele tomou sobre si as nossas enfermidades e as nossas dores levou sobre si...Ele foi trespassado pelas nossas transgressões e moído pelas nossas iniquidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre Ele, e pelas suas pisaduras fomos curados.... justificará a muitos, porque as iniquidades deles levará sobre si...por enquanto derramou a sua alma na morte; foi contado como  os transgressores, contudo, levou sobre si o pecado de muitos e pelos transgressores intercedeu” (Is 53). 

Jesus morreu a morte que nós merecíamos, mas a grande notícia não termina aí, pois Ele também venceu o poder da morte e do pecado que nos aprisionava, ressuscitando, estendendo-nos a vida eterna, reafirmando a promessa que um dia voltará para a redenção completa da criação.

Que no natal possamos celebrar com grande alegria a promessa do Emanuel, o Deus-filho connosco, Jesus Cristo, e recordar toda a sua obra de salvação, que recebemos como favor imerecido. 

Que nesses momentos de festa os nossos pensamentos dirijam-se para a sua obra de redenção (resgate do pecador) e de reconciliação com Deus realizada por Jesus e festejemos a Ele com sincera adoração. Esse é um convite para celebrarmos juntos o verdadeiro sentido do Natal.

HÉLDER GONÇALVES

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