domingo, 14 de abril de 2013

Eu, a vela. Ele, o vento. Nós, na barca!


Somos um barco à vela. Estamos inseridos numa imensidão azul de possibilidades. Possuímos um leme, que nos permite ir para a direita ou para a esquerda, mas se nos faltar o sopro do vento não vamos a lugar nenhum. Não conseguimos ver esse vento, mas temos que estar sensíveis a ele e entender um pouco como ele age para estarmos preparados para içar as velas no tempo certo.

Às vezes não nos contentamos com o vento que temos, e queremos ir mais rápido. Então lançamos fora, partes importantes nossas, para ficarmos mais leves, e colocarmos velas maiores, que mal podemos suportar.

O barco fica instável e vulnerável, qualquer onda mais forte pode virá-lo. Mais à frente, cansados de depender do vento, resolvemos trocar por um barco a motor. Tiramos as velas, colocamos um motor e ficamos independentes do vento. Agora podemos escolher tanto a direção como a velocidade. Parece bom no começo, mas a viagem é longa. No percurso, um dia o combustível vai acabar ou o motor pode quebrar. Então não teremos força nenhuma, para chegarmos ao destino, pois deixamos para trás as velas que nos conectavam ao vento.

O vento pode soprar mais forte, mais fraco ou nem soprar em alguns momentos. Ele pode soprar da terra para o mar ou do mar para a terra. Pode ser quente ou gelado. Nunca vamos conseguir controlá-lo, mas ele nunca vai acabar. Estará sempre a soprar em algum lugar. A nossa viagem é tão longa que nenhum combustível pode durar o tempo suficiente. Nenhum motor pode suportar tanto tempo a funcionar. Só o vento nos pode levar até lá. Quando o nosso vento se chama Deus podemos ficar tranquilos, pois Ele sabe como, quando e aonde nos levar.

HÉLDER GONÇALVES

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