quinta-feira, 31 de julho de 2014

Cruz Russa Ortodoxa

A chamada Cruz Russa Ortodoxa ou Cruz Bizantina, atendendo ao marco espiritual e artístico em que nasceu, consta de quatro tramos.

Em primeiro lugar; o tramo vertical, que significa a descida e a subida do Verbo de Deus, graças ao qual Deus se volta a unir com os homens, até então divorciados de Deus pelo pecado.

O primeiro dos tramos horizontais comporta o titulo JNRJ (Jesus Nazareno, Rei dos Judeus), segundo São João em hebreu, latim e grego.

O segundo tramo horizontal, sobre o qual Cristo estende os seus braços, simboliza o Seu desejo de abraçar toda a humanidade.

O tramo inferior, sob os pés de Jesus, encontra-se ligeiramente inclinado para comparar a Cruz com uma balança do destino: a “balança da justiça”.

Como acontece com a árvore da vida, a Cruz é um eixo do mundo.

Situada no centro místico do Cosmos, é o salva-vidas através do qual as almas sobem até Deus.

A Cruz estabelece, assim, a relação primária entre dois mundos (terrestre e celeste), mas também, através dos tramos horizontais que cortam a vertical (eixo do mundo), é uma conjugação de contrários, na qual se casam o princípio espiritual e vertical com a ordem da manifestação e da terra.

Daí a sua transformação no sentido agónico de luta e de instrumento de martírio.

A determinação geral da Cruz é assim a conjugação de contrários – o positivo (vertical) e o negativo (horizontal); o superior e o inferior; a vida e a morte.

Num sentido idealista, a crucificação é a essência do antagonismo base que constitui a existência, a dor; a construção e a destruição.

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