terça-feira, 10 de agosto de 2010

A SUA BONDADE É ETERNA

“Deus, vendo toda a sua obra, considerou-a muito boa” (Gen 1,31);
assim termina a Sagrada Escritura o relato da criação.

Deus, sumamente bom em si mesmo, é bom também em todas as Suas obras. Tudo o que sai de Suas mãos leva o cunho da Sua bondade. É bom o sol, que ilumina e aquece a terra; é boa a terra, que produz flores e frutos; é bom o mar, bom o céu, boas as estrelas. “ Todas as obras do Senhor são excelentes” (Ecli 39, 21), porque brotaram da Bondade essencial, infinita e eterna.

Deus, porém, quis que, dentre as Suas criaturas, houvesse algumas como o homem que, além de serem boas, porque Ele as criou tais, fossem igualmente pela sua adesão à bondade que infundiu nelas. Eis a grande honra feita por Deus ao homem: não só o criou bom, como criou os céus e a terra, mas quis que fosse bom pelo concurso da sua livre vontade: foi como se o tornasse senhor da bondade que nele pôs. Foi, precisamente por esta razão, que lhe deu o grande dom da liberdade.

Compreende-se assim quanto se afasta o homem da bondade, quando se serve do seu livre arbítrio, não querer o bem, mas querer o mal. Que grande distância se cava então entre ele e Deus! Deus é bondade infinita, ao ponto de obter o bem do próprio mal. O homem é profunda malícia, capaz de transformar em mal o próprio bem, valendo-se do bem, da liberdade, para condescender com o egoísmo, o orgulho e as paixões, ofendendo assim a Deus. E, no entanto, se o homem coadjuvasse o impulso interior ao bem que Deus lhe concedeu e deixasse progredir essa bondade, infundida no seu coração, não lhe seria difícil ser bom.

Deus criou-nos bons e quer que sejamos bons. É verdade que a nossa malícia, consequência do pecado, é grande, mas a Sua bondade infinita supera-a imensamente e pode sará-la e destruí-la até á raiz, contanto que a detestemos «Vós sois bom, ó Senhor, e indulgente, cheio de misericórdia para todos os que Vos invocam» (SI 86,5).

«LOUVAI AO SENHOR PORQUE ELE É BOM, PORQUE É ETERNA A SUA MISERICÓRDIA» (SL 106,1)

Ricardo Igreja

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