A
Catedral de São Basílio, que até hoje se ergue majestosa na Praça Vermelha, em
Moscovo, foi construída por ordem de Ivã o Terrível, em homenagem à conquista
russa de Kazan e Astracã. Segundo reza a lenda, o Czar Ivã gostou tanto do
templo que mandou cegar o seu arquitecto Postnik Yakovlev, para que ele não
tivesse condições de construir uma obra parecida em outra cidade.
O
templo originalmente conhecido como Igreja da Trindade foi consagrado em 12 de Julho de 1561 e em seguida elevado à categoria de “sobor” (basílica, ou, menos correctamente catedral). De acordo com a tradição, “Trindade” refere-se ao
santuário mais a leste da Igreja da Santíssima Trindade, enquanto o santuário
central é dedicado à Intercessão de Maria. Juntamente com o santuário a oeste,
a Entrada de Jerusalém, esses santuários formam o eixo principal leste-oeste
(Cristo, Maria, Santíssima Trindade), enquanto os outros santuários são
dedicados aos santos.
Cada
um dos nove santuários tem uma única cúpula, representando cada um dos assaltos
à cidade de Kazan. E a Catedral foi projectada de tal maneira que o seu traço arquitectónico fosse uma figuração da Nova Jerusalém, o Reino Celestial descrito no Livro das
Revelações de São João, o Divino.
Todo
o desenho arquitectónico da Catedral de São Basílio é, assim, marcado por um acentuado
simbolismo místico. Todos os templos do complexo da Catedral de São Basílio
contêm no seu interior belos ícones, pintura mural da época medieval e vários e
importantes objectos de arte.
A
Catedral de São Basílio é desde 1990 parte do conjunto do Kremlin e da Praça
Vermelha, Património Mundial da UNESCO, o órgão das Nações Unidas voltado para
a Educação, Ciência e Cultura. O edifício original – a Igreja da Trindade e,
depois, Catedral da Trindade – era circundado por outros oito templos, um deles
erguido sobre o túmulo de São Basílio.
Desde
1928, a Catedral também funciona como uma divisão do Museu Histórico do Estado.
HÉLDER GONÇALVES
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