Uma das primeiras Igrejas |
Embora a distribuição de funções num grupo seja a sua resposta às resistências que tem de vencer para alcançar os seus fins peculiares, ninguém deve esperar que o Novo Testamento ofereça já um modelo de organização eclesiástica perfeitamente acabado e completo, porque, além do mais, as necessidades mudam com os tempos e os lugares.
Os diversos serviços, funções e tarefas designam-se na igreja com o nome genérico de ministério (ministerium, serviço). Pode-se dizer que as primeiras comunidades sentiram-se livres para criar, pelo impulso do Espirito, os ministérios que em cada caso julgaram convenientes, conforme as necessidades que se iam apresentando. Por outro lado, é o Espirito quem estabelece a organização, porque é Ele quem move a comunidade em todos os aspectos. Adopta-se o que se crê adequado para servir aqui e agora a causa de Jesus e, deste modo, é o Senhor que edifica a Sua Igreja. Ele é, em cada momento, a razão da sua existência, o seu fundamento, a sua cabeça e o seu motor. Portanto, a igreja de todos os tempos não deve copiar sobretudo o organigrama inicial, mas o primeiro espirito que animou essa organização e que a teologia chamou apostolicidade. Será imprescindível distinguir aquilo que é imutável, por ser essencial à Igreja, das diversas formas históricas transitórias.
Conhecendo também até que ponto o meio físico e social condiciona as formas de agrupamento, è normal que não fosse uniforme a organização das Igrejas situadas em diferentes meios culturais.
Também é preciso observar que, não sendo a comunidade cristã um grupo dedicado ao culto, no sentido em que este termo è entendido nas ciências da religião, nem os serviços nem as pessoas que os exercem têm um caracter sagrado ou religioso especial. Aos olhos das pessoas que os comtemplam, os Apóstolos são tão leigos como o próprio Jesus. Na raíz deste facto está o conceito cristão de culto como cumprimento da vontade de Deus solidário com os homens e não como ritos cerimoniais praticados em lugares sagrados.
Nas primeiras comunidades dá-se uma importância primordial aos membros que possuem qualidades pessoais (carismas) que, postas ao serviço da comunidade, são interpretadas por esta como dons gratuitos de Deus à sua Igreja.
Apóstolos, profetas, doutores, evangelistas, etc…, que, não sendo actividades directamente dirigentes nem tendo poder de jurisdição, configuram uma Igreja de condição carismática.
Contudo, ainda agora dificilmente saberemos avaliar a importância daqueles que, num primeiro momento, abandonaram literalmente tudo (casa, família, propriedades e oficio), e praticaram o estilo de vida do Senhor como pregadores ambulantes. Este chamado radicalismo itinerante deu-se sobretudo nas zonas rurais palestinenses sendo os Apóstolos incluídos nele por alguns autores. Também houve organizadores itinerantes de comunidades que actuaram principalmente no mundo helenístico.
HÉLDER GONÇALVES
Nossa! Que lindo como os anitgos cristãos valorizavam o sentido da palavra IGREJA. Eles entendiam que eles eram igreja e precisamos reviver este valor em nossas paróquias e comunidades.
ResponderEliminarBom fim de semana a você. Até breve!
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