A palavra advento significa vinda
ou chegada. Escrevendo a Tito, Paulo refere-se, nestes termos, aos dois
adventos ou vindas de Cristo: Manifestou-se a graça de Deus, fonte de salvação
para todos os homens, ensinando-nos a renunciar à impiedade e aos desejos
mundanos, e a viver no mundo presente com toda a sobriedade, justiça e piedade
(1ª. vinda), aguardando a bem-aventurada esperança e a manifestação gloriosa do
nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo (2ª. vinda).
Na sequência da doutrina da
revelação ensinada por Jesus e lembrada pelo Apóstolo, S. Cirilo de Jerusalém
explicava, no século IV, aos seus neófitos: "Anunciamos o advento de
Cristo. Não, porém, um só, mas também o segundo, muito mais glorioso que o primeiro.
Aquele revestiu um aspecto de sofrimento; este trará consigo o diadema do reino
divino. No seu primeiro advento, Cristo foi envolvido em faixas e deitado num
presépio; no segundo, será revestido com um manto de luz. No primeiro suportou
a Cruz, sem recusar a ignomínia; no segundo, aparecerá glorioso, escoltado pela
multidão dos Anjos. Por esse motivo, afirmamos na nossa profissão de fé, tal
como a recebemos por tradição, que acreditamos naquele que subiu aos Céus e
está sentado à direita do Pai e que há-de vir em sua glória para julgar os
vivos e os mortos, e o seu reino não terá fim"(LH, vol. I, p. 135-136).
É precisamente dessas duas vindas
de Cristo e da preparação para elas pela catequese e pela penitência que falam
as orações e leituras do Tempo do Advento, o que dá a este período litúrgico
características algo semelhantes às da Quaresma.
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